Como resultado do forte desencontro diplomático entre os dois países vizinhos, o cônsul geral do Japão em Busan, Yasuhiro Morimoto, também deixou hoje, 9, a Coreia do Sul.
Ao deixar o país, Nagamine declarou à imprensa que a instalação da estátua era "muito lamentável" e por isso estava voltando "para casa".
O governo japonês decidiu convocar o seu embaixador em Seul para consultas na sexta-feira passada em protesto pela instalação da polêmica estátua na semana anterior por uma organização civil, após a aprovação do governo local.
A escultura, a segunda deste tipo colocada em frente a missões diplomáticas do Japão na Coreia do Sul, representa uma menina descalça vestida com o traje tradicional sul-coreano, e simboliza as vítimas de abusos sexuais cometidos pelas tropas japonesas.
Calcula-se que cerca de 200 mil meninas e adolescentes – a maioria coreanas – foram vítimas desses abusos desde a década de 1930 e, sobretudo, no final da Segunda Guerra Mundial.
O conflito das escravas sexuais, chamadas eufemisticamente de "mulheres de conforto", causou frequentes atritos nas últimas décadas entre Coreia do Sul e Japão, e se transformou no principal empecilho nas suas relações bilaterais.
Os governos de ambos os países assinaram no final de 2015 um acordo para dar por liquidado o assunto, que contempla as desculpas oficiais do Japão e uma compensação econômica de um bilhão de ienes para restaurar "a honra e a dignidade" das vítimas.
A instalação da estátua responde agora ao protesto de certas organizações de apoio às vítimas, que se opuseram ao acordo por considerá-lo insuficiente.
Fonte: Angop