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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

O protecionismo de Trump e o Japão sob óticas distintas

Em entrevista concedida a rede de televisão japonesa NHK nesta sexta-feira, 13,  o economista do Bank of America/Merrill Lynch, Shusuke Yamada, afirmou que a política comercial do recém eleito presidente norte-americano, Donald Trump, pode ser analisada sob óticas distintas.

Yamada acredita que é preciso ponderar dois pontos de vista: o primeiro, diz respeito a gestão protecionista. E o segundo, ao nível de protecionismo.

Trump já evidenciou durante toda a corrida eleitoral que deverá adotar políticas protecionistas em sua gestão, impactando diretamente e negativamente o planejamento estratégico de diversos players de diferentes setores da economia japonesa como um todo. A Toyota, por exemplo, literalmente "obrigou-se" a rever investimentos pré anunciados no México em virtude desse protecionismo proclamado.

Entretanto, há um segundo ponto de vista, relacionado ao “quanto” a nova gestão será protecionista. Saber essa dosagem ou diferença poderá ser crucial para a manutenção de uma boa relação comercial EUA-Japão, pois este protecionismo pode, se bem administrado, atender indiretamente os interesses do capital japonês. E a Softbank, por exemplo, é um reflexo deste processo.

A partir da vitória de Trump, a gigante japonesa das telecomunicações anunciou mais de U$50 bilhões de investimentos nos EUA e o negócio, certamente, trará benefícios para ambos os lados. E vale salientar que o mesmo foi totalmente "costurado" sob a tutela protecionista de Trump. Ou seja: há uma esperança de que a gestão do empresário norte-americano seja, acima de tudo, mais do que protecionista, aberta a bons negócios. Por isso a importância de se compreender até onde esse protecionismo será ou não prejudicial ao Japão.

Se a gestão Trump mostrar-se aberta aos melhores negócios em detrimento do protecionismo exacerbado, estima-se que o dólar manter-se-á forte em relação ao iene até o fim de 2017 oscilando entre 125-130 ienes/dólar, concluiu o economista.

Fonte: NHK