Em
entrevista concedida a rede de televisão japonesa NHK nesta
sexta-feira, 13, o economista do Bank of America/Merrill Lynch, Shusuke
Yamada, afirmou que a política comercial do recém eleito presidente
norte-americano, Donald Trump, pode ser analisada sob óticas distintas.
Yamada acredita que é preciso ponderar dois pontos de vista: o primeiro, diz respeito a gestão protecionista. E o segundo, ao nível de protecionismo.
Trump
já evidenciou durante toda a corrida eleitoral que deverá adotar
políticas protecionistas em sua gestão, impactando diretamente e
negativamente o planejamento estratégico de diversos players de
diferentes setores da economia japonesa como um todo. A Toyota, por
exemplo, literalmente "obrigou-se" a rever investimentos pré anunciados
no México em virtude desse protecionismo proclamado.
Entretanto,
há um segundo ponto de vista, relacionado ao “quanto” a nova gestão
será protecionista. Saber essa dosagem ou diferença poderá ser crucial
para a manutenção de uma boa relação comercial EUA-Japão, pois este
protecionismo pode, se bem administrado, atender indiretamente os interesses do capital
japonês. E a Softbank, por exemplo, é um reflexo deste processo.
A
partir da vitória de Trump, a gigante japonesa das telecomunicações
anunciou mais de U$50 bilhões de investimentos nos EUA e o
negócio, certamente, trará benefícios para ambos os lados. E vale salientar que o mesmo foi
totalmente "costurado" sob a tutela protecionista de Trump. Ou seja: há
uma esperança de que a gestão do empresário norte-americano seja, acima
de tudo, mais do que protecionista, aberta a bons negócios. Por isso a
importância de se compreender até onde esse protecionismo será ou não
prejudicial ao Japão.
Se a gestão Trump mostrar-se aberta aos melhores negócios em detrimento do protecionismo exacerbado, estima-se que o dólar manter-se-á forte em relação ao iene até o fim de 2017 oscilando entre 125-130 ienes/dólar, concluiu o economista.
Se a gestão Trump mostrar-se aberta aos melhores negócios em detrimento do protecionismo exacerbado, estima-se que o dólar manter-se-á forte em relação ao iene até o fim de 2017 oscilando entre 125-130 ienes/dólar, concluiu o economista.
Fonte: NHK