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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Brazil-Japan Energy Efficiency Workshop - dia 02

Na foto: Reservatórios de gás (ao fundo) da Tokyo Gas Company.

(TÓQUIO) - Entre os dias 31 de janeiro e 2 de fevereiro, o "Brazil Japan Workshop for Promotion of Energy Efficiency and Conservation/Capacity Building" propiciou aos seus participantes uma série de visitas técnicas a empresas da região de Tóquio, Yokohama, e Kawasaki.

No dia 31 (terça-feira), a comitiva brasileira visitou a sede da Tokyo Gas Company, uma das principais empresas de gás natural do Japão, responsável pela produção, abastecimento, e venda de gás natural em Tóquio.

Fundada em 1885, a empresa emprega hoje mais de 7 mil funcionários, além de contar com uma rede de mais de 50.000km de gasodutos, tornando-se a principal distribuidora de gás nas regiões de Kanagawa, Saitama, Chiba, Ibaraki, Tochigi, e Gunma.

Durante a visita, os participantes puderam ver in loco todo o funcionamento da empresa e o alto padrão da tecnologia empregada no gerenciamento de toda sua infraestrutura. Neste sentido, destaque para a completa integração de diversas matrizes energéticas no que diz respeito ao funcionamento da empresa, integrando gás, painéis solares, e geradores de célula de hidrogênio, com demais fontes convencionais.

Já no período da tarde a comitiva foi até a cidade de Yokohama visitar a Eneos Soene Project - residência inteligente da maior petrolífera do Japão, a Eneos, pertencente ao grupo JX Nippon Oil and Energy Corporation, um dos maiores do Japão.

Empregando mais de 18 mil funcionários diretos, e com um lucro declarado de U$4 bilhões (2010), o grupo, que possui sua base na exploração de petróleo, gás natural, e mineração, vem investindo maciçamente na pesquisa e desenvolvimento de novas matrizes energéticas, como geradores de célula de combustível, painéis solares, e baterias de lithium-ion.

A Eneos Soene Project possui 160m² e é equipada com uma série de equipamentos que possibilitam uma baixa emissão de carbono, potencializando ao máximo a utilização dos recursos providos pelo próprio meio ambiente, como no caso do ar condicionado natural, gerado pela captação dos ventos externos em combinação de painéis solares.

Outro diferencial da casa é o denominado ENE-FARM, gerador de células de hidrogênio capaz de gerar energia elétrica e água quente sem danificar o meio ambiente. Além deste, a casa possui ainda outros destaques, como um gerador fotovoltaico (5.78 kwh), um gerador/reservatório de bateria de lithium-ion (9.36 kwh), paredes especiais que acumulam e reaproveitam o calor gerado pelo sol, painéis solares, bombas que reutilizam água da chuva, estação para abastecimento de carros elétricos, etc... tudo controlado em detalhes pelo gerenciador eletrônico denominado HEMS, um pequeno display de 5'' lcd touch screen capaz de monitorar em tempo real toda energia armazenada e utilizada pela casa.

Vale mencionar que a Eneos, a fim de garantir o constante progresso deste projeto, autorizou que vários funcionários residissem na casa e acompanhassem de perto, passo-a-passo, todo seu comportamento: compondo relatórios, analisando dados, enfim, avalizando tecnicamente este ambicioso projeto que tem por objetivo, além da preservação do meio ambiente, a comercialização deste tipo de edificação sustentável a partir deste ano.

Mais sobre o JX Group e Tokyo Gas:

Fotos: Masaki Kimura - ECCJ / Internet

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Brazil-Japan Energy Efficiency Workshop - dia 01

Na foto: os membros da comitiva brasileira e coordenadores do evento. Ao centro, Rui Hara, diretor presidente da Comec, ao lado do presidente da Fiep, Edson Campagnolo, e do gerente geral do departamento de cooperação internacional do ECCJ, Hitoshi Maeshima.

(TÓQUIO) - Nesta segunda-feira (30) teve início em Tóquio, o "Brazil Japan Workshop for Promotion of Energy Efficiency and Conservation/Capacity Building", promovido pelo Centro de Eficiência Energética do Japão (ECCJ), coligado ao Ministério da Economia, Indústria e Comércio do Japão (METI), e que contou no Brasil com a coordenação da CCIBJ do Paraná.

Com mais de 30 anos de existência, o centro é o único do Japão a lidar com assuntos co-relacionados a eficiência energética, tema extremamente em voga devido ao tsunami/terremoto que atingiu o país em março deste ano, invalidando a usina de Fukushima e trazendo a tona discussões voltadas a confiabilidade da energia nuclear e a busca por novas matrizes energéticas.

É a primeira vez que o ECCJ convida o nosso país (Rio de Janeiro e Paraná) a fazer parte deste, que terá a duração de 1 semana e tem por objetivo a criação de uma sociedade mundial de baixa emissão de carbono, apresentando as mais recentes tecnologias do Japão em termos de geração de energia (eólica, solar, incineradores de lixo), além da exposição de projetos de edificações sustentáveis e visitas técnicas.

APRESENTAÇÕES

Após a abertura do evento, o ECCJ realizou uma completa apresentação a respeito da atual situação energética do Japão, abrangendo as políticas (regulamentações, leis e normas) e ações (programas, cases, procedimentos e necessidades) norteadas pelo METI e Agência para Recursos Naturais e Energia do Japão (ANRE) em torno da constituição e desenvolvimento de uma sociedade voltada para a baixa emissão de carbono.

Baseado no conceito denominado "3E" (stable supply, economy, e enviromental compatibility), concebido na primeira crise do petróleo (1973) e que determina a pluralidade de matrizes energéticas, o governo japonês vem buscando reduzir a dependência de combustíveis fósseis promovendo alternativas, reformas, e novas maneiras de se produzir, consumir, e conservar energia no país.

Na sequencia, foi a vez dos membros da comitiva brasileira realizarem suas respectivas apresentações.

Composta por Governo do Estado do Paraná (através das secretarias do Meio-Ambiente, Planejamento, e Assuntos Metropolitanos de Curitiba), Copel, Itaipu, Fiep, Lactec, Firjan, Eletrobras, Estre Ambiental, Grupo Hubner, Elco Engenharia Elétrica, Wiecheteck Engenharia Elétrica, e CCIBJ do Paraná, a comitiva focou-se na introdução de trabalhos, ações e medidas que estão sendo tomadas no Brasil na busca pelo desenvolvimento e manutenção de novas matrizes energéticas.

PARCERIAS COM O BRASIL

O primeiro dia de evento teve desfecho com as apresentações do capital privado japonês.

Empresas como Mayekawa, Kawasaki, Hitachi Zosen, Nippi, e Banco Mitsubishi, expuseram seus produtos, que vão desde a compressores (chillers) à geradores de energia a partir da incineração de lixo.

Para Nobuya Tamai, da Hitachi Zosen, o Brasil goza de uma privilegiada posição econômica, o que faz com que diversas empresas japonesas procurem expatriar seus investimentos no país. "Nossa empresa possui a real intenção de se instalar no Brasil. Sabemos que economicamente é viável, e o país aparenta desfrutar de todas as condições necessárias para a realização de novos negócios, sendo o workshop proposto pelo ECCJ um belo modelo para a formatação de futuras parcerias".

Além da presença de empresas japonesas, o evento contou ainda com representantes da Jetro Tóquio (Japan External Trade Organization) e Jase-W (Japanese Business Alliance for Smart Energy Worldwide).

A partir de amanhã até o fim da semana, o foco do workshop estará voltado para a realização de visitas técnicas, onde a comitiva brasileira terá a oportunidade de conhecer in loco as atividades desenvolvidas por algumas empresas do setor.

Fotos: Masaki Kimura - ECCJ

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Brasil e Japão: acordo facilita vistos para negócios

A partir de janeiro de 2012, vistos para negócios que tinham duração de 90 dias vão passar a valer três anos. Trocas comerciais bilaterais deverão ser impulsionadas com esta medida.

Em 2011, nos encontros entre os ministros das relações exteriores, na época, Takeaki Matsumoto e Antonio Patriota, a ideia de um acordo começou a se concretizar. Brasil e Japão concordaram em simplificar o procedimento de pedido de visto de negócios e estender o período de validade. Isso já acontecia com alguns países. O acordo foi oficialmente assinado no dia 28 de novembro, em Brasília, pelo diretor do Departamento Consular e de Brasileiros no Exterior, do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), embaixador Eduardo Ricardo Gradilone Neto - que já serviu na Embaixada do Brasil em Tóquio como conselheiro e ministro-conselheiro -, e pelo embaixador do Japão no Brasil, Akira Miwa.

O Brasil mantém com Austrália, Canadá e Índia, visto de negócios, acordos para concessão de visto de negócios de até cinco anos. Com a China e o México, e agora com o Japão, os vistos de negócios são de até três anos.

Os vistos para negócios que tinham duração de 90 dias vão passar a valer três anos. Com entrada em vigor em janeiro de 2012, a medida deverá facilitar a vida dos executivos japoneses que não precisarão mais ir reiteradas vezes ao consulado para validar o visto. Também irá aliviar os consulados brasileiros no Japão.

Com o crescente interesse de investidores pelo Brasil, o número de vistos para negócios vem aumentando. Os negócios podem se acelerar com este acordo do visto. (com informações da IPC).

Fonte: Câmara Japonesa do Brasil

Japão tem seu primeiro déficit comercial desde 1980

O Japão reportou seu primeiro déficit comercial anual em mais de 30 anos, levantando a questão de até quando poderá depender das exportações para financiar uma enorme dívida pública sem ter que recorrer aos invertidores estrangeiros.

Japão reportou seu primeiro déficit comercial anual em mais de 30 anos, levantando a questão de até quando poderá depender das exportações para financiar uma enorme dívida pública. As sequelas do terremoto de março aumentaram os custos de importação de combustível, enquanto a desaceleração do crescimento mundial e a força do iene golpearam as exportações, o que levou a balança comercial em 2011 a um déficit, segundo mostraram dados publicados na quarta-feira.

O Japão registrou um déficit comercial de 2,49 trilhões de ienes (US$32 bilhões) em 2011, o primeiro déficit anual desde 1980, mostraram dados do Ministério das Finanças.

Economistas dizem que a balança comercial seguirá negativa nos próximos anos, enquanto o país lida com a catástrofe de Fukushima -que liberou radiação na atmosfera e obrigou a maioria das usinas nucleares a fecharem diante dos protestos da população.

Depois, o superávit deve voltar, mas as tendências de longo prazo sugerem que o saldo vai se enfraquecer de qualquer forma. A alta do iene para a máxima recorde ano passado, abaixo de US$77 -contra mais de 250 em 1980- está tornando as exportações japonesas cada vez menos competitivas e encorajando as manufatureiras a se mudarem para o exterior.

O argumento de que o Japão pode depender dos superávits de seu comércio internacional para ofuscar a enorme dívida pública também parece menos convincente e faz alguns investidores apostarem que uma crise de financiamento acontecerá mais cedo que o esperado.

Fonte: Valor

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Era das exportações do Japão chega ao fim

Uma das maiores potências exportadoras do mundo está perdendo força.

Durante décadas, o Japão usou uma combinação de poder industrial e uma política de comércio exterior voltada à exportação para inundar mercados ao redor do mundo com seus carros, eletrônicos e semicondutores.

Isso acabou.

O governo japonês anunciou na quarta-feira que o país terminou 2011 com um déficit de 2,5 trilhões de ienes ( US$ 32 bilhões), seu primeiro déficit comercial anual desde 1980. Se o iene continuar forte e a demanda mundial fraca, o Japão pode ter déficits pelos próximos anos, alertam economistas.

A impressionante mudança é, em parte, resultado de fatores temporários como os desastrosos terremoto e tsunami de março passado, que destruíram fábricas, aleijaram cadeias de suprimento e paralisaram muitos dos reatores nucleares do país. Mas o sismo parece ter acelerado tendências — como uma queda na competitividade das empresas — que há anos vinham ganhando corpo enquanto a superpotência exportadora se transformava num país de aposentados.

Mais e mais empresas japonesas estão transferindo produção para fora do país. "Este é um momento crucial para nós", diz Masahiko Mori, presidente da fabricante de máquinas-ferramentas Mori Seiki Co., que foi fundada em 1948 e este ano está abrindo sua primeira fábrica fora do Japão — nos Estados Unidos. Mori diz que, dentro de cinco anos, ele quer fazer cerca de 40% das máquinas da Mori Seiki fora do Japão.

Se antigamente o Japão forçava o resto do mundo a marchar no seu ritmo, agora a país está sendo varrido por grandes forças globais fora de seu controle. O forte crescimento de economias como China e Brasil empurrou para cima o custo que o Japão paga por petróleo, gás e terras-raras que importa para fabricar máquinas fotográficas, celulares ou carros. Mori diz que os preços de metais terras-raras dobraram o custo de ímãs usados nos motores que sua empresa necessita.

As doenças fabris do Japão estão se refletindo na balança comercial. Para os primeiros 11 meses de 2011, o país divulgou um déficit comercial de 2,3 trilhões de ienes (US$ 30 bilhões), depois de ter tido superávit de 6,6 trilhões de ienes para todo o ano de 2010. Analistas dizem que é quase impossível para o país divulgar um superávit grande o bastante no relatório desta quarta, referente a dezembro, para superar o déficit do resto do ano.

"Eu não nego que existe uma tendência que pode levar a um déficit comercial de longo prazo, se não fizermos nada", disse o ministro da Economia e do Comércio Exterior, Yukio Edano, ao The Wall Street Journal na semana passada.

Hiromichi Shirakawa, um ex-diretor do banco central, o Banco do Japão, que hoje chefia análise econômica no Credit Suisse em Tóquio, prevê que o Japão vá ter déficit comercial este ano, assim como em 2011. Ele diz que não há chance de voltar a superávits enquanto o iene permanecer perto de seus recordes de alta em relação ao dólar, os combustíveis continuarem caros e a demanda mundial relativamente fraca.

Salientando as dificuldades do país, o Banco do Japão anunciou ontem que espera que a economia se contraia em 0,4% neste ano fiscal, revisando uma projeção anterior de um ganho de 0,3%. O banco central afirmou que o enfraquecimento de outras economias e a valorização do iene continuam a impedir o crescimento do país.

É uma situação tenebrosa para o Japão. Se os déficits comerciais continuarem, o país pode passar de um constante provedor de capital para um devedor líquido. O Japão pode acabar tendo de financiar uma dívida que já é maior que a da Itália como porcentagem da economia. Embora o iene esteja tão alto agora, ele vai acabar despencando se o Japão continuar com déficits. Um iene fraco ajudaria os industriais japoneses, mas causaria estrago numa economia cada vez mais dependente de importações.

Nas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, o Japão praticamente inventou o crescimento liderado por exportações, gerando uma impressionante criação de riqueza propagandeada pelos líderes nacionais como o "milagre japonês". Um grande alvo das exportações foi a então pujante economia americana — e os carros japoneses fizeram tanto sucesso nos EUA, que em 1981 o governo começou a pressionar as montadoras do Japão a limitar "voluntariamente" suas exportações. Depois, os EUA acusaram o Japão de despejar semicondutores baratos nos mercados mundiais.

Como parte de um esforço para enfrentar a potência exportadora japonesa, os EUA, as maiores economias da Europa e o Japão assinaram o Acordo de Plaza em 1985 — batizado com o nome do hotel nova-iorquino onde foi assinado — para reforçar o iene ante as maiores moedas do mundo, o que aumentava o custo de produtos feitos no Japão no mercado internacional. O acordo teve um forte impacto sobre o câmbio: o iene subiu de 239 por dólar em 1985 para 128 em 1988.

Mas a mudança não acabou tendo o efeito desejado de encolher os enormes superávits comerciais do Japão, em parte porque as autoridades japonesas tentaram mitigar o impacto econômico inundando a economia com dinheiro barato. A consequente bolha de ativos criou grandes distorções na economia e nos mercados financeiros do Japão, e seu estouro deu início a duas décadas de estagnação. O trauma do Acordo de Plaza tem sido mencionado por autoridades chinesas como um grande motivo pelo qual hesitam em responder à pressão similar dos EUA hoje para apreciar o yuan.

Manufaturas japonesas em anos recentes começaram a perder terreno para rivais de países como a China ou a Coreia do Sul, cujos produtos geralmente são tão bons quanto os japoneses e cujos custos são muito menores. Uma pesquisa de 2010 com executivos mundiais de manufatura, conduzida pela Deloitte Touche Tohmatsu e pelo Conselho de Competitividade dos EUA, projetou que o Japão continuaria a ficar para trás de países em desenvolvimento e também dos EUA em competitividade de manufatura pelos próximos anos, conforme a população envelhece e o custo de fabricar produtos no país cresce.

Intensa concorrência no exterior tem derrubado os preços que pesos pesados da manufatura japonesa, como Toyota Motor Co. ou Sony Corp., podem obter por seus produtos no exterior, enquanto o iene forte tem tornado mais difícil extrair lucros.

O desastre nuclear na usina Fukushima Daiichi, que na prática paralisou o uso de energia nuclear no Japão por enquanto, também está levando a um aumento nos preços de energia.

A operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co., anunciou semana passada uma alta de 17% em média, a primeira desde 1980, em suas tarifas básicas de eletricidade para empresas, citando uma maior dependência de petróleo em face da resistência do público quanto a religar os reatores.

Outras empresas japonesas de serviços públicos também estão tendo dificuldades para reiniciar reatores. E o governo está alertando que todas as usinas nucleares do país — que respondiam por cerca de 30% da energia consumida pelo Japão um ano atrás — poderiam permanecer fechadas durante o verão, quando a demanda por eletricidade chega ao pico. Isso pode implicar racionamento ou até apagões programados. As empresas se preparam para o pior. Mori, por exemplo, está lançando medidas de economia de energia em suas fábricas.

Alguns dizem que os desastres só aceleraram uma mudança muito mais ampla na economia do Japão. "Isso é parte do processo de se tornar uma economia madura", diz Hiroyuki Ishige, que foi uma autoridade comercial do país nos anos 80 e agora chefia a Organização de Comércio Exterior do Japão. A entidade surgiu em 1951 com o objetivo de promover as exportações japonesas, e desde então passou a encorajar o investimento no Japão, assim como a dar consultoria para pequenas empresas que querem entrar no mercado internacional, diz ele.

O Japão ainda é um país rico, com uma gama de indústrias que têm grandes fatias no mercado mundial de vários produtos, de automóveis a endoscópios. Alguns dos fatores que têm derrubado as exportações do país são temporários, como a queda na demanda internacional por produtos causada pela fraqueza econômica na Europa e a alta do iene diante do dólar e do euro. Um enfraquecimento da moeda japonesa poderia mudar a equação em favor dos industriais japoneses.

E o Japão ainda tem 251 trilhões de ienes a mais em reservas estrangeiras e investimentos — como títulos de dívida do Tesouro dos EUA — do que outros países detêm em papéis japoneses, segundo o Ministério da Fazenda. Isso é um superávit de capital maior do que o de qualquer outro país.

"É verdade que a tendência é de déficits comerciais, mas enquanto o Japão continuar tendo superávit em conta corrente, isso não importa", diz Eisuke Sakakibara, uma ex-autoridade econômica. A conta corrente reflete a diferença entre o que um país poupa e o que ele investe. Ela inclui a importação de bens e serviços, mais o retorno sobre investimentos no exterior, em comparação com as exportações. Quando a conta corrente fica negativa, isso quer dizer que os investimentos domésticos estão sendo financiados com dinheiro estrangeiro.

O enfraquecimento da balança comercial do Japão ocorre quando uma população que está envelhecendo e décadas de crescimento quase zero corroem a poupança que os japoneses amealharam quando a economia estava em alta. Isso, por sua vez, alimenta temores de que o Japão tenha, cedo ou tarde, dificuldades para financiar seus quase 1 trilhão de ienes em dívida pública.

A Mori Seiki, de Mori, é um exemplo das forças que estão atuando sobre o Japão. A empresa faz máquinas usadas na fabricação de carros, aviões e outros produtos. Ela faz 98% de suas máquinas no Japão, usando peças fornecidas por empresas japonesas.

Isso foi um problema ano passado, depois do terremoto e tsunami que tornaram certos componentes difíceis de encontrar.

Além disso, a Mori Seiki agora ganha cerca de 65% de seu faturamento de US$ 1,5 bilhão fora do país, e ela tem sofrido com a valorização do iene.

Mori diz que, quando US$ 1 compra 80 ienes ou menos — hoje compra cerca de 77 —, fica mais lucrativo fabricar nos EUA equipamentos que serão vendidos nos EUA. No ano passado, ele decidiu abrir uma fábrica na Califórnia, onde ele espera produzir cerca de 20% dos produtos da Mori Seiki, além de outros 20% na Europa.

[wsjamb1jan25]

Fonte: Wall Street Journal

Visitas à câmara: IBGE

Nesta quarta-feira (25), o presidente da CCIBJ do Paraná, Yoshiaki Oshiro recebeu a visita do representante do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Helio Higa.

Na pauta, a apresentação de todo o portfólio de pesquisas realizadas pelo IBGE em diversas áreas, que de acordo com Higa, podem auxiliar investidores japoneses a terem uma noção mais completa e precisa a respeito do nosso país em termos de números, dados e estatísticas.

Higa ainda ressaltou que encontra-se inteiramente ao dispor da entidade e empresas associadas no que diz respeito ao fornecimento desta completa gama de informações, inclusive a empresas japonesas que tenham interesse em investirem no Paraná.

SOBRE O IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mais conhecido por sua sigla IBGE, é uma fundação pública da administração federal brasileira criada em 1934 e instalada em 1936 com o nome de Instituto Nacional de Estatística; seu fundador e grande incentivador foi o estatístico Mário Augusto Teixeira de Freitas. O nome atual data de 1938. A sede do IBGE está localizada na cidade do Rio de Janeiro, estado do Rio.

O IBGE tem atribuições ligadas às geociências e estatísticas sociais, demográficas e econômicas, o que inclui realizar censos e organizar as informações obtidas nesses censos, para suprir órgãos das esferas governamentais federal, estadual e municipal, e para outras instituições e o público em geral.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

BC do Japão mantém política de juro zero e corta previsões para 2012

TÓQUIO - O Banco do Japão (BOJ) reduziu sua previsão de crescimento para o ano que se inicia em abril, ao mesmo tempo em que manteve sua política de taxa de juro zero, de olho na crise da Europa que reduz a demanda global e mantém o iene fortalecido.

O presidente do BC, Masaaki Shirakawa, e sua equipe reduziram a estimativa referente ao ano fiscal de 2012 de 2,2% para 2%, mas manteve a projeção de alta de 0,1% dos preços ao consumidor.

As revisões refletem a preocupação crescente do BOJ de que a crise de dívida da Europa vai desaquecer as exportações e manter o iene perto das máximas históricas, abatendo os lucros corporativos.

O banco central também manteve seu fundo de compra de ativos em 20 trilhões de ienes (US$ 260 bilhões) e seu programa de empréstimos em 35 trilhões de ienes. A taxa básica de juro ficou na faixa de zero a 0,1%.

A decisão foi unânime e ficou em linha com as previsões de 14 economistas ouvidos pela Bloomberg.

"A economia do Japão tem ficado mais ou menos estável, principalmente por conta dos efeitos de um desaquecimento nas economias estrangeiras e da apreciação do iene", destacou o BC do Japão.

O Produto Interno Bruto (PIB) deve se expandir 1,6% no ano que começa em abril de 2013, quando os preços ao consumidor devem subir 0,5%, segundo o banco central. No ano que termina em março próximo, a economia vai se contrair 0,4% e os preços devem marcar queda de 0,1%, nos dois casos abaixo do previsto inicialmente.

O Banco do Japão prometeu manter a taxa básica de juros até que veja sinais sustentáveis de inflação.

(Bloomberg News)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Câmara na ENEX 2012, principal feira de Smart Energy do Japão

A ser realizada entre os dias 1 e 3 de fevereiro em Tóquio, a edição deste ano da Energy & Environment Exhibition (ENEX), uma das maiores feiras de eficiência energética do Japão contará com a presença da comitiva da CCIBJ do Paraná, composta por representantes da Copel, Itaipu, Governo do Estado, Comec, Lactec, Cavo, Elco Engenharia Elétrica, Wiecheteck Engenharia, Grupo Hubner, CCIBJ do Paraná, FIRJAN, Eletrobras, e FIEP.

Organizada pelo The Energy Conservation Center of Japan (ECCJ), coligado ao Ministério da Economia, Indústria e Comércio do Japão (METI), a feira contará com mais de 50 empresas do setor, e tem por objetivo expor e debater as mais recentes tecnologias ligadas à baixa emissão de carbono.

Este ano a feira estará dividida em três temas: economia, conservação, e redes inteligentes de energia.

O tema "economia de energia" ou energy saving vem chamando muito a atenção dos japoneses devido ao tsunami/terremoto que atingiu o país no mês de março do ano passado. As exibições ligadas a este tema trarão soluções para a economia do consumo de energia para prédios, escritórios, e fábricas. Outro destaque acerca do tema será a exibição de um conjunto de empresas ligadas a captação de energia, como fabricantes de geradores eólicos e solares.

Já o tema "conservação de energia" ou energy conservation será mais voltado para as soluções concebidas no que diz respeito ao armazenamento e conservação de energia. Ainda sobre o tema, a Enex deste ano também irá sediar o "Energy Conservation Grand Prix", competição que premia as empresas que desenvolveram os melhores produtos voltados para a conservação e aproveitamento inteligente de energia elétrica.

E finalmente, o terceiro tema "redes inteligentes de energia" ou smart grid irá abranger todas as novidades do setor, como módulos de rádio para medições inteligentes, equipamentos de monitoramento, redes, TI, etc...

SOBRE O CONCEITO DE SMART GRID

Smart Grids em tradução livre do inglês significa Redes Inteligentes. Redes Inteligentes no sentido de tornar a infra-estrutura de energia elétrica em uma rede do futuro, em uma rede segura, digitalizada, rápida em resposta a colapsos do Sistema Elétrico e que irá permitir o atendimento à crescente demanda de energia elétrica da população.

A Rede Inteligente automaticamente irá se auto-organizar para atender a repentinos crescimentos da demanda, bem como curto-circuitos e blecautes na rede elétrica. E o mais importante, ela irá tratar de forma inteligente as fontes de energia, permitindo que os consumidores tenham em sua planta geração renovável como eólica e solar, ou até mesmo carros elétricos que ajudarão no controle da eficiência energética da rede.

WORKSHOP BRASIL JAPÃO

A participação na ENEX 2012 integra o roteiro de atividades do “Brazil-Japan Workshop for Promotion of Energy Efficiency and Conservation/Capacity Building”.

É a primeira vez em mais de 30 anos de existência que o ECCJ convida o nosso país (através da CCIBJ do Paraná) a fazer parte deste que tem por objetivo a criação de uma sociedade mundial de baixa emissão de carbono, apresentando as mais recentes tecnologias do Japão em termos de geração de energia (eólica, solar, incineradores de lixo), além da exposição de projetos de edificações sustentáveis e visitas técnicas.

Lista de exibidores da ENEX 2012: http://www.low-cf.jp/eng/list.html

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Japão deve contribuir com recursos adicionais ao FMI, diz ex-diretor

TÓQUIO - O Japão deve contribuir com recursos adicionais ao Fundo Monetário Internacional (FMI), para que o órgão possa combater a crise da dívida da Europa, mesmo que os Estados Unidos não o façam, afirmou Takatoshi Katoex-vice-diretor-gerente do fundo, que já foi também um importante executivo financeiro de Tóquio.

“É desejável a participação dos Estados Unidos, mas ainda que os Estados Unidos não participem, o Japão deve contribuir, juntamente com outros países do G-20”, afirmou Takatoshi Kato. Embora a situação fiscal do Japão seja difícil, Kato, que também foi vice-ministro das finanças do país para assuntos internacionais na década de 1990, disse que o Japão tem como oferecer suporte financeiro usando uma parte de suas reservas cambiais de US$ 1,3 trilhão, a segunda maior do mundo.

Fonte: Dow Jones

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Tepco descarta responsabilidade de conselho em acidente em Fukushima

SÃO PAULO - A Tokyo Electric Power Co. (Tepco) descartou, em documento encaminhado hoje a seus acionistas, que membros de seu conselho tenham qualquer responsabilidade em relação ao acidente nuclear na usina de Fukushima, desencadeado após o terremoto seguido de tsunami que abalou o Japão em março do ano passado.

De acordo com reportagem do jornal Kyodo News, a negativa vem na esteira de um pedido de acionistas da Tepco para que a companhia movesse uma ação contra antigos e atuais membros do conselho.

Apesar dessa posição, acionistas da Tepco deverão encaminhar uma ação a uma corte distrital de Tóquio, possivelmente no fim do mês, solicitando que os membros do conselho paguem um total de 5,5 trilhões de ienes (US$ 71,7 bilhões) por perdas relativas ao desastre.

Fonte: Stella Fontes | Valor

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Japão além das meras aparências

No conto "Em Português Brasileiro", Kenzaburo Oe relata a história de um povoado no Japão cujos habitantes desapareceram misteriosamente. Um guarda florestal tenta descobrir o paradeiro, enquanto mostra fascínio pelo português falado no Brasil, língua que está estudando. "Nem tudo no mundo é explicável", diz o personagem. "A cidade do Rio de Janeiro parece que também não é cartesiana." Para nós, brasileiros, a frase não deixa de fornecer certa iluminação.

Olhar as coisas sob uma perspectiva diferente é essencial para um melhor entendimento do mundo. No que se refere a ponto de vista, o japonês Kenzaburo Oe, de 76 anos, tem uma condição privilegiada. O fato de ter vivido a infância e adolescência em uma vila no meio da floresta, isolada do restante do Japão (país que por sua vez é isolado fisicamente do continente asiático), deixou marcas indeléveis no escritor. Mitos e lendas locais, transmitidas oralmente através dos séculos, são constantes em sua obra. Há sempre um elemento mágico, fantástico, que retoma as origens do próprio país.


Elementos tipicamente japoneses povoam o seu trabalho, como mostra a compilação "14 Contos de Kenzaburo Oe", que reúne textos escritos entre 1957 e 1990. Oe aborda questões que muitos japoneses gostariam de esconder embaixo do tapete. O ressurgimento do militarismo, honra, loucura, o não falar diretamente (comumente visto como um traço de hipocrisia por observadores ocidentais), consumismo, desvios sexuais - "O Homem Sexual", de 1963, sobre tarados de metrô, lembra os retratos da compulsão celebrizados por Junichiro Tanizaki (1886-1965) - são temas que retratam um Japão contemporâneo esgotado.

Para ele, a literatura não basta. Há anos, o escritor também é um ativo pacifista, uma figura pública polêmica. No conto "Seventeen" (1961), inspirado no assassinato de um líder do Partido Socialista por um estudante, Oe retrata a conversão de um adolescente onanista a fanático de extrema-direita. Conseguiu desagradar aos dois lados da questão, mas chegou a receber elogios do escritor Yukio Mishima (1925-1970), um militarista fanático.

A carreira de Oe, no entanto, pode ser dividida em duas fases, separadas pelo nascimento do primeiro filho, Hikari, em 1963. Nos primeiros anos, são mais fortes as influências da literatura francesa, em especial o existencialismo de Sartre.

Aos 28 anos, Oe já era um escritor famoso no Japão. Alguns anos antes, vencera o Prêmio Akutagawa, um dos mais prestigiosos do país. Mas, quando soube que Hikari nascera com grave problema cerebral, que o tornou deficiente mental para o resto da vida, Oe entrou em crise pessoal que acabaria criando sua voz literária e o levaria ao Prêmio Nobel de Literatura em 1994. Esse momento tenso ganha uma versão romanceada em "Aghwii, o Monstro Celeste" (1964). Oe viu-se tentado a dar cabo da vida do filho, por sugestão dos médicos. Na sociedade japonesa, ter um deficiente mental na família é um tabu. O escritor, ao contrário, resolveu assumir o filho e não escondê-lo. Hikari tornou-se personagem constante nos textos de Oe ("Viver em Paz" e "A Dor de uma História", ambos de 1990, retratam o cotidiano da família).

Na obra de Kenzaburo Oe, há sempre um estranhamento perante o ser humano, como se um observador alienígena estivesse nos vendo e tecendo comentários espantados. Ele fala sobre o Japão, mas, antes de mais nada, sobre a condição humana.

Fonte: Valor

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Japão: Noda troca ministros para aprovar novo imposto

Japão: Noda troca ministros para aprovar novo imposto

O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, escolheu hoje um veterano falcão do partido governista para ser seu vice e removeu dois ministros, que cometeram deslizes, de seus cargos como parte de uma minirreforma do gabinete.

Na tentativa de prosseguir com o seu impopular plano de dobrar os impostos sobre vendas até 2015, Noda nomeou Katsuya Okada, ex-presidente do aliado Partido Democrático, como vice-primeiro-ministro. Okada também supervisionará a reforma fiscal e administrativa.

"Acredito que a nomeação de Okada foi feita com um olho no grande tema do bem-estar social e da reforma tributária", disse o secretário-chefe do gabinete de governo, Osamu Fujimura, ao anunciar as mudanças.

Okada, que anteriormente já ocupou postos chaves na política governista, incluindo a secretaria-geral do Partido Democrático e o Ministério das Relações Exteriores, é frequentemente visto como um futuro premiê. Defensor do aumento do imposto sobre vendas, ele também é visto como uma tentativa de Noda de mostrar seu compromisso com a reforma fiscal.

Noda também substituiu o ministro da Defesa, Yasuo Ichikawa, e o chefe da Segurança Nacional, Kenji Yamaoka, numa tentativa de apaziguar os partidos da oposição, que votaram a favor da censura aos dois ministros depois que eles fizeram declarações desastrosas. Outros ministros-chave, incluindo o das Finanças, Azumi Jun, e o das Relações Exteriores, Koichiro Gemba, foram mantidos.

Fonte: Dow Jones

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Índice da OCDE aponta melhora da atividade nos EUA, Rússia e Japão

SÃO PAULO – As economias dos Estados Unidos, Japão e Rússia estão dando sinais de aumento de impulso e continuam acima de suas tendências de longo prazo, apontou o índice de indicadores antecedentes da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgado nesta quinta-feira.

Enquanto isso, o indicador da China, que não integra o bloco, deteriorou-se, sinalizando uma desaceleração da atividade econômica, e a zona do euro segue fraca.

O índice geral recuou de 100,2 em outubro para 100,1 em novembro. Para a China, o índice passou de 100,1 para 100, e agora mostra desaceleração do crescimento diante da tendência de longo prazo. O do Brasil recuou de 94,0 para 93,3, o da zona do euro passou de 98,7 em outubro para 98,3 em novembro e o dos EUA foi de 101,0 para 101,2.

O índice foi elaborado para dar sinais antecipados de pontos de inflexão entre expansão e desaceleração e toma como base dados que historicamente sinalizam mudanças na atividade econômica. O nível 100 representa a tendência de longo prazo para o crescimento.

Fonte: Marcílio Souza | Valor

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Missão do Paraná irá participar de workshop sobre eficiência energética no Japão

Na foto: Ramiro Wahrhaftig (SEPL), Hitoshi Nakamura (ICCBJ), Fujio Takamura (CCIBJ do Paraná), Masaki Kimura (ECCJ), Hitoshi Maeshima (ECCJ), Yoshiaki Oshiro (CCIBJ do Paraná) e Heberthy Daijó (CCIBJ do Paraná)

Entre os dias 20 e 22 de dezembro, a CCIBJ do Paraná recebeu a visita de Masaki Kimura, e Hitoshi Maeshima, representantes do Centro de Conservação Energética do Japão (ECCJ).

Coligado ao Ministério da Economia, Indústria e Comércio do governo japonês, o ECCJ irá realizar em janeiro do ano que vem o 1° Workshop Brasil-Japão tendo como tema "Eficiência Energética, Conservação, e Edificações Sustentáveis". É a primeira vez que o Brasil (através dos estados do Rio de Janeiro e Paraná) é convidado a participar deste tipo de evento.

Com mais de 30 anos de existência, o centro é o único do Japão a lidar com assuntos co-relacionados a eficiência energética, tema extremamente em voga devido ao tsunami/terremoto que atingiu o país em março deste ano, invalidando a usina de Fukushima, e trazendo a tona discussões voltadas a confiabilidade da energia nuclear e a busca por novas matrizes energéticas.

De acordo com Maeshima, o Japão vê neste tema uma boa oportunidade para trocar experiências e aprofundar as relações comerciais Brasil-Japão tendo como foco o desenvolvimento sustentável. "Sabemos que o Brasil passa por um singular momento econômico. E desfruta de uma boa posição no cenário internacional. Por isso, o ECCJ acredita que o momento para a realização de um workshop entre ambos os país não poderia ser melhor, principalmente tendo como tema a questão da eficiência energética e desenvolvimento sustentável, o que poderá trazer para ambos os países boas oportunidades em termos de novos negócios e intercâmbio de tecnologia".

A CCIBJ do Paraná foi a entidade escolhida pelo ECCJ para dar suporte e apoio ao evento no estado. Para Maeshima, a câmara japonesa de comércio do Paraná aceitou o desafio de ajudar a desenvolver um evento internacional em apenas 1 mês. "Sabíamos que propor a realização de um workshop conjunto com o Brasil não seria fácil devido ao curto prazo de inscrição - estamos apenas há 1 mês da sua realização. Por isso ficamos felizes com o trabalho desenvolvido pela câmara japonesa do Paraná ao acreditar no projeto e conseguir polarizar tantos participantes em tão pouco tempo, agendando e nos acompanhando numa série de importantes reuniões em Curitiba. Somos gratos ao trabalho de cooperação desenvolvido pela entidade".

Segundo o diretor da câmara, Heberthy Daijó, o fato da ECCJ ter escolhido a CCIBJ do Paraná para estar realizando este trabalho conjunto é apenas um gesto de reconhecimento das atividades realizadas pela atual gestão nos últimos anos. "Desde 2009 a câmara vem sofrendo uma profunda reformulação. Passamos por momentos difíceis no governo anterior (do estado), notoriamente avesso a investimentos estrangeiros. Todavia, com muito foco e objetividade, a entidade demonstrou que pode contribuir para a internacionalização do Paraná no Japão, trazendo assim novas empresas, investimentos e singulares oportunidades como esta, onde o intercâmbio de informações na área de eficiência energética poderá gerar inúmeros bons resultados para ambas as partes" finalizou.

A comitiva, que contará com representantes da Copel, Itaipu, Governo do Estado, Comec, Lactec, Cavo, Elco Engenharia Elétrica, Wiecheteck Engenharia, Grupo Hubner, CCIBJ do Paraná, FIEP (através do seu presidente, Edson Campagnolo), além de representantes da FIRJAN e Eletrobras, irá partir para o Japão no dia 28 de janeiro de 2012.

No Japão, o roteiro de 1 semana prevê além da realização do Workshop, visitas técnicas a empresas ligadas ao tema, e a participação em uma das maiores feiras de eficiência energética do Japão, a ENEX 2012, que na edição do ano passado contou com a visita de cerca de 10 mil pessoas/dia.

Para mais acesse:

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Indústria japonesa enfrenta ameaça de declínio irreversível

Sob pressão das políticas domésticas e dos concorrentes estrangeiros, o setor por trás do milagre japonês do pós-guerra está transferindo suas atividades para outros países, aumentando as preocupações com a capacidade da nação de vencer uma estagnação que já dura duas décadas.

Em junho, Akio Toyoda, presidente da Toyota Motor do Japão, fez uma dura avaliação ao ativo econômico mais estimado de seu país: sua competitividade enquanto potência econômica. “Se olharmos a situação de uma maneira lógica”, disse ao anunciar uma reorganização das operações domésticas da Toyota, que estavam no vermelho como resultado da valorização do iene, “veremos que não faz sentido produzir no Japão”.

Os sinais de alerta estão soando nos escritórios e fábricas do Japão corporativo. O câmbio, os cortes no fornecimento de energia provocados pelo tsunami de março, políticas fiscais e comerciais desfavoráveis e a ascensão implacável da China e da Coreia do Sul estão pressionando os outrora incontestados fabricantes de automóveis e produtos eletrônicos nipônicos a abandonar o país por paragens onde os custos são menores.

Fonte: Jonathan Soble | Financial Times

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Crítica inesperada dos EUA cria obstáculo para o Japão no câmbio

TÓQUIO - O governo dos Estados Unidos se recusou novamente a rotular a China como manipuladora do câmbio, mas criticou os esforços do Japão para limitar a valorização do iene.

Em seu relatório semestral ao Congresso divulgado ontem, o Tesouro americano fez fortes críticas às recentes intervenções do Japão na moeda. Segundo o Tesouro, em vez de reagir à apreciação do iene com intervenções na taxa de câmbio, o governo deveria tomar medidas "profundas" para aumentar o dinamismo da economia doméstica, a competitividade das empresas japoneses e o crescimento potencial.

Os EUA, junto com outros países, apoiou o Japão em uma intervenção no câmbio logo após o terremoto de 11 de março, mas não concordou com as ações do Japão em agosto e outubro, argumentando que a moeda deve ser baseada em fundamentos do mercado.

"É importante notar que essas operações ocorreram num momento em que a atividade do mercado de câmbio e de aversão ao risco estavam sendo predominantemente influenciadas pela evolução financeira de outros setores da economia global, que foram afetando todas as principais moedas", disse o relatório do Tesouro americano.

Analistas no Japão disseram terem sido surpreendidos pelo forte tom das críticas do relatório e preveem que isso vai tornar mais difícil para o governo japonês entrar novamente no mercado para tentar enfraquecer o iene.

"O Japão não será capaz de intervir livremente tanto como ele quer", disse Tomoko Fujii, estrategista sênior de câmbio do Bank of America Merrill Lynch nos EUA. O banco projeta que o dólar manterá seu nível recorde de baixa frente ao iene.

Os analistas estão, agora, reforçando suas previsões de que o iene vai continuar se apreciando para novas máximas históricas no próximo ano. O mercado já projetava a valorização da moeda devido à crise da dívida soberana na Europa e pela expectativa de que indicadores econômicos dos EUA comecem a mostrar uma piora a partir de janeiro. Além disso, o iene é sustentado pelo superávit em conta corrente do Japão, o que cria demanda subjacente para a moeda.

"Sabíamos que os EUA não têm recebido bem as intervenções recentes do Japão, mas esta mensagem clara foi uma grande surpresa", disse Junya Tanase, estrategista-chefe de câmbio do JP Morgan em Tóquio.

Um funcionário do governo japonês disse, em reação ao relatório, que não haveria "nenhuma mudança" na política de câmbio do do país e que o Japão continuará a explicar a sua política de divisas para outros governos.

O Japão disse repetidamente que iria intervir para parar do que chamou de "volatilidade excessiva", argumentando que a valorização de sua moeda não se justifica pelos fundamentos da economia japonesa.

Quanto a China, o Tesouro americano disse no relatório que vai continuar pressionando Pequim para uma maior flexibilidade da taxa de câmbio, bem como para melhorar o ambiente para empresas estrangeiras e mudar o perfil de crescimento da economia liderado exportações.

Fonte: Dow Jones Newswires com The Wall Street Journal