BRASÍLIA - O Brasil completou em 2016 dois anos de recessão econômica, segundo cálculos do governo. A equipe econômica estima que a atividade encolheu 0,5% no último trimestre do ano passado em relação aos três meses anteriores.
Caso seja confirmado pelo IBGE, instituto oficial de estatísticas, em divulgação prevista para o dia 7 de março, o resultado será o oitavo negativo consecutivo nessa base de comparação e levará à queda de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.
Para economistas, medidas microeconômicas anunciadas pelo governo no final do ano passado não devem reativar atividades no País
Apesar do peso negativo que esse dado arrastará para 2017, a área econômica está confiante de que haverá crescimento já no primeiro trimestre do ano. Uma fonte do governo compara a situação do primeiro semestre à do mesmo período de 2013, quando a desaceleração da economia ainda não se traduzia em números de atividade – o PIB cresceu 3% naquele ano.
Agora, a avaliação é de que a aceleração demorará a ser percebida pela população, embora já esteja em curso. Economistas, contudo, são mais cautelosos e avaliam que ainda não há sinais concretos de retomada, e o desemprego continuou crescendo no fim de 2016. Para eles, nem mesmo as medidas microeconômicas anunciadas no fim do ano passado devem reativar a atividade do País.
O governo acelerou a elaboração das medidas após crescente pressão para que o Ministério da Fazenda revertesse o quadro de perda de confiança na economia, reforçado justamente por mais um resultado negativo do PIB no terceiro trimestre. Uma das principais iniciativas adotadas foi a permissão de saques de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), cuja estimativa de impacto é de R$ 30 bilhões – ainda não foi informado a partir de quando as retiradas poderão ser feitas.
Expectativa.“Apenas a autorização de saques das contas inativas do FGTS teria algum impacto marginal na atividade, mas não há nenhuma ‘injeção na veia’. O que pode ajudar a recuperação é a agenda de investimentos em infraestrutura, mas essas concessões só ganharão impulso em 2018”, avalia a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria Integrada.
“É muito difícil ainda, porque estamos na metade de janeiro e não há nenhum indicador do mês fechado. Ainda está muito no início para dizer se vamos ter crescimento positivo ou não de fato”, afirma a economista Solange Srour, da ARX Investimentos, que projeta avanço de 0,5% no PIB em 2017.
A Tendências, por sua vez, manteve a previsão de alta de 0,7% na atividade este ano, mas já considera o número otimista. “O cenário é bem desafiador justamente por conta do efeito de carregamento (uma espécie de herança estatística ruim de um ano para o outro). Para se chegar a essa expansão, seria necessário um crescimento médio de 0,6% em cada trimestre deste ano”, explica Alessandra.
Na média, as projeções de economistas de mercado giram em torno de crescimento de 0,5% este ano, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê alta de 0,2% para a economia brasileira este ano.
Todos os números são mais pessimistas do que o sustentado pelo governo hoje, que é de avanço de 1% em 2017. No entanto, como antecipou o Estado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já admitiu em conversas recentes com parlamentares que a economia pode crescer menos, algo como 0,5%.
O mais provável é que esse seja o valor a ser usado no decreto de programação orçamentária a ser editado em março, quando o governo terá de trazer suas contas para o cenário real da economia e definir o corte os gastos previstos no Orçamento.
Caso seja confirmado pelo IBGE, instituto oficial de estatísticas, em divulgação prevista para o dia 7 de março, o resultado será o oitavo negativo consecutivo nessa base de comparação e levará à queda de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016.
Para economistas, medidas microeconômicas anunciadas pelo governo no final do ano passado não devem reativar atividades no País
Apesar do peso negativo que esse dado arrastará para 2017, a área econômica está confiante de que haverá crescimento já no primeiro trimestre do ano. Uma fonte do governo compara a situação do primeiro semestre à do mesmo período de 2013, quando a desaceleração da economia ainda não se traduzia em números de atividade – o PIB cresceu 3% naquele ano.
Agora, a avaliação é de que a aceleração demorará a ser percebida pela população, embora já esteja em curso. Economistas, contudo, são mais cautelosos e avaliam que ainda não há sinais concretos de retomada, e o desemprego continuou crescendo no fim de 2016. Para eles, nem mesmo as medidas microeconômicas anunciadas no fim do ano passado devem reativar a atividade do País.
O governo acelerou a elaboração das medidas após crescente pressão para que o Ministério da Fazenda revertesse o quadro de perda de confiança na economia, reforçado justamente por mais um resultado negativo do PIB no terceiro trimestre. Uma das principais iniciativas adotadas foi a permissão de saques de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), cuja estimativa de impacto é de R$ 30 bilhões – ainda não foi informado a partir de quando as retiradas poderão ser feitas.
Expectativa.“Apenas a autorização de saques das contas inativas do FGTS teria algum impacto marginal na atividade, mas não há nenhuma ‘injeção na veia’. O que pode ajudar a recuperação é a agenda de investimentos em infraestrutura, mas essas concessões só ganharão impulso em 2018”, avalia a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria Integrada.
“É muito difícil ainda, porque estamos na metade de janeiro e não há nenhum indicador do mês fechado. Ainda está muito no início para dizer se vamos ter crescimento positivo ou não de fato”, afirma a economista Solange Srour, da ARX Investimentos, que projeta avanço de 0,5% no PIB em 2017.
A Tendências, por sua vez, manteve a previsão de alta de 0,7% na atividade este ano, mas já considera o número otimista. “O cenário é bem desafiador justamente por conta do efeito de carregamento (uma espécie de herança estatística ruim de um ano para o outro). Para se chegar a essa expansão, seria necessário um crescimento médio de 0,6% em cada trimestre deste ano”, explica Alessandra.
Na média, as projeções de economistas de mercado giram em torno de crescimento de 0,5% este ano, de acordo com o Boletim Focus do Banco Central. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê alta de 0,2% para a economia brasileira este ano.
Todos os números são mais pessimistas do que o sustentado pelo governo hoje, que é de avanço de 1% em 2017. No entanto, como antecipou o Estado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já admitiu em conversas recentes com parlamentares que a economia pode crescer menos, algo como 0,5%.
O mais provável é que esse seja o valor a ser usado no decreto de programação orçamentária a ser editado em março, quando o governo terá de trazer suas contas para o cenário real da economia e definir o corte os gastos previstos no Orçamento.
Fonte: Estadão