Muitos magnatas do mundo empresarial se reuniram com Donald Trump, depois de sua eleição como presidente, na Trump Tower. Mas nenhum deles causou tanto alvoroço como Masayoshi Son, o bilionário empresário do setor de telecomunicações. “Senhoras e senhores, este é Masa do SoftBank do Japão, que acabou de firmar um acordo para investir US$ 50 bilhões nos Estados Unidos e criar 50 mil postos de trabalho”, disse Trump, abraçando o radiante empresário.
Essa promessa sugeriu uma injeção de dinheiro em startups de tecnologia do Vale do Silício. O anúncio é parte de um fundo de investimento ambicioso de US$ 100 bilhões – o SoftBank Vision Fund – anunciado por Son, em outubro do ano passado. Mas, segundo os executivos que assessoram o fundo, mais de três quartos dos recursos do fundo não serão direcionados para startups, mas para investimentos de maior porte, em mercados públicos e privados.
O fundo – que conta com US$ 45 bilhões da Arábia Saudita, US$ 25 bilhões do próprio SoftBank e contribuições menores da Apple, de Lawrence Ellison, cofundador da Oracle, e outros – também considera investimentos de capital de risco em setores de inteligência, robótica e tecnologia financeira.
Portas abertas. À medida que se aproxima a data oficial de início dos trabalhos, no final de janeiro, uma equipe de gestores de portfólio de investimentos já trabalha para dar início ao processo. A equipe é formada por ex-funcionários do Deutsche Bank, que são liderados por Rajeev Misra – um dos auxiliares mais confiáveis do ex-presidente do banco, Anshu Jain, durante os anos de glória da instituição financeira antes da crise econômica.
O executivo faz parte de um pequeno grupo de especialistas em derivativos que deixaram o Merrill Lynch em meados da década de 1990 para criar a poderosa divisão de mercados globais do Deutsche Bank. Foi sob muitos aspectos o cabeça da entrada imprudente do Deutsche Bank na estruturação e venda de investimentos exóticos, como derivativos de crédito.
Até certo ponto a equipe de investimento do fundo dá a impressão de ser uma startup. Com poucas semanas para o fundo começar a investir, os veteranos do Deutsche Bank – que terão o suporte de analistas do SoftBank em São Francisco e Tóquio – ainda estão se instalando em seus novos escritórios no elegante bairro de Mayfair, em Londres, no Reino Unido. A equipe já recebeu inúmeros currículos, questionários de banqueiros e advogados, todos querendo usufruir do maior fundo de investimento criado até os dias de hoje. A equipe do fundo deve chegar a pelo menos cem pessoas.
Como o fundo não terá de restituir o dinheiro para os investidores durante 12 anos, os executivos poderão focar no longo prazo com relação aos investimentos privados e suas apostas no mercado de ações.
Dicionário. A combinação de crescimento e foco no longo prazo fez Son se tornar “o Warren Buffett dos investimentos em tecnologia”. Dono de uma fortuna avaliada em US$ 14 bilhões, Son teve seu primeiro sucesso empresarial quando ainda estava no curso de graduação na Universidade da Califórnia, em Berkeley, na década de 1970. Ele desenvolveu um dicionário eletrônico e conseguiu vendê-lo para a Sharp.
Son retornou ao Japão nos anos 1980 e transformou o SoftBank, que começou como uma distribuidora de software, em uma gigante no setor de tecnologia e telecomunicações.
Mas esse não foi o único sucesso de sua carreira. Ele fundou o Yahoo Japan e adquiriu uma grande participação na gigante do comércio eletrônico chinês, Alibaba. Por meio de uma holding, ele hoje controla grandes áreas do setor de telecomunicações nos EUA e Japão.
Num mundo financeiro em que a medida real de um líder se tornou sua capacidade de atrair grandes somas de dinheiro no curto prazo, o êxito de Son é extraordinário. Distribuir todo o dinheiro do novo fundo, no entanto, será seu maior desafio.
Nesse ponto, ele deve ter ajuda de Misra. Como líder do setor de negociações de crédito globais durante a época em que o SoftBank chegava ao mercado em busca de empréstimos, Son tornou-se cliente de Misra.
Em meados de 2008, Misra deixou o banco. Após passar por outras empresas, ele aceitou em 2014 o desafio de se juntar ao SoftBank. Foi ele quem teve a ideia de comprar a operadora de telecomunicações Sprint, que contabilizava uma enorme dívida. “Ele é extremamente talentoso”, disse Boaz Weinstein, executivo que trabalhou no Deutsche Bank.
O time de executivos terá cinco anos para investir todo o dinheiro do fundo. Isso dará segurança para os executivos não pularem na próxima onda do setor de tecnologia ou escolher apostas certas, entre elas investir em empresas de tecnologia, como Uber e Airbnb. Os executivos devem focar em descobrir como a inovação vai transformar setores, como mídia, telecomunicações e saúde.
Essa promessa sugeriu uma injeção de dinheiro em startups de tecnologia do Vale do Silício. O anúncio é parte de um fundo de investimento ambicioso de US$ 100 bilhões – o SoftBank Vision Fund – anunciado por Son, em outubro do ano passado. Mas, segundo os executivos que assessoram o fundo, mais de três quartos dos recursos do fundo não serão direcionados para startups, mas para investimentos de maior porte, em mercados públicos e privados.
O fundo – que conta com US$ 45 bilhões da Arábia Saudita, US$ 25 bilhões do próprio SoftBank e contribuições menores da Apple, de Lawrence Ellison, cofundador da Oracle, e outros – também considera investimentos de capital de risco em setores de inteligência, robótica e tecnologia financeira.
Portas abertas. À medida que se aproxima a data oficial de início dos trabalhos, no final de janeiro, uma equipe de gestores de portfólio de investimentos já trabalha para dar início ao processo. A equipe é formada por ex-funcionários do Deutsche Bank, que são liderados por Rajeev Misra – um dos auxiliares mais confiáveis do ex-presidente do banco, Anshu Jain, durante os anos de glória da instituição financeira antes da crise econômica.
O executivo faz parte de um pequeno grupo de especialistas em derivativos que deixaram o Merrill Lynch em meados da década de 1990 para criar a poderosa divisão de mercados globais do Deutsche Bank. Foi sob muitos aspectos o cabeça da entrada imprudente do Deutsche Bank na estruturação e venda de investimentos exóticos, como derivativos de crédito.
Até certo ponto a equipe de investimento do fundo dá a impressão de ser uma startup. Com poucas semanas para o fundo começar a investir, os veteranos do Deutsche Bank – que terão o suporte de analistas do SoftBank em São Francisco e Tóquio – ainda estão se instalando em seus novos escritórios no elegante bairro de Mayfair, em Londres, no Reino Unido. A equipe já recebeu inúmeros currículos, questionários de banqueiros e advogados, todos querendo usufruir do maior fundo de investimento criado até os dias de hoje. A equipe do fundo deve chegar a pelo menos cem pessoas.
Como o fundo não terá de restituir o dinheiro para os investidores durante 12 anos, os executivos poderão focar no longo prazo com relação aos investimentos privados e suas apostas no mercado de ações.
Dicionário. A combinação de crescimento e foco no longo prazo fez Son se tornar “o Warren Buffett dos investimentos em tecnologia”. Dono de uma fortuna avaliada em US$ 14 bilhões, Son teve seu primeiro sucesso empresarial quando ainda estava no curso de graduação na Universidade da Califórnia, em Berkeley, na década de 1970. Ele desenvolveu um dicionário eletrônico e conseguiu vendê-lo para a Sharp.
Son retornou ao Japão nos anos 1980 e transformou o SoftBank, que começou como uma distribuidora de software, em uma gigante no setor de tecnologia e telecomunicações.
Mas esse não foi o único sucesso de sua carreira. Ele fundou o Yahoo Japan e adquiriu uma grande participação na gigante do comércio eletrônico chinês, Alibaba. Por meio de uma holding, ele hoje controla grandes áreas do setor de telecomunicações nos EUA e Japão.
Num mundo financeiro em que a medida real de um líder se tornou sua capacidade de atrair grandes somas de dinheiro no curto prazo, o êxito de Son é extraordinário. Distribuir todo o dinheiro do novo fundo, no entanto, será seu maior desafio.
Nesse ponto, ele deve ter ajuda de Misra. Como líder do setor de negociações de crédito globais durante a época em que o SoftBank chegava ao mercado em busca de empréstimos, Son tornou-se cliente de Misra.
Em meados de 2008, Misra deixou o banco. Após passar por outras empresas, ele aceitou em 2014 o desafio de se juntar ao SoftBank. Foi ele quem teve a ideia de comprar a operadora de telecomunicações Sprint, que contabilizava uma enorme dívida. “Ele é extremamente talentoso”, disse Boaz Weinstein, executivo que trabalhou no Deutsche Bank.
O time de executivos terá cinco anos para investir todo o dinheiro do fundo. Isso dará segurança para os executivos não pularem na próxima onda do setor de tecnologia ou escolher apostas certas, entre elas investir em empresas de tecnologia, como Uber e Airbnb. Os executivos devem focar em descobrir como a inovação vai transformar setores, como mídia, telecomunicações e saúde.
Fonte: Estadão/NYTimes