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quinta-feira, 29 de março de 2012

Novo Associado: Consystem Projetos e Consultoria Empresarial Ltda.

Em reunião realizada nesta quinta-feira (29), o sócio proprietário da Consystem Projetos e Consultoria Empresarial Ltda., Takao Koike, esteve na sede da câmara para formalizar a sociedade junto a entidade. Com a adesão da mesma, a Consystem consolida-se como a primeira empresa da região de Cascavel a compor o portfólio de empresas associadas.

Segundo o presidente da entidade, Yoshiaki Oshiro, a parceria deve-se a uma série de fatores, dentre as quais destacam-se o know-how da empresa no que diz respeito a constituição e acompanhamento de projetos, e o conceito de descentralização da entidade no estado. "Estamos buscando ampliar nosso portfólio de empresas associadas. Além da capital e região oeste, hoje a câmara possui associados na região norte, noroeste, e Santa Catarina. Nosso objetivo é mantermos estas parcerias em todas as regiões do Paraná, principalmente com empresas que possuem um perfil técnico capaz de nos auxiliar na atração de novos investimentos japoneses, como é o caso da Consystem" finalizou.

Consystem Projetos e Consultoria Empresarial Ltda.
Tel. (45) 3225-2766 / 9972-4594

quarta-feira, 28 de março de 2012

Falta produto japonês no varejo brasileiro

Em 11 de março de 2011 o Japão viveu uma tragédia. O terremoto, seguido de tsunami e de um acidente nuclear, devastou o nordeste do país. Passado mais de um ano, as exportações não estão normalizadas. Os restaurantes de comida japonesa no Brasil ainda têm dificuldades em encontrar alguns tipos de peixes, algas e saquês.

No bairro do Itaim, na zona sul de São Paulo, o restaurante Shigueru substituiu ingredientes japoneses do cardápio por similares dos Estados Unidos, Coreia do Sul ou China. Um caso é o de algas marinhas: a empresa que as produz ainda é a mesma, mas desde o ano passado, o produto vem de criações dos Estados Unidos, não do Japão.

O restaurante trocou o wasabi japonês, um dos principais temperos dessa culinária, pelo americano. "Há estabelecimentos que optam pelo wasabi coreano, é uma alternativa", diz Roberto Hiromi, sócio do Shigueru. No quesito peixes, o hamachi, considerado de carne nobre, simplesmente saiu do cardápio, assim como o saquê japonês Hakushika - a opção foi oferecer o Ozeki, engarrafado na Califórnia, e rótulos nacionais.

Outra solução foi criar um shoyo "da casa", que contém menos molho japonês e mais nacional. "As importadoras racionaram os produtos, para atender todos os restaurantes", diz Hiromi.

Os comerciantes da Liberdade, bairro no centro de São Paulo que abriga parte da comunidade japonesa no país, também sentem a falta de produtos. Maurício Kamashiro, gerente do Espaço Kazu, conta que a pasta de soja fermentada, usada para fazer sopa, temperar peixe e salada, foi trocada por uma nacional, assim como um caldo que serve de base a outras receitas.

O macarrão udon, grosso e feito no Japão, sumiu das prateleiras. A solução foi comprar um coreano. Já o macarrão lamen, mais fino, agora é feito na cozinha do Espaço Kazu, seguindo receitas tradicionais na região da Liberdade. "Tivemos que procurar fornecedor de farinha, comprar máquina e treinar pessoal para aprender a fazer o prato", diz Kamashiro.

A rede Max Sushi, com oito unidades no Sudeste e no Centro-Oeste, trocou a pimenta shirachi por uma coreana. "Mas não é a mesma coisa. Usávamos em temperos e patês, e nos adaptamos. Testamos uma chinesa e outra coreana, e gostamos bastante da coreana", diz Thiago Lima, um dos sócios.

Após o terremoto, o governo brasileiro impôs restrições à importação de alimentos e bebidas do Japão - por receio de contaminação radioativa. O número de fiscalizações aumentou consideravelmente, dizem empresários ouvidos pelo Valor, e isso provocou lentidão na liberação de cargas.

William Ishiy, diretor da importadora Tradbras, diz que trouxe dois contêineres de alimentos depois do tsunami e a carga ficou parada no porto durante meses. Sua empresa parou de importar produtos do Japão. "Só liberaram os contêineres no começo deste ano, foram meses atrás da Anvisa. Quando falaram, que iam liberar, ainda demorou dois meses", diz. Ele admite que alguns produtos não tinham documento atestando ausência de radioatividade. "O problema é que não liberaram os que estavam em ordem."

O escritório brasileiro do Jetro, órgão oficial que promove o comércio exterior do Japão, informa que, com os novos procedimentos, a liberação de carga por parte da Anvisa tem durado dois meses, em média. "Os restaurantes continuam comprando produtos japoneses, mas em menor quantidade, pois com a demora na liberação dos produtos na alfândega, os períodos de validade das mercadorias passaram a ser muito curtos", disse Shigetoshi Hyodo, diretor do Departamento de Comércio Exterior.

Segundo o executivo, alguns países, como Nova Zelândia e Canadá, também exigiram uma declaração após a tragédia, mas atualmente o documento não é mais necessário. "Passado um ano dos desastres ocorridos no Japão, os níveis de radiação já baixaram voltando praticamente à sua normalidade", diz Hyodo. Ele acrescenta que a Embaixada do Japão no Brasil deve entrar em contato com o governo brasileiro para colocar um fim a essa exigência. O Valor tentou contato com a embaixada, mas não obteve resposta.

Um empresário que assessora operações de importação, e prefere não ter seu nome divulgado, diz que o número de funcionários da Anvisa é insuficiente para atender a demanda e que o acesso aos fiscais no Porto de Santos é muito limitado. "O porto está abarrotado de contêineres para serem fiscalizados. Cremes, remédios, bicicleta ergométrica: tudo tem que passar pelo aval da Anvisa. Não é que a Anvisa trabalha mal, é que simplesmente não há gente suficiente para trabalhar", diz ele.

A Anvisa não soube informar quantos contêiners provenientes do Japão foram fiscalizados desde março de 2011, quantos ainda esperam por fiscalização e nem o tamanho do efetivo que trabalha no Porto de Santos, o maior do país.

Sobre a demora na fiscalização, a Anvisa alega que a informação "não procede", e que "o prazo para liberação de cargas gira em torno de três a quatro dias, para qualquer tipo de importação, desde que a empresa cumpra os requisitos formais para liberação da carga".

(Valor)

Produção industrial do Japão cai 1,2% em fevereiro sobre janeiro

TÓQUIO - A produção industrial do Japão caiu inesperadamente em fevereiro, 1,2% em comparação com janeiro, segundo informou o Ministério do Comércio na manhã desta sexta-feira em Tóquo.

O resultado contrariou a mediana das estimativas de 29 economistas entrevistados pela Bloomberg, era de um aumento de 1,3%.

O declínio de fevereiro é um revés nos esforços do governo para sustentar uma recuperação da terceira maior economia do mundo. Em janeiro, o Japão registrou um aumento de 1,9% na produção industrial.

Segundo economistas, a queda do iene frente ao dólar e os trabalhos de reconstrução do terremoto de março de 2011 estão ajudando a economia japonesa, que contraiu no quarto trimestre. Contudo, a fraqueza na demanda na Ásia e na Europa impedem que as exportações e a produção japonesa ganhem impulso, de acordo com Yoshimasa Maruyama, economista-chefe da Itochu.

“A perspectiva para a demanda global ainda é sombria”, disse Maruyama antes da divulgação do relatório. “A produção está indo melhor em comparação ao quarto trimestre, mas a recuperação não está tão forte”, acrescentou.

As exportações para a China, maior mercado de exportação do Japão, caíram 14% ao ano em fevereiro, marcando o quinto declínio seguido, segundo os dados do governo.

(Bloomberg)

segunda-feira, 26 de março de 2012

Novo Associado: Stock Teck Logística

Recebido pelo presidente do Conselho de Administração da câmara e deputado federal, Luiz Nishimori, juntamente com o diretor para Assuntos Comerciais, Antonio Cabanilhas, Agapito dos Anjos, diretor executivo da Stock Tech Logística, empresa situada em Pinhais, esteve na manhã desta segunda-feira (26) visitando a sede da CCIBJ do Paraná.

A reunião serviu para formalizar a sociedade entre a empresa, que é referência nacional no segmento de logística, e a câmara, que vem buscando alternativas no que diz respeito a composição de um portfólio de empresas capazes de atenderem as demandas logísticas das empresas japonesas instaladas no Paraná.

A STOCK TECK LOGÍSTICA

Desde sua fundação, em 1996, a Stock Tech oferece soluções completas ou customizadas de altíssima qualidade em todos os segmentos da cadeia de abastecimento e logística, contando com clientes como Unilever, Nestlé, Bunge, Danone, Brasil Foods, Electrolux, Ferrero, etc...

O compromisso com o desenvolvimento de pessoas e processos operacionais, além do investimento constante em infraestrutura e tecnologia de ponta fazem da Stock Tech um dos maiores Operadores do sul do País, consolidando parcerias com grandes, médios e pequenos Clientes de diversos segmentos.

Para mais acesse:

Câmara coordena visita de comitiva da Toyota do Japão ao Paraná


Nesta segunda-feira (26) a Câmara do Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná recebeu a visita da comitiva da Toyota do Japão.

Composta pelo diretor geral de projetos para as regiões da África, Oriente Médio, América Latina, e Caribe, Hiroshi Adachi, pelo diretor de projetos, Yoshifumi Hanamura, pelo economista senior do Institute for International Economic Studies (ligado a Toyota), Akira Tateishi, pela analista comercial da Toyota do Brasil, Maristela Tzung, e pela coordenadora de vendas para o Mercosul da Toyota do Brasil, Nozomi Koseki, a empresa veio a Curitiba prospectar e identificar novas oportunidades comerciais para a empresa.

Dentre as visitas agendadas pela câmara, a empresa reuniu-se com o secretário de estado do Planejamento e Coordenação Geral, Cássio Taniguchi, com o secretário da Indústria, Comércio, e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, e com o Cônsul Geral do Japão, Noboru Yamaguchi.

De acordo com o presidente da câmara, Yoshiaki Oshiro, a visita da Toyota segue um roteiro natural de atração e mediação de novos investimentos estrangeiros conduzidos pela entidade. "A Toyota do Japão entrou em contato conosco por uma recomendação direta da JETRO Tóquio (Japan External Trade Organization) que está familiarizada com o nosso modelo de atuação. Estamos constantemente provocando o Japão em busca de empresas que estão a procura de novas bases para a expatriação de investimentos. A Toyota é uma delas" finalizou.


Apesar do clima de otimismo, a empresa não se posicionou ou confirmou a intenção de instalar-se no Paraná. Segundo o diretor Heberthy Daijó, não há a constituição de um cenário concreto. "Em nenhum momento a empresa se manifestou a respeito de uma possível instalação em nosso estado. Contudo, estamos cientes que as montadoras japonesas vem buscando novas alternativas a nível internacional, principalmente em função da valorização do iene, dos desastres naturais que atingiram o país no ano passado (terremoto/tsunami, enchentes na Tailândia, etc...), dos problemas energéticos, e da instabilidade econômica. Por isso temos de estar preparados para futuras negociações e atendê-los da melhor maneira possível" completou.

Além de Curitiba, os representantes da empresa japonesa também visitaram Argentina e Chile.

Fotos: Seim / Sepl

sábado, 24 de março de 2012

BC do Japão alerta que foco na inflação pode causar instabilidade

WASHINGTON – O presidente do Banco Central do Japão, Masaaki Shirakawa, afirmou que a concentração sobre as tendências de preços a curto prazo pode provocar instabilidade econômica.

"Um foco excessivo sobre a evolução de curto prazo de inflação pode resultar em oscilações maiores na economia", disse neste sábado em uma conferência organizada pelo Federal Reserve. O BC japonês "provavelmente não é o único a tentar incorporar seus pontos de vista sobre os desequilíbrios financeiros”.

A terceira maior economia do mundo continua atolada em deflação que está corroendo as margens de lucro das empresas e desencorajam os consumidores a gastar. O banco tem sido, nos últimos dois meses, um dos mais agressivos na adoção de estímulos, aumentando neste mês um programa de empréstimos destinado a reforçar o crescimento a longo prazo e a expansão de um fundo de ativos de compra em fevereiro.

O presidente do banco central japonês acrescentou que os formuladores de políticas devem levar em conta os perigos de manter baixos os custos dos empréstimos por muito tempo, mesmo que o estímulo monetário seja necessário nos estágios iniciais após o estouro de uma bolha.

(Bloomberg News)

quinta-feira, 22 de março de 2012

Por que ficou tão caro produzir no Brasil?

Caminhamos para ser a quinta economia global, mas até quando poderemos sustentar tal posição com tantas fragilidades no sistema produtivo, elevadas taxas de juros, alta carga tributária, infraestrutura precária e cara? Como queremos ostentar a condição de nação desenvolvida se os brasileiros pagam quase 40% de impostos e se deparam com um dos custos de vida mais elevados do mundo? Os graves efeitos do "Custo Brasil" na produção manufatureira são evidenciados em estudos de respeitados organismos nacionais e internacionais. O setor é o que mais sofre com os persistentes ônus.

Em 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), os impostos pagos pelos brasileiros atingiram 33,99% do Produto Interno Bruto (PIB), superando os 32,72% de 2010. Isso está muito acima da média de 25,5% nos países com os quais competimos. Para a indústria de transformação o problema é mais grave. Embora responda por 16,2% do PIB (dados de 2010 - em 2011 sua participação diminuiu para apenas 14,6% do PIB), ela contribuiu com 33,9% dos impostos. O estudo "A Carga Tributária no Brasil: Repercussões na Indústria de Transformação", do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da Fiesp, mostra que os tributos representam 40,3% dos preços dos produtos industriais, considerando-se toda a cadeia, à montante e à jusante.

Há, ainda, custos relativos ao pagamento dos impostos. A complexidade do sistema obriga a contratação de serviços não necessários em outros países. Segundo o estudo "Carga Extra na Indústria Brasileira", também do Decomtec/Fiesp, 1,16% do faturamento das empresas é gasto apenas para se manterem em acordo com a legislação, o que significa R$ 19,7 bilhões ao ano. Considerado o pagamento de tributos embutidos nos insumos, o índice sobe para 2,6%.

Além disso, o Bureau of Labor Statistics (BLS), responsável pelas estatísticas trabalhistas nos Estados Unidos, aponta que os encargos sobre a folha de pagamentos no Brasil, os mais altos dentre 34 países analisados, representam 32,4% dos custos com mão de obra na indústria de transformação. São 11 pontos percentuais acima da média das nações avaliadas (21,4%), ou 7,4 à frente da média europeia (25%). Mais grave é a diferença em relação aos emergentes: México, 27%; Argentina e Coreia do Sul, 17%.

O Brasil encontra-se em desvantagem também no custo da eletricidade. Nossa tarifa industrial foi estimada pelo Energy Information Administration (EIA), dos EUA, em US$ 138,00/MWh, a segunda mais alta do mundo. Um bom parâmetro para comparação é o Canadá, onde, como aqui, a matriz energética é baseada na hidroeletricidade. Mesmo assim, a tarifa brasileira é 182% maior. Os encargos e tributos contribuem para isso, mas, mesmo os eliminando, a energia brasileira ainda seria 108,3% mais cara. Resultado: a última Pesquisa Industrial Anual do IBGE mostra ser de 2,6% a participação da energia elétrica e consumo de combustíveis para aquecimento e operação de maquinaria nos custos totais da indústria brasileira de transformação. Ressalte-se: o cálculo não considera a cumulatividade na cadeia de valor.

Também são graves, conforme o Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), do Ministério da Defesa, os custos nessa área, que representam 20% do PIB. Outro estudo, "Custos Logísticos no Brasil - 2006/2008", da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostra que o percentual da receita líquida das empresas comprometido com transporte, estoque e armazenagem foi de 7,5%.

Defrontamo-nos, ainda, com um dos mais elevados custos de capital do mundo, que se deve a dois fatores: taxa básica de juro real entre as mais elevadas do mundo e spreads bancários, que aumentaram significativamente após 2008, apesar da redução da Selic. Em função desses fatores, nosso custo financeiro é o mais alto do mundo, sendo 11,5 vezes maior do que o dos países que calculam os juros como o Brasil (Chile, Itália, Japão e Malásia).

Em outro estudo do Decomtec/Fiesp ("Juros em cascata sobre o capital de giro: o impacto sobre a indústria brasileira"), foi estimado que, em 2007, o custo do capital de giro para as indústrias equivaleu a 6,7% do preço dos produtos industrializados, contra 1,97% no conjunto de países incluídos no Índice de Competitividade da Fiesp. Em 2011, o impacto do custo de capital de giro aumentou para 7,5% do preço dos produtos industrializados, uma vez que cresce a taxa de juros para as empresas.

Os juros altos estão intimamente ligados à valorização cambial, cujo mercado é majoritariamente composto por fluxos financeiros, e os capitais são atraídos principalmente pelos juros elevados em comparação com as taxas baixíssimas dos países desenvolvidos. Tendo em vista o câmbio médio do ano e descontando a inflação do Brasil e dos Estados Unidos, o real valorizou-se 49,9% em relação ao dólar, entre 2006 e 2011. Isso é assustador frente a um aumento de produtividade física da indústria de transformação de apenas 9,2%, no mesmo período.

Devido a todas essas razões, e deprimida pela combinação da barata produção chinesa com a demanda combalida dos países ricos, a indústria defende a contínua e rápida redução da Selic e o equilíbrio do câmbio. A bomba que está estourando agora, atingindo primeiramente a manufatura, resulta de termos insistido muito tempo na combinação explosiva de câmbio livre com a maior taxa de juros do mundo. Por isso, o real teve valorização de 74,6%, de junho de 2004 a dezembro de 2011, sem que tivéssemos a mínima possibilidade de melhorar a nossa produtividade, devido ao brutal aumento de custos. Defendemos, sobretudo, a retomada das reformas estruturais, em especial a tributária e trabalhista. São medidas dependentes de políticas públicas, essenciais para conter a desindustrialização e resgatar a competitividade.

(Valor)

quarta-feira, 21 de março de 2012

Presidente da câmara participa nesta nesta quarta-feira do CBN Entrevista

Na manhã desta quarta-feira (21), o presidente da CCIBJ do Paraná, Yoshiaki Oshiro, foi o entrevistado do CBN Entrevista, programa da rádio CBN Curitiba e que conta com a apresentação do renomado jornalista José Willie.

Acesse agora mesmo para ouvir na íntegra as duas partes da entrevista:

Site oficial:

Novo Associado: Fator Assessoria e Consultoria


Com clientes como a Jica (Agência de Cooperação Internacional do Japão) e Embaixada do Japão em Brasília, o advogado Dirceu Sato, sócio-proprietário da Fator Assessoria & Consultoria Jurídica, esteve na tarde desta quarta-feira (21) visitando a sede da CCIBJ do Paraná em Curitiba.

Na pauta, a apresentação dos trabalhos desenvolvidos pela empresa (sediada em Maringá) e a formalização da sociedade com a entidade.


A empresa, que tem como carro chefe o atendimento jurídico a questões trabalhistas por parte de órgãos e empresas do capital privado japonês, deverá ser uma grande aliada da entidade no desenvolvimento de projetos que visem a atração e assessoria de novas empresas nipônicas para o estado, disse o diretor da câmara, Fujio Takamura. "A Fator possui um grande diferencial que é o atendimento jurídico em japonês. Este vasto know-how das nossas leis somado a fluência no idioma japonês transmitirá ao empresário do Japão maior segurança e confiabilidade, aumentando as chances de concretizarmos novos negócios." completou.


Para maiores informações:
Fator Assessoria & Consultoria Jurídica
Tel: 044 3226-4304
E-mail: fatortributaria@uol.com.br

terça-feira, 20 de março de 2012

Câmara sedia coquetel de lançamento do livro "Dicas Campanha Municipal: Vereador e Prefeito" do autor Julio Ando

Na noite desta segunda-feira (19), o empresário Julio Ando realizou o lançamento oficial de seu livro "Dicas Campanha Municipal: Vereador e Prefeito" na sede da Câmara do Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná.

Contando com a presença de cerca de 100 pessoas, incluindo o Cônsul Geral do Japão, Noboru Yamaguchi, o Cônsul Geral das Filipinas, Kyoshi Ishitani, os deputados federais Ratinho Junior e Luiz Nishimori, Teruo Kato (deputado estadual), Julio Félix (presidente do Tecpar), Celso Torquato (vereador Curitiba), além de demais lideranças e autoridades, Ando, que já foi vereador e deputado estadual, fez uma breve apresentação, expondo e abrangendo as mais variadas situações no que dizem respeito a condução de uma campanha política vitoriosa.

O livro abrange desde noções básicas sobre quociente eleitoral à montagem de equipe, discursos, e legislação eleitoral. Para o autor, o livro pode auxiliar no desenvolvimento da política nacional. "Sentimos uma enorme carência na literatura nacional acerca do tema. Existem muitos materiais que abrangem o tema "marketing político", mas poucos autores focaram-se na constituição de um manual voltado àqueles que querem adentrar a vida pública, mas muitas vezes carecem de qualquer tipo de orientação, sobretudo no que diz respeito a realização e condução de campanhas eleitorais" finalizou Ando.

Acesse já o site oficial do autor para maiores detalhes sobre este singular trabalho:
http://www.julioando.com/

segunda-feira, 19 de março de 2012

Secretário Ricardo Barros recebe comitiva da câmara

Nesta segunda-feira (19) o secretário de estado da Indústria, Comércio, e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, recebeu a visita da comitiva da Câmara do Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná, composta pelo Consulado Geral do Japão e a empresa Satake Corporation, do Japão, que vem estudando a possibilidade de expandir suas atividades no país.

Atualmente situada em Joinville (única filial no país), a empresa, que manufatura máquinas que descascam, separam, e peneiram grãos, como arroz, feijão, trigo, entre outros, vem prospectando através da câmara uma cidade no Paraná para dar início a suas atividades na região.

Para o secretário Barros, o papel da câmara na atração de investimentos japoneses é fundamental para o desenvolvimento das relações comerciais entre ambos os países. "A câmara japonesa do Paraná vem se consolidando como uma instituição parceira do governo do estado na busca por novos negócios com o Japão. Através do programa Paraná Competitivo, e atuando em conjunto do município a ser escolhido, esperamos atendê-la da melhor maneira possível, consolidando mais uma empresa japonesa no estado" completou.

De acordo com Tetsuya Koura, diretor presidente da empresa no Brasil, este network entre a câmara e o governo é um meio facilitador que motiva projetos futuros. "A integração (câmara-governo) é muito importante para nós que representamos o capital japonês. É um canal que abre as portas para um diálogo produtivo com o estado, facilitando nosso trabalho".

Apesar deste clima de otimismo, nada fora acordado ou fechado. A expectativa é que a empresa, fundada em 1896 e que possui fábricas na Ásia, Oceania, América do Norte, Europa, e Brasil, passe a fabricar suas máquinas no Paraná até o final de 2013.

Sobre a empresa, acesse:

Saída da Samsung abre porta ao Japão

As negociações dos sócios do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) para encontrar um novo parceiro estratégico são intensas. Queiroz Galvão e Camargo Corrêa, controladoras do estaleiro pernambucano, negociam com dois pesos-pesados japoneses: Mitsui, com quem as conversas estão mais adiantadas, e a Mitsubishi.

A participação acionária do novo sócio poderá ficar em torno de 30% - a conferir. Os sócios do EAS correm contra o tempo para recuperar o atraso provocado pelos problemas causados pela ex-sócia, a coreana Samsung, que vinha fazendo "corpo mole" desde que o contrato para a construção das sete sondas de perfuração em águas ultraprofundas foi assinado, em junho de 2011, disse uma fonte ouvida pelo Valor.

A Sete Brasil, que vai arrendar esses equipamentos à Petrobras, pressiona o EAS. O estaleiro terá que recuperar os nove meses perdidos já que deveria ter começado a construir a primeira sonda, que precisa ser entregue em junho de 2015. O EAS terá que apresentar um novo projeto para essas embarcações - o da antiga sócia não será usado. As negociações estão sendo feitas com a norueguesa LMG Marin, a mesma projetista do estaleiro Enseada do Paraguaçú, a ser construído por Odebrecht, UTC e OAS na Bahia. A LMG Marin estaria associada ao Remontowa, um construtor naval pequeno, mas tradicional da Polônia.

Segundo fontes ouvidas pelo Valor, a LMG tem um projeto com mais engenharia naval, de execução mais simples e que usa 10% menos aço do que o da Samsung.

Em seu primeiro mês na presidência da Petrobras, Graça Foster já não deixa dúvidas de que sua principal preocupação é desatar o nó que não deixa deslanchar o projeto do governo de retomar a construção naval no Brasil.

Hoje Graça Foster vai visitar as instalações do estaleiro Rio Grande, da Engevix, no Rio Grande do Sul, depois de ter ido pessoalmente no EAS e no Enseada, na Bahia. Em entrevista recente ao Valor, Graça disse que quer ver pessoalmente a situação desses estaleiros e que nesse assunto, a Petrobras "vai cair em cima".

A saída da Samsung de Pernambuco pode acabar resvalando na composição acionária de outros estaleiros que têm contrato de transferência tecnológica com um sócio minoritário detentor da tecnologia de construção. É o caso do OSX, que o empresário Eike Batista está construindo no Rio e que deve fechar contrato com a Sete Brasil para construir duas sondas.

Na sexta-feira, quando anunciou que fará um aporte de US$ 1 bilhão na OSX, Batista disse que tem um contrato bem amarrado com a também coreana Hyundai Heavy Industries, que tem 10% da OSX Construção Naval. Na entrevista ao Valor, Graça Foster afirmou que a seu ver, fatias de 6% (como era o caso da Samsung) ou 10%, como o da Hyundai, são pequenos para garantir um comprometimento com o Brasil de uma estrangeira que tem domínio desse negócio no mercado internacional: "Só vai ter assinatura de contrato na hora em que a Sete Brasil demonstrar por A mais B mais C mais D mais E que vai construir ali e que aquele estaleiro tem toda a condição de receber a encomenda porque tem um plano, porque tem um plano B, porque tem um plano C".

Segundo Eike Batista, o acordo da OSX com a Hyundai prevê transferência de tecnologia e treinamento de pessoal. "Desde o início, esta negociação foi muito diferente das outras feitas no Brasil. Nós tivemos um custo de US$ 250 milhões para comprar esse know-how e hoje nós temos um relacionamento com a transferência de 40 gerentes coreanos que virão morar no Brasil. Ficarão aqui em tempo integral", disse o executivo, em conferência com analistas.

"Estamos falando de transferência total de tecnologia, de estaleiro de última geração. E também muitos brasileiros irão para a Coreia para, basicamente, compreender melhor, entender o procedimento e aprender como administrar esse estaleiro", informou Eike Batista.

As palavras de Graça sugerem que a Sete Brasil deve pressionar todos os estaleiros com os quais vai contratar outras 21 sondas, de modo a ter mais garantias de que os atuais sócios têm um plano alternativo caso surjam problemas como o da Samsung.

Mesmo assim, a avaliação é que os problemas no EAS, que culminaram com a saída da Samsung, aconteceram em boa hora porque "ainda dá tempo para recuperar o atraso e sinaliza para o mercado que a política de conteúdo nacional não afrouxou", explicou uma fonte envolvida.

Se o EAS fechar parceria com um japonês, a sociedade pode marcar a volta de um grande conglomerado do Japão à construção naval e offshore do Brasil depois que a japonesa Ishikawajima-Harima Heavy Industries, atual IHI, deixou o país em 1994.

Um executivo de uma grande empresa mostrou-se cauteloso, porém, com a possibilidade de um desfecho das negociações do EAS no curto prazo. Na avaliação de fontes ouvidas pelo Valor, a pequena participação que os coreanos detinham no EAS demonstra que sócios estrangeiros precisam assumir riscos se quiserem entrar na construção de plataformas no Brasil.

"É preciso dividir ônus e bônus", disse o executivo. O Samsung chegou a ter 10% do EAS, mas foi diluído e caiu para 6% até sair do negócio. O estaleiro da OSX, no Rio, tem 10% de participação da Hyundai, enquanto o Enseada do Paraguaçu, na Bahia, projeto de Odebrecht, OAS e UTC, ainda negocia participação com sócio estrangeiro. No mercado, comenta-se que o Enseada do Paraguaçu teria se definido pelo japonês Kawasaki com quem negociaria percentual de participação entre 20% e 30%, mas oficialmente a escolha não foi anunciada e um outro candidato continuaria no páreo: o grupo coreano DSME (Daewoo).

(Valor)

quarta-feira, 14 de março de 2012

Presidente da Agência de Fomento do Paraná reúne-se com comitiva da câmara

Na busca pelo desenvolvimento de projetos que visem o desenvolvimento do nosso estado em parceria do capital japonês, Juraci Barbosa, presidente da Agência de Fomento do Paraná S.A, reuniu-se nesta quarta-feira (14) com o presidente da CCIBJ do Paraná, Yoshiaki Oshiro, e do diretor Heberthy Daijó.

Acompanhado por Jurandir Oliveira, diretor de Gestão de Risco, Domingos Portilho, assessor, e Danilo Emponotti, gestor de implementação, Barbosa apresentou alguns dos trabalhos a serem realizados e projetos que visam o estabelecimento de parcerias com o capital estrangeiro.

Para Juraci, o Japão possui larga experiência em financiamentos e investimentos internacionais e o Paraná, certamente, através do papel desempenhado pela câmara em parceria do governo do estado, deve buscar esta aproximação com o país, apresentando projetos que visem o desenvolvimento integral de ambas economias.

SOBRE A AGÊNCIA

A Agência de Fomento do Paraná S.A. – AFPR é uma instituição financeira que opera prioritariamente com recursos próprios, que são aplicados, no financiamento de iniciativas compatíveis com a política de governo do Estado. Através de seus programas, e em parceria com Secretarias e outros órgãos do Estado, os recursos são direcionados na oferta de crédito e financiamentos sem burocracia e em condições favoráveis de taxas, prazos e garantias.

Criada pela Lei 11741/97, a Agência de Fomento do Paraná tem a finalidade de apoiar financeiramente a pequena empresa na modernização e ampliação de suas atividades. Apoia o micro e o pequeno empreendedor, do campo e da cidade, visando estimular a política de geração de emprego e renda. Provê ainda recursos para cooperativas e seus associados, e para os Municípios do Estado, que investem em estruturas de atendimento dos serviços básicos e bens públicos. Estimula a geração e crescimento de negócios em inovação e também em tecnologia, por meio de financiamento a empresas de base tecnológica incubadas.

Além dos financiamentos, que representam as atividades fim, a Agência de Fomento também atua na gestão de fundos. O Fundo de Desenvolvimento Econômico - FDE e Fundo de Aval Rural – FAR, são operacionalizados pela instituição. E sob sua gestão encontram-se também os ativos originários do processo de monetização do Banco do Estado do Paraná S.A - Banestado.

Visitas à câmara: Noma do Brasil / Parque do Japão

No final da tarde desta quarta-feira (14) o presidente da CCIBJ do Paraná, Yoshiaki Oshiro, recebeu a visita do presidente da Noma do Brasil, João Noma, além do presidente da Oscip Parque do Japão, Massayoshi Shiraishi, e a gerente de projetos, Mary Cristina Yoshii Fugou.

A visita integra um roteiro de reuniões agendadas na capital do estado, que prevê a busca e a formatação de estratégias comerciais que visem a manutenção do calendário de atividades previstas para este ano no parque, um dos maiores pontos turísticos da região noroeste do Paraná.

De acordo com Cristina, a câmara pode servir de canal para que a Oscip apresente seus projetos de captação de investimentos às empresas de capital japonês interessadas na promoção de suas marcas no âmbito cultural. "Estamos familiarizados com os trabalhos desenvolvidos pela câmara no desenvolvimento das relações comerciais e diplomáticas Paraná-Japão. Por isso compreendemos que a mesma pode nos ajudar a estreitar esta relação com as empresas japonesas já instaladas em nosso estado para que possamos transformar projetos culturais em realidade" completou.

Oshiro colocou-se a disposição na tentativa de realizar esta ponte entre a Oscip e o empresariado japonês. "O estabelecimento deste network, sem dúvida, não é fácil. As empresas japonesas trabalham com um orçamento anual fechado estabelecido no começo do ano, sendo difícil a aprovação de projetos paralelos durante o ano. Além disso, cada empresa possui uma diretriz no que diz respeito a investimentos no setor cultural. Contudo Maringá é a minha cidade natal. Devo muito a este município e a sua gente. Tentarei ao máximo estabelecer este elo entre os japoneses e o parque".

A reunião serviu também para selar a sociedade entre a entidade e a Noma do Brasil, um dos maiores fabricantes de implementos rodoviários da América Latina e que conta hoje com um parque fabril de 175 mil m², sendo 40 mil m² de área construída.

Para mais, acesse:
http://www.noma.com.br
http://www.parquedojapao.com.br/

Produção industrial no Japão sobe 1,9% em janeiro ante dezembro

SÃO PAULO - A produção industrial no Japão subiu 1,9% em janeiro na comparação com o mês anterior, de acordo com dados ajustados sazonalmente, divulgados hoje pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria do país. Na comparação com janeiro de 2011, houve queda de 1,3%.

Em janeiro ante dezembro, os embarques recuaram 0,9%, enquanto na comparação anual, foi registrada queda de 1,5%. Os estoques cresceram 3% na comparação mensal e subiram 2,5% ante janeiro de 2011.

(Gabrielle Moreira | Valor)

Por terras-raras, EUA, Japão e UE vão à OMC contra a China

A União Europeia, os Estados Unidos e o Japão deflagraram ontem uma dura disputa contra a China envolvendo matérias-primas, que poderá se tornar um dos conflitos com o maior impacto econômico na Organização Mundial do Comércio (OMC). Os três acusam Pequim de restringir exportação de terras-raras, que são indispensáveis à alta tecnologia, telecomunicações e produtos ambientais globalmente.

O confronto entre as maiores economias do mundo vai bem além de terras-raras. Uma população mundial em crescimento e uma economia global que tende a se expandir vão elevar a demanda por commodities, e os preços vão aumentar no longo prazo. As indústrias americana, europeia e japonesa temem problemas de acesso a matérias-primas estratégicas, enquanto os emergentes aumentam sua própria industrialização.

O contexto também reflete o acirramento da disputa pela influência globalmente. A China é hoje a segunda maior economia e suas decisões têm impacto imediato em outras economias. A relação com a UE azedou recentemente, quando Pequim levantou o tom e suspendeu a encomenda de 25 aviões da Airbus, no valor de US$ 12 bilhões, em reação à decisão unilateral dos europeus de impor taxa contra emissões de gases para aviões nos aeroportos do Velho Continente.

Em plena campanha eleitoral nos EUA, o presidente Barack Obama anunciou a disputa em pronunciamento transmitido pela TV. Deixou claro sua intenção de elevar a escalada ofensiva contra Pequim. Também um dos pré-candidatos republicanos, Mitt Romney, endureceu sua retórica anti-Pequim.

Washington, Bruxelas e Tóquio reclamam que os chineses impõem uma série de restrições à exportação - na forma de sobretaxa à exportação, cotas e outras medidas - que violariam as regras comerciais e os compromissos assumidos por Pequim quando entrou na OMC em 2011.

A UE ganhou recentemente uma primeira disputa contra a China por causa de restrições na exportação de nove produtos essenciais para a indústria europeia, como silício, bauxita, magnésio, manganês e zinco. Mas Pequim não dá nenhum sinal de que vai remover as barreiras condenadas pela OMC.

Agora, os europeus se uniram aos americanos e japoneses para atacar restrições chinesas na exportação de terras-raras - 17 elementos químicos, além de tungstênio e molibdênio -, essenciais nas indústrias de informática, automobilística, maquinários, químicos e siderúrgicos. Seu uso vai de mísseis a telefone celular, componentes de carros, telas de tablets e de computadores, no processo de produção da gasolina, painéis solares etc.

A China é responsável por 97% da produção de terras-raras, apesar de deter apenas um terço das reservas mundiais. Na avaliação europeia, como a China tem praticamente o monopólio de vários desses minerais, as limitações à exportação afetam a produção virtualmente "em todas as indústrias" e têm impacto econômico global de centenas de bilhões de dólares - fazendo desse caso potencialmente um dos maiores já trazidos até hoje à OMC.

Os europeus reclamam que as barreiras de Pequim criam sérias desvantagens para os produtos estrangeiros, ao aumentar artificialmente os preços de exportação chineses e elevar os custos globalmente. Ao mesmo tempo, as restrições diminuem o custo de matérias-primas para as empresas chinesas, em razão de aumento significativo no fornecimento doméstico. Isso dá aos chineses vantagem competitiva e força mais produtores estrangeiros a transferir operações e tecnologias para a China, resultando em perdas de emprego e capacidade de produção nos parceiros.

A China freou gradualmente a exportação de terras-raras, aumentando sobretaxas e reduzindo as quantidades vendidas. Em junho de 2010, as autoridades de Pequim cortaram o volume exportado em 32% para companhias locais e 54% para companhias estrangeiras. O suprimento para o resto do mundo caiu para 30 mil toneladas, comparado a uma demanda entre 50 mil e 60 mil toneladas. Em dois anos, os preços subiram até 1.000% e a tonelada chegou a valer US$ 109 mil, declinando recentemente, mas permanecendo muito mais alto do que em 2009. Os preços chineses de exportação são até 100% mais elevados do que os preços domésticos.

Os chineses, no entanto, têm a favor o argumento de que as vendas em 2011 sequer atingiram o limite das cotas. No final do ano passado, as exportações somaram apenas 60% dos níveis estabelecidos por Pequim.

A imprensa oficial chinesa reagiu ontem duramente, advertindo que Pequim poderá fazer retaliações. Os chineses alegam que reduziram a produção de terras-raras para tornar a exploração mais sustentável do ponto de vista ambiental.

Pelas regras da OMC, os países têm 60 dias para tentar uma solução amigável, antes de os juízes examinarem as queixas.

(Valor)

terça-feira, 13 de março de 2012

Câmara, FIEP, e JETRO realizam I° Conferência Paraná Japão de Recuperação Energética de Resíduos

Em seu discurso, Kenji Wasada, representante do Ministério da Economia, Indústria e Comércio do Japão, ressalta a importância do evento para o desenvolvimento das relações bilaterais Paraná-Japão (Foto: Gilson Abreu)

A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) sediou nesta segunda-feira (12), em Curitiba, a 1ª Conferência Paraná-Japão de Recuperação Energética de Resíduos. Empresas e organismos públicos japoneses apresentaram soluções e tecnologias para o tratamento de resíduos e geração de energia através deles, abrindo a possibilidade de parcerias com companhias e prefeituras paranaenses.

A conferência – organizada em parceria entre a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Japão do Paraná (CCIBJ), Fiep e a Agência de Comércio Exterior do governo japonês – foi o primeiro resultado prático da visita que uma comitiva paranaense fez ao Japão, em fevereiro. “Fomos muito bem recebidos no Japão e esta conferência é reflexo daquela visita”, explicou o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, que integrou a missão paranaense que foi à Ásia e abriu os trabalhos da conferência nesta segunda. “Por ser um país que frequentemente enfrenta dificuldades na geração de energia, o Japão sempre busca matrizes alternativas e tem muito a nos ensinar”, acrescentou.

A premissa foi confirmada na conferência por Kenji Wasada, do departamento de Energia, Conservação e Energias Renováveis, órgão ligado ao Ministério de Economia, Indústria e Comércio do Japão. “Passamos por um momento de importante revolução energética no Japão, por conta das recentes tragédias que atingiram nosso país”, disse, referindo-se ao terremoto seguido de tsunami que atingiu o país e colocou em xeque a segurança das usinas atômicas japonesas.

O presidente da CCIBJ do Paraná, Yoshiaki Oshiro, ressaltou que a vinda de representantes de empresas e órgãos governamentais japoneses para tratar do assunto é uma grande oportunidade para o Estado. “As empresas japonesas têm procurado mecanismos de alta tecnologia para a questão de tratamento de resíduos e geração de energia. Este intercâmbio que estamos promovendo pode acrescentar benefícios para ambos os países”, declarou.

TECNOLOGIA

Durante o encontro, três empresas japonesas apresentaram as tecnologias e soluções que disponibilizam para a geração de energia durante o processo de incineração de resíduos sólidos urbanos ou de tratamento de dejetos animais. Também foi apresentado o sistema de gerenciamento utilizado pelo Tokyo 23, consórcio responsável pelo tratamento de resíduos nas cidades que compõem a região metropolitana da capital japonesa.

Edson Campagnolo afirmou que o Sistema Fiep, por meio do Senai Paraná, pode ser um parceiro para trazer esses sistemas de gerenciamento de resíduos para o Estado. “Temos interesse em parcerias não apenas para que as empresas japonesas atuem no Paraná, mas também transfiram essas tecnologias para nós”, disse.

Além de empresas paranaenses que buscam parcerias nessa área, a conferência reuniu representantes de prefeituras paranaenses interessadas em implantar sistemas mais modernos de gerenciamento do lixo. É o caso de Foz do Iguaçu. “Estamos abrindo licitação para um novo aterro sanitário no município e queremos utilizar uma nova tecnologia de tratamento desses resíduos, com a possibilidade de geração de energia”, afirmou o prefeito Paulo Mac Donald Ghisi. Segundo ele, as empresas japonesas serão convidadas a participar da concorrência.

A troca de experiências com os japoneses também pode contribuir para o planejamento do consórcio intermunicipal de tratamento de resíduos da região metropolitana de Curitiba. Durante a conferência, a secretária de Meio Ambiente da prefeitura da capital, Marilza Dias, apresentou as características do sistema de gerenciamento utilizado pelo consórcio e afirmou que o intercâmbio pode contribuir para o projeto de criação de uma usina de tratamento dos resíduos que será implantado na região, cuja licitação também está sendo preparada. “Entender o processo utilizado lá, especialmente em Tóquio, foi muito importante para nós”, ressaltou.

PARTICIPANTES

Além da câmara e FIEP, o evento contou com a participação de representantes convidados das secretarias de estado do meio ambiente, planejamento, COMEC, IAP, Instituto das Águas do Paraná, COPEL, Itaipu, Tecpar, Agência de Internacionalização do Estado do Paraná, Emater, Lactec, Fecomercio, Senai, Coopavel, Instituto Cultural e Científico Brasil Japão, Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Curitiba, prefeituras de Curitiba, Maringá, Foz do Iguaçu, deputados Luiz Nishimori (federal) e Teruo Kato (estadual), Grupo Hubner, Bricarbras, Wiecheteck Engenharia Elétrica, Elco Engenharia Elétrica, Conresol, e Viaplan Engenharia.

Já o lado japonês esteve representado pelo Ministério da Economia, Indústria, e Comércio do Japão, Consulado Geral do Japão em Curitiba, Jetro São Paulo, Japanese Business Alliance for Smart Energy Worldwide (JASE-W), JGC Corporation, Nippon Koei Co, Clean Association of Tokyo 23, Hitachi Zousen Corporation e Yokogawa Electric Corporation.

Fonte: FIEP
Trecho participantes: CCIBJ do Paraná

Banco do Japão mantém taxa básica de juros entre zero e 0,1% ao ano

SÃO PAULO - O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) informou hoje que manteve a taxa básica de juros entre zero e 0,1% ao ano. Não foi anunciada alteração no atual programa de compra de ativos, mas a instituição informou que irá expandir o programa de empréstimo a juros baixos de 3,5 trilhões de ienes para 5,5 trilhões de ienes (US$ 66,9 bilhões).

“O comitê decidiu elevar a provisão de fundos para apoiar o fortalecimento das bases econômicas, para estimular o crescimento”, diz o comunicado do banco central japonês.

O BoJ afirma que o país mostra alguns sinais de retomada. A perspectiva é que o Japão gradualmente saia da atual fase de estagnação e retorne a um caminho de recuperação moderada, ao passo que as economias externas também apresentem melhoras.

No médio prazo a longo prazo, a instituição acredita que o índice de preços ao consumidor atinja alta de 2%, ou menos, na comparação anual. No momento, o BoJ estabelece uma meta de inflação anual de 1%.

(Gabrielle Moreira | Valor)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Confiança do consumidor do Japão recua em fevereiro

A confiança do consumidor do Japão apresentou pior desempenho no mês de fevereiro, segundo informaçõs contidas em um levantamento divulgado hoje pelo gabinete oficial do governo do país, o Cabinet Office.

De acordo com a pesquisa, o indicador ficou em 39,5 pontos, contra 40 pontos em janeiro. O resultado decepcionou as estimativas do mercado, que esperavam 40,8 pontos.

(MR - Agência IN)

domingo, 11 de março de 2012

Japão ainda luta para se reerguer, um ano após desastre

Um ano após o terremoto e o tsunami que causaram grande devastação e um acidente nuclear, a economia do Japão finalmente pode estar em vias de virar a página e começar a crescer novamente. No entanto, as perspectivas para uma forte recuperação continuam problemáticas, como mostram dados da economia divulgados ontem.

O Japão registrou um déficit em conta corrente recorde de 437,3 bilhões de ienes (US$ 5,4 bilhões) em janeiro, segundo números anunciados pelo Ministério das Finanças. O déficit de janeiro foi o maior desde o início da série histórica, em 1985, e ficou bem acima da mediana das estimativas dos 27 economistas entrevistados pela agência Bloomberg, de um déficit de 320 bilhões de ienes.

O crescimento do déficit foi impulsionado pelo forte aumento na importação de energia por causa do fechamento de 52 dos 54 reatores nucleares após o derretimento dos reatores da usina de Fukushima, causado pelo terremoto/tsunami de 11 de março de 2011.

"A importação de combustíveis, para geração de eletricidade, continuará elevada enquanto as usinas nucleares estiverem excluídas do conjunto de energia do Japão", afirmou David Rea, economista do Capital Economics em Londres. Ao mesmo tempo, fatores sazonais foram "uma causa importante" do déficit temporário, acrescentou.

Os dados também reforçam o risco de o Japão se tornar nesta década um país de déficit, que precisará se financiar no exterior para honrar o serviço de sua dívida, percentualmente a maior do mundo, que chega 200% do PIB do país, de US$ 5,5 trilhões.

Além das pressões fiscais, o Japão tem como obstáculos a sua vulnerabilidade às variações da economia e mercados globais, dada a dependência das exportações, a deflação crônica e o rápido envelhecimento da população, que deve encolher aproximadamente 32% até 2060, segundo estimativas. Há também riscos políticos. O primeiro-ministro Yoshihiko Noda, que assumiu em setembro, tem uma aprovação de apenas 30% e pode não durar muito tempo.

Ontem, o governo japonês informou que o Produto Interno Bruto (PIB) encolheu a uma taxa anualizada de 0,7% entre outubro e dezembro, comparado com uma estimativa preliminar de contração de 2,3% divulgada em fevereiro. Em decorrência do tsunami, o PIB apresentou contração em três dos quatro trimestres de 2011.

O Barclays Capital estima que a terceira maior economia do mundo vai crescer 1,5% neste trimestre, depois que os dados da produção industrial e das vendas no varejo revelaram um ganho maior que o esperado pelos economistas em janeiro. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o PIB japonês terá uma expansão de 1,7% neste ano e de 1,6% em 2013.

"Nos próximos meses, deverá ficar cada vez mais claro que a fraqueza acabou", disse Ryutaro Kono, economista-chefe do BNP Paribas em Tóquio, antes da divulgação do relatório do PIB. "A retomada das exportações e a demanda por reconstrução do governo deverão ajudar a dar impulso aos lucros corporativos, levando a uma melhora no nível de emprego e nas condições de renda das famílias", acrescentou.

O cenário mais positivo para a economia japonesa é fortalecido por uma combinação de fatores, que inclui um iene em processo de desvalorização, sinais de retomada do comércio global, a recuperação americana, os gastos estimados em US$ 246 bilhões para a reconstrução após a destruição no nordeste do país causada pelo terremoto/tsunami e o afrouxamento monetário determinado pelo Banco do Japão (BOJ, o banco central).

"Depois de muitos anos de ameaças frustradas de avanço, a economia japonesa pode finalmente estar prestes a decolar, ou pelo menos entrar em um período de crescimento sustentado, com um mercado de ações em acentuada elevação", escreveu em uma análise John H. Makin, pesquisador do American Enterprise Institute.

Para Makin, a decisão do Banco do Japão, no mês passado, de acelerar o relaxamento monetário mostrou a seriedade do banco central no compromisso de pôr um fim à deflação que aflige o país há mais de uma década. Numa ação surpreendente, e sob crescente pressão política, o BOJ elevou o nível do seu programa de compra de ativos - sua principal ferramenta de estímulo ao crédito em meio a taxas de juros próximas a zero - de 55 trilhões para 65 trilhões de ienes, por meio de mais compras de títulos do governo japonês.

(Valor)

Confiança do consumidor do Japão recua em fevereiro

SÃO PAULO – O Japão relembrou neste domingo o terremoto e o tsunami que atingiram o país há exatamente um ano, deixando mais de 19 mil mortos e provocando o maior desastre nuclear no mundo desde o acidente de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia.

Diversas cerimônias foram realizadas ao longo da costa japonesa a partir das 14h46 (horário local, 02h46 em Brasília), o horário exato que um terremoto de magnitude 9 atingiu o país no dia 11 de março de 2011.

O imperador Akihito disse que o Japão emergiu do desastre mais forte e que vai reconstruir “um país onde os japoneses possam viver com mais segurança”. Ele participou de cerimônia no Teatro Nacional de Tóquio junto com o primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, e prestou condolências a centenas de parentes das vítimas da tragédia.

O terremoto mais forte da história do Japão provocou uma onda gigante, de mais de 20 metros de altura, que atingiu com mais força a costa nordeste do país, desvastando cidades inteiras. Um ano depois, mais de 325 mil pessoas seguem vivendo em abrigos, enquanto os trabalhos de reconstrução continuam.

O governo japonês afirma que a usina nuclear de Fukushima Dai-chi - onde três reatores entraram em fusão após o tsunami destruir seus sistemas de refrigeração – permanece estável e que a radiação emitida diminuiu significativamente. Mesmo assim, quase 2 milhões de pessoas que viviam nas proximidades da usina não poderão voltar às suas casas pelos próximos 30 anos.

Atualmente, apenas dois dos 54 reatores nucleares do país estão em operação. Praticamente todas as usinas foram paradas para testes mais rigorosos sobre a capacidade delas de suportar desastres similares. O governo prometeu reduzir a dependência à energia nuclear, que respondia por 30% da eletricidade gerada no país antes da tragédia.

(Valor, com agências internacionais)

sábado, 10 de março de 2012

No Brasil, atos relembrarão um ano do terremoto no Japão

BRASÍLIA – Na véspera de completar um ano dos acidentes nucleares no Japão, gerados pelo terremoto seguido por tsunami, há cerimônias em homenagem às vítimas em todo o país. Em várias cidades japonesas, as pessoas acenderam velas, formando obras de arte. Mais de 19 mil pessoas morreram ou desapareceram no Japão em consequência dos acidentes. Parte do país foi destruída. No Brasil, a tragédia será lembrada com um minuto de silêncio e correntes humanas em várias cidades.

Em 11 de março de 2011, um terremoto seguido por tsunami provocou danos na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do país. Danificados, os reatores geraram explosões e vazamentos. Até hoje, várias cidades em volta da usina ainda permanecem esvaziadas e as famílias moram em abrigos improvisados.

As autoridades japonesas garantem que a maior parte do entulho foi retirada das ruas e as estradas pavimentadas. Mas, segundo relatos, as dificuldades e o medo ainda permanecem. Moradores da região de Fukushima passaram a viver monitorando o nível de radiação, principalmente entre as crianças e os adolescentes.

No Brasil, organizações não governamentais e movimentos sociais convocaram para amanhã (11) uma série de manifestações para lembrar a tragédia. Os atos, convocados em várias cidades do país, deverão ocorrer simultaneamente às 10h15 (horário de Brasília).

No Rio de Janeiro, deve ser feita uma corrente humana na orla em Ipanema, onde haverá um minuto de silêncio. Em São Paulo, também haverá uma corrente humana na Avenida Paulista, assim como em Belo Horizonte, no Parque Municipal, em Brasília, na Feira dos Importados, e em Salvador, no Dique do Itororó.

Os organizadores das manifestações aproveitarão para colher assinaturas que farão parte de texto a ser encaminhado ao Congresso Nacional propondo uma emenda constitucional para acabar com as obras da Usina Angra 3 e suspender os projetos de várias usinas nucleares no país.

(Agência Brasil)

Japão e Brasil - um ano após o sismo

Por Akira Miwa (Embaixador do Japão) ao jornal O Estado de São Paulo

Um ano se passou desde o Grande Terremoto do Leste do Japão, ocorrido em 11 de março de 2011, quando um tremor de magnitude 9, seguido de gigantesco tsunami, causou enormes danos, ceifando a vida de cerca de 20 mil pessoas.

Por ocasião desta data, gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos pelo grande apoio da comunidade internacional e, em especial, pelas calorosas manifestações de solidariedade e pelas contribuições do governo e do povo do Brasil. Astros do futebol brasileiro que atuaram no Japão, como Zico e Alcindo, promoveram um jogo amistoso com a finalidade de angariar fundos em prol das vítimas do desastre. E o rei Pelé visitou as cidades afetadas para encorajar as crianças e os refugiados nos abrigos. Além da mensagem de solidariedade da presidenta Dilma Rousseff, o chanceler Antonio Patriota visitou o Japão em abril para apresentar as condolências oficiais do Brasil às vítimas. Em Pernambuco, crianças das favelas de Olinda recolheram moedinhas em latas para entregá-las ao Japão, explicando: "É porque o Japão, que é amigo do Brasil, está sofrendo". Esse episódio foi relatado pelo primeiro-ministro Yoshihiko Noda em seu discurso na Assembleia-Geral das Nações Unidas, em setembro.

Atualmente, a infraestrutura e a economia das regiões afetadas estão em franca recuperação. A maioria das empresas japonesas está se reerguendo rapidamente e a cadeia de fornecedores do sistema produtivo foi completamente restabelecida.

Com os reatores da usina nuclear de Fukushima em condição equivalente ao estado de desligamento frio, o acidente foi considerado controlado, conforme anunciado em dezembro. Ainda nos resta, contudo, o grande desafio da recuperação do meio ambiente e das condições de vida das áreas afetadas. Nesse sentido, o Japão não poupará esforços para prosseguir com a descontaminação das zonas afetadas, assegurando, assim, as condições sanitárias e restabelecendo a segurança alimentar, bem como para indenizar as vítimas. O Japão tem a responsabilidade de compartilhar com a comunidade internacional as experiências e as lições aprendidas com o acidente e seguir contribuindo para o aperfeiçoamento da segurança nuclear. Em dezembro deste ano o Japão organizará, com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma conferência internacional de alto nível sobre segurança nuclear.

As relações e os laços de amizade do Japão com o Brasil remontam a mais de cem anos de uma história baseada na confiança estabelecida pela imigração japonesa. As relações econômicas bilaterais também têm uma longa história de cooperação, passando pelos grandes projetos nacionais dos anos 60 e 70 do século passado, abrangendo as áreas da siderurgia, do alumínio, da celulose e da agricultura.

Em tempos recentes, a cooperação bilateral tem-se incrementado, envolvendo setores de alta tecnologia e conhecimento. O melhor exemplo disso é a adoção pelo Brasil do padrão nipo-brasileiro de TV digital e a consequente disseminação desse padrão por quase todos os países da América do Sul. É o Japão contribuindo para a integração econômica da região, o que é motivo de grande orgulho. Na área ambiental, merece destaque a cooperação bilateral com o emprego do satélite japonês Alos, que foi de suma relevância para a redução dos índices de desmatamento ilegal na Amazônia, já que era portador de um radar que permitia até "ver embaixo das nuvens". Além disso, não se pode olvidar que o Brasil, detentor de bem-sucedida experiência no desenvolvimento do Cerrado, também trabalha em colaboração com o Japão em projetos de cooperação trilateral para o desenvolvimento agrícola na África. Deve, ainda, salientar que o Japão e o Brasil já são parceiros na busca de soluções para os grandes desafios globais, como a questão das mudanças climáticas e a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, entre outros.

Há ainda, todavia, muito a ser feito. Com a pujança econômica do Brasil, que se elevou à condição de sexta economia do mundo, muitas oportunidades estão surgindo para o relacionamento bilateral. Para atender ao mercado brasileiro, em rápida ascensão, empresas japonesas, como a Toyota e a Nissan, estão se preparando para abrir novas fábricas no Brasil e muitos líderes empresariais japoneses estão visitando o País. Nota-se, também, um aumento do número de empresas japonesas que fabricam no Brasil e exportam para outros países. Na área de infraestrutura dos transportes, são promissoras as possibilidades em torno de projetos de trens, metrôs e monotrilhos. No campo energético, o Brasil descobriu recentemente significativas jazidas de petróleo e gás natural na camada pré-sal, além de ter enorme potencial em energia solar e eólica. Visando essas oportunidades, os governos do Japão e do Brasil já estão tomando medidas concretas com a finalidade de melhorar o ambiente de negócios e as condições dos trabalhadores de ambos os países, como a conclusão do Acordo de Previdência Social, que entrou em vigor em 1.º de março, e a decisão de facilitar a emissão de vistos com múltiplas entradas para homens de negócios, em vigor desde janeiro deste ano.

Acredito que para manter, fortalecer e buscar resultados nessas cooperações seja imprescindível a formação de recursos humanos na área de ciência e tecnologia. Assim sendo, o Japão está-se preparando para poder receber estudantes e pesquisadores brasileiros por meio de programas como o Ciência sem Fronteiras, promovido pelo governo brasileiro.

Em nome de todo o povo japonês, gostaria de reiterar o meu agradecimento pelo apoio do Brasil quando do Grande Terremoto, com a convicção de que o Japão saberá superar mais essa adversidade e vai fortalecer ainda mais a amizade com o Brasil.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Fukushima: o livre arbítrio humano e a energia nuclear

No dia 11 de março de 2011, o mundo tomou conhecimento do tsunami que invadiu a costa nordeste de Japão, atingindo a usina nuclear de Fukushima. Estarrecidos, assistimos pela televisão a ondas enormes de lama cobrindo prédios, arrastando casas, carregando embarcações e carros, engolindo tudo.

O epicentro do terremoto que provocou o tsunami de mais de 10m de altura ocorreu a 130 quilômetros da costa e foi medido em 8,9 graus (escala Richter, um dos mais altos de que se tem conhecimento). Além de 13.300 mortos confirmados e 16 mil desaparecidos, houve rompimento de barragens, incêndios, destruição de plantações, florestas, rodovias, ferrovias, redes de água, o que afetou imediatamente 1,4 milhão de pessoas e todo o sistema elétrico, deixando 4,4 milhões de pessoas sem luz.

A ansiedade do mundo solidário com as vítimas da tragédia e suas famílias em luto transformou-se em admiração ao assistir às demonstrações que se seguiram do espírito comunitário do povo japonês, organizado, disciplinado e dedicado no trabalho coletivo de recuperação e ajuda mútua. Mas continua a angústia provocada pelas consequências do vazamento radiativo da usina nuclear.

O dique de 5,7m de altura não foi suficiente para proteger os reatores atômicos instalados em Fukushima, que sofreram sérias avarias: explosões e incêndios provocaram o superaquecimento das piscinas de combustível irradiado e os reatores se fundiram. Como esclareceu o cientista nuclear Joaquim Francisco de Carvalho: "Os acidentes nucleares têm dimensões que os outros não têm, pois se propagam pelo espaço — continentes inteiros — e pelo tempo — décadas, senão séculos. Um acidente em central nuclear apenas começa no instante e no local em que ocorre". De fato, como em Chernobyl, crianças podem nascer com aberrações cromossômicas e desenvolver leucemia e outras desordens endócrinas e imunológicas, certamente provocadas pela absorção por seus genitores de doses de radiação.

Em Fukushima, as autoridades evacuaram 3 mil moradores num raio de três quilômetros, em caráter de urgência, e, logo em seguida, 45 mil num raio de 10 quilômetros, logo aumentado para 20 quilômetros. Mas e a poeira atômica que vai sendo levada para longe pelo ar e se depositando no gramado do jardim das casas, no pátio das escolas ou retornando ao solo como chuva a molhar as verduras? E o vazamento da água radioativa que chega ao mar e é tragado pelos peixes?

Estive em Fukushima dois meses após a tragédia. Tenho ido ao Japão quase todos os anos, desde 1966, e pude acompanhar o esforço de recuperação dos danos da guerra e do rápido crescimento econômico impulsionado pelo avanço tecnológico, organização social e caráter dedicado do povo japonês. Era natural que isso denotasse certo orgulho e vaidade. No ano passado, pela primeira vez, senti perplexidade e reflexão.

A lição involuntária e não desejada que o Japão está passando ao mundo é muito séria. Em se tratando de um dos países mais ricos do mundo, os equipamentos e edifícios públicos podem ser reconstruídos e as perdas particulares indenizadas. Com a longa tradição cívica e cultural, o povo japonês mostrou ao mundo grande senso de ética social, solidariedade e disciplina.

Entretanto, o monge budista Yoshihiko Tonohira, que esteve no Fórum Social Mundial, sendo convidado a dar uma palestra no Templo Budista de Brasília, afirmou: "Tenho a convicção de que a convivência da humanidade com a energia nuclear é incompatível". Não estava questionando tecnicamente a energia nuclear, mas, como budista, chamando a atenção para a fragilidade do livre-arbítrio humano, que pode fugir do controle da boa consciência. E falava, não com raiva pelos antecedentes de Hiroshima e Nagasaki, mas de coração partido, pois vinha recebendo, na sua pequena cidade no interior da província de Hokkaido, no extremo norte do Japão, os refugiados da tragédia, que não paravam de chegar.

Por seu lado, o cristão Chico Whitaker, um dos organizadores do Projeto Ficha Limpa, idealizador do Fórum Social Mundial, ganhador do Prêmio Nobel Alternativo por sua luta incessante a favor da justiça social, no texto que apresentou especialmente ao Conselho Episcopal Pastoral Católico da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse sobre a questão: "O desastre ocorrido no Japão como que despertou o mundo para a questão nuclear. Foi como se Deus nos tivesse enviado um recado a nós, pobres seres humanos: cuidado com a tentação de se considerarem deuses..."

Essa reflexão vale para todos, religiosos ou não. Vários eventos estão sendo programados por todo o mundo por ocasião do primeiro aniversário da tragédia de Fukushima. A questão não deve ser discutida somente do ponto vista técnico, científico ou econômico, mas essencialmente humano. Ou melhor, devemos refletir seriamente sobre as repercussões do técnico, do científico e do econômico sobre o humano.

Começaremos em Brasília e convidamos todas as correntes de pensamento, independentemente da sua crença, para batermos juntos o badalo da paz, cuja energia produzida correrá o mundo. É o verdadeiro espírito ecumênico.

(Correio Braziliense)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Onda de falências pode ameaçar recuperação da economia japonesa

SENDAI - O tsunami que atingiu o litoral nordeste do Japão há um ano varreu a fábrica de alumínio de Kouzo Inoue, a apenas 600 metros da costa do Pacífico, na Prefeitura (Província) de Miyagi. Inoue sobreviveu ao desastre, mas viu-se com dívidas de 130 milhões de ienes, uma fábrica inundada e a necessidade de buscar novos fundos para reiniciar seus negócios.

Passado um ano do terremoto e do tsunami de 11 de março que destruíram comunidades inteiras na costa nordeste japonesa, muitas famílias e donos de pequenas empresas, como Inoue, ainda têm dificuldades para voltar a ficar de pé, apesar das iniciativas do governo para facilitar o financiamento.

(Michiyo Nakamoto | Financial Times)

Câmara no suporte a pesquisas do governo japonês

Entre os dias 5 e 7 de março, a Câmara do Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná esteve acompanhando Yumi Watanabe, representante da multinacional de consultoria, Arthur D. Little, empresa contratada pelo Ministério da Economia, Indústria e Comércio do Japão (METI) para prospectar novas oportunidades comerciais nas áreas de smart grid e biomassa entre ambos os países.

De acordo com Watanabe, o interesse do Japão pelo Brasil nestas áreas em específico deve-se a uma série de fatores que vão desde os desastres naturais causados pelo terremoto/tsunami do ano passado, ao fato do nosso país possuir fartas fontes de biomassa, além de possuirmos um dos maiores mercados consumidores do mundo.

Os diálogos com a ADL começaram em fevereiro, durante a participação do Paraná no "Brazil Japan Workshop for Promotion of Energy Efficiency and Conservation/Capacity Building", em Tóquio (http://japancham.blogspot.com.br/2012/02/brazil-japan-energy-efficiency-workshop.html), quando os estados do Paraná e Rio de Janeiro puderam se familiarizar com as principais tecnologias desenvolvidas para o setor.

Encarregado de assessorar e agendar os compromissos da ADL no Paraná, o diretor de Relações Internacionais da câmara, Heberthy Daijó, concluiu que as visitas foram extremamente positivas. "Através da nossa rede de contatos, pudemos estabelecer uma série de entrevistas que atenderam por completo neste primeiro momento as necessidades do ministério da economia do Japão. As informações gentilmente concedidas pela Copel, Tecpar, Grupo Hubner, Lactec, Governo do Paraná, e câmara, serviram de base para a formulação de um primeiro report que com certeza, dará ao governo japonês uma noção inicial sobre o Paraná em termos de soluções energéticas" finalizou.