Seis meses após inaugurar a primeira fábrica de motores da marca na América do Sul, a Toyota confirmou a segunda fase do projeto, com investimento de R$ 600 milhões em Porto Feliz (SP), onde produz propulsores para o compacto Etios. Com o novo aporte, a empresa passará a produzir também motores para o sedã Corolla, hoje importados do Japão. Somando a primeira etapa, o projeto custará R$ 1,18 bilhão.
A capacidade da fábrica será ampliada de 108 mil para 174 mil peças ao ano e deve gerar 200 vagas a partir da segunda metade de 2019, quando o novo motor começará a ser feito. Hoje, a unidade emprega 320 pessoas.
Em visita ao presidente Michel Temer, em Brasília, para anunciar o projeto, o presidente da Toyota para a América Latina e Caribe, Steve St. Angelo, afirmou que “o investimento para produzir motores para o Corolla representa um sinal do comprometimento de longo prazo que temos com o Brasil e a América Latina”.
O plano de ampliar a capacidade da planta estava previsto desde 2012, quando a montadora japonesa anunciou a nova fábrica. Apesar da crise que levará a produção brasileira de veículos ao menor nível em dez anos, o grupo manteve seu cronograma.
“Apostamos que o mercado brasileiro vai melhorar, mas também estamos trabalhando para ampliar exportações, que este ano vão crescer 20%”, disse o diretor de comunicação e assuntos governamentais, Ricardo Bastos. A empresa exporta veículos para Argentina, Uruguai, Paraguai e Peru – que devem adquirir este ano 40 mil unidades – e busca novos clientes.
O grupo projeta para 2017 alta de um dígito nas vendas totais do mercado, que este ano devem ter recuo de 20% em relação a 2015, com cerca de 2 milhões de veículos.
St. Angelo afirmou que a unidade de motores “é um modelo para o futuro da manufatura global e estabelece um novo padrão para a inovação e a excelência”. Acrescentou ainda que “vamos continuar trabalhando juntos para fazer o Brasil maior e melhor”.
Segundo a montadora, a fábrica é considerada uma das mais modernas do mundo e uma das primeiras da marca a deter os três processos industriais dentro de um único local – fundição, usinagem e montagem.
A nacionalização de componentes, de acordo com Bastos, faz parte da estratégia da empresa para o Brasil. “Também é uma forma de evitar a flutuação cambial e dar maior segurança à operação”.
A verba para o novo investimento deve ser gerada pela operação local, mas, se for necessário, o grupo poderá recorrer à matriz no Japão, disse Bastos.
Capacidade. Neste ano, a Toyota também anunciou investimento de R$ 48 milhões para a revitalização da unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde são produzidos componentes.
O grupo tem duas fábricas de automóveis, uma em Indaiatuba, para a produção do Corolla – modelo que será totalmente renovado em dois anos – e outra em Sorocaba, para o Etios.
O investimento para a produção do novo Corolla ainda está sendo avaliado pela empresa. A fábrica de Indaiatuba opera no limite de capacidade e o modelo é o quarto mais vendido no País atualmente, com 53,7 mil unidades até outubro.
Já a filial de Sorocaba teve sua capacidade anual ampliada de 84 mil para 108 mil unidades do Etios em 2015, mas, em razão da crise econômica, essa nova capacidade ainda não é utilizada. De qualquer forma, a Toyota é uma das poucas montadoras que não recorreu a medidas como corte de funcionários, suspensão de contratos e férias extras.
Fonte: Estadão