TÓQUIO - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, deixou Tóquio nesta segunda-feira, 26, para o Havaí, onde visitará a base americana de Pearl Harbor, ao lado do presidente Barack Obama, com os dois países ansiosos por comemorar décadas de reconciliação.
A viagem de Abe a Pearl Harbor, a primeira de uma chefe de governo japonês, ocorre 75 anos depois do ataque surpresa da aviação japonesa em dezembro de 1941, o que precipitaria a entrada dos Estados Unidos na 2.ª Guerra.
A visita do primeiro-ministro japonês havia sido anunciada no início de dezembro e ocorre após a visita em maio de Obama a Hiroshima, onde a primeira bomba atômica foi lançada por um avião americano sobre a cidade japonesa, pouco antes do fim da guerra em 1945.
"Vou a Pearl Harbor no Havaí para honrar as vítimas (do ataque) como primeiro-ministro e representante do povo japonês", disse Abe à imprensa no aeroporto de Haneda, pouco antes de sua partida. "Nós não devemos nunca mais repetir os horrores da guerra. Com o presidente Obama, quero expressar ao mundo este compromisso para o futuro e o valor da reconciliação".
Ambos os líderes querem que a sua visita alimente a aliança entre os dois países desde a 2.ª Guerra.
As autoridades japonesas disseram que a viagem de Abe não tinha a intenção de pedir desculpas, mas honrar as vítimas e incentivar reflexões históricas, como o presidente Obama fez em Hiroshima.
Transição
Mas a visita de Abe também ocorre pouco antes da saída da Casa Branca de Obama e da chegada de seu sucessor, Donald Trump, no próximo mês. O republicano causou profunda comoção no Japão, quando propôs durante a campanha eleitoral a retirada das tropas americanas do sul da Península Coreana e do arquipélago japonês, apesar de um aumento significativo da contribuição financeira dos dois países.
Mas a visita de Abe também ocorre pouco antes da saída da Casa Branca de Obama e da chegada de seu sucessor, Donald Trump, no próximo mês. O republicano causou profunda comoção no Japão, quando propôs durante a campanha eleitoral a retirada das tropas americanas do sul da Península Coreana e do arquipélago japonês, apesar de um aumento significativo da contribuição financeira dos dois países.
Trump também sugeriu que o Japão e a Coreia do Sul se equipem com armas nucleares contra a ameaça da Coreia do Norte, observações que sacudiram a opinião pública em um país onde a memória do ataque nuclear a Hiroshima está gravado na memória.
Abe se apressou em viajar a Nova York e encontrar o magnata após sua eleição. Ele foi a primeira autoridade estrangeira a se reunir com o presidente eleito. Na ocasião, o chefe de governo japonês ressaltou a importância das relações entre o Japão e os EUA.
Fonte: AFP/Estadão