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sábado, 31 de dezembro de 2016

Petrobras vende refinaria no Japão por US$ 165 milhões, mas não atinge meta

SÃO PAULO - A Petrobras informou nesta quinta-feira que concluiu a venda de 100% das ações da refinaria Nansei Sekiyu para a Taiyo Oil Company, com o pagamento de US$ 165 milhões realizado na quarta-feira. A operação de hoje somada a venda do Complexo Petroquímico de Suape, em Pernambuco, e da Guarani, produtora de álcool e açúcar, anunciadas ontem, as vendas chegam a US$ 752 milhões. O desinvestimento no período de 2015-2016, chega a cerca de US$ 13,7 bilhões, abaixo da meta, de US$ 15,1 bilhões.

O programa de desinvestimentos visa ajudar a empresa a reduzir o elevado endividamento da estatal, que argumentou não ter atingido a meta devido a uma decisão judicial liminar da Justiça de Sergipe que impediu a conclusão de tratativas para venda dos campos Tartaruga Verde e Baúna, que seriam negociados com a australiana Karoon Gas Australia. Conforme a petroleira, a venda desses campos “já estava em estágio avançado de negociação”.

O montante de US$ 1,5 bilhão de desinvestimentos não realizados será automaticamente incorporado à meta do biênio 2017/2018, que sobe para US$ 21 bilhões, disse a empresa em comunicado na véspera.

A estatal afirmou que o valor da venda da refinaria Nansei Sekiyu ainda está sujeito a ajustes finais. Em 17 de outubro, a Petrobras havia informado que o seu Conselho de Administração havia aprovado a venda da unidade, localizada na ilha de Okinawa, no Japão, por US$ 129,285 milhões.

O negócio feito no Japão envolve uma refinaria com capacidade de processamento de 100 mil barris por dia de petróleo, 36 tanques que armazenam 9,5 milhões de barris de petróleo e derivados, além de três píeres para carga e descarga de navios e uma monoboia.

A empresa compradora, a Taiyo, atua na importação, exportação, refino e venda de produtos petrolíferos, com sede em Tóquio.

A Petrobras anunciou nesta quarta-feira a venda de sua fatia na Guarani ao grupo francês Tereos por US$ 202 milhões, além da negociação da Petroquímica Suape e da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe) para subsidiárias da mexicana Alpek por US$ 385 milhões.
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De acordo com a companhia, os dois acordos faziam parte de uma lista de cinco transações de vendas de ativos que estavam autorizadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que no início de dezembro proibiu a estatal de fechar novos desinvestimentos que não aqueles já em fase final de negociação.

O TCU exigiu que a Petrobras realize adequações nas metodologias que regem os processos de desinvestimentos. Mas a estatal garantiu que as transações anunciadas seguiram os procedimentos necessários. “Todas as transações foram conduzidas por meio de processo competitivo e o preço das vendas foram avaliados por diversas instituições financeiras, através de opiniões independentes sobre o valor justo (fairness opinion) e um relatório de avaliação (valuation report)”, destacou a Petrobras em nota.

A Tereos, que já detinha uma fatia de 54,03% na Guarani, disse em nota que está satisfeita com a compra dos 45,97% da Petrobras na companhia de açúcar e etanol. “Para a Tereos, essa aquisição é uma oportunidade para fortalecer sua presença no Brasil, líder global na produção de açúcar”, afirmou o diretor-presidente da Tereos, Alexis Duval.
Fonte: OGlobo