Quando assumiu a NEC, em setembro de 2014, a meta do executivo Daniel Mirabile era retomar a trajetória de lucratividade da companhia japonesa no mercado brasileiro e diversificar a atuação da empresa, muito dependente do setor de telecomunicações.
Dois anos depois, boa parte de sua missão já foi cumprida. A NEC voltou ao lucro em 2015 e abriu novas frentes de atuação. Em agosto deste ano, a empresa comprou 75% da brasileira Arcon, especialista em cibersegurança, por R$ 60 milhões. Hoje, essa área já representa aproximadamente 15% das receitas, que devem atingir R$ 500 milhões no exercício fiscal que se encerra em março de 2017. Telefonia ainda detém a maior fatia, com 60%
O próximo passo, segundo Mirabile, é competir na área de varejo, setor em que as brasileiras Totvs, que comprou a Bematech, e a Linx dominam no mercado brasileiro. “O varejo é o próximo alvo”, diz Mirabile. Como? “Não está descartado uma aquisição”, resume o executivo.
Mirabile conta com recursos da ordem de US$ 2 bilhões que estão na matriz japonesa e serão usados para fazer compras de empresas ao redor do globo. Foi dali que ele retirou dinheiro para comprar a Arcon, a primeira aquisição da história da NEC no Brasil – não custa lembrar, daqui a dois anos, ela completará 50 anos com sua subsidiária local.
Na visão do executivo, a NEC pode atuar em nichos no mercado de varejo – algo que não está descartado. Mas levará mais tempo e exigirá mais recursos para conquistar uma posição de relevância.
No Japão, a NEC já é forte nessa área e conta com tecnologias avançadas que apoiam os varejistas. Um exemplo é a NeoFace, que utiliza sistemas de reconhecimento facial para realizar pagamentos, dispensando o uso de dinheiro e cartões.
Essa tecnologia está sendo testada na sede corporativa da companhia, em Tóquio, com os próprios funcionários, assim como faz a Amazon, em Seattle, com a sua loja de conveniência que dispensa caixas e filas.
Fonte: Istoé Dinheiro