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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Abe e Putin querem melhorar laços Japão-Rússia, mas disputa territorial deve persistir

Por Linda Sieg e Kiyoshi Takenaka
 
Tóquio - Japão e Rússia parecem a caminho de melhorar o relacionamento e fechar alguns acordos comerciais quando seus líderes se encontrarem na semana que vem, mas os dois lados estão reduzindo as expectativas de um avanço significativo em uma disputa territorial que vem impedindo um tratado de paz para encerrar formalmente a Segunda Guerra Mundial.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que em setembro prometeu "resolver a questão territorial", quer deixar um legado diplomático rompendo o impasse com a Rússia, uma estratégia que ele espera ajudar Tóquio a se contrapor a uma China cada vez mais saliente.

Concessões territoriais seriam arriscadas para o presidente russo, Vladimir Putin, mas os acordos comerciais que o Japão está ofertando seriam bem-vindos para uma economia prejudicada pelo preço baixo do petróleo e por sanções ocidentais.

Mas na semana passada Abe disse que, embora torça por um progresso, o problema não pode ser solucionado em uma reunião. Autoridades russas ecoaram o tom de cautela.

"Não deveríamos elevar as expectativas. Será suficiente se um passo novo rumo à resolução da questão territorial tiver sido tomado", disse Muneo Suzuki, parlamentar envolvido há tempos com as relações Japão-Rússia que hoje aconselha Abe, à Reuters. "Acho que um passo pode ser dado".

A desavença territorial deriva da tomada soviética de quatro ilhas na costa de Hokkaido, conhecidas no Japão como Territórios do Norte e na Rússia como Ilhas Curilas, no final da Segunda Guerra Mundial.

Embora os laços entre as duas nações tenham melhorado desde o final da Guerra Fria, os dois país testemunharam oposição doméstica a concessões na posse das ilhas, que continuam sob controle russo.

Abe e Putin irão se reunir nos dias 15 e 16 de dezembro, primeiro no distrito eleitoral do premiê, no sudoeste japonês, e no dia seguinte na capital.

Os dois lados estão trabalhando para ressuscitar conversas sobre segurança e um treinamento de resgate naval conjunto, interrompido quando a Rússia anexou a Crimeia em 2014, desencadeando sanções do Ocidente. Eles também podem concordar em acelerar as conversas sobre atividades econômicas conjuntas nas quatro ilhas, relatou a mídia japonesa.

"Estes são resultados escassos depois de expectativas tão altas", disse James Brown, professor do campus da Universidade Temple do Japão.

(Reportagem adicional de Nobuhiro Kubo)