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quinta-feira, 17 de março de 2011

Nomura não vê repatriação de recursos japoneses no mundo

O Nomura Securities, maior banco de investimentos do Japão, considera "improvável" que investidores japoneses venham a repatriar grande parte de seus US$ 484 bilhões investidos em ativos no exterior, no rastro dos estragos causados pelo terremoto e pelo tsunami na economia do país.

O banco calcula que os japoneses tenham US$ 302 bilhões investidos nos chamados "Toshins", ou seja, em fundos mútuos no mundo, outros US$ 117 bilhões em ações e US$ 65 bilhões em depósitos em moeda estrangeira.

Dos US$ 302 bilhões nos fundos, a maior parte está investida nos EUA (35,5%), seguido de dólar australiano (17,9%), euro (12,2%) e real do Brasil (10,3%). O Nomura admite que o desastre natural afeta a confiança e o risco por apetite dos japoneses no curto prazo. Mas estima que dificilmente eles vão repatriar em escala significativa ou por um longo período.

Isso por quatro razões: primeiro, a população na região mais afetada tem pouca exposição em investimentos em fundos estrangeiros. Segundo, essa exposição é maior por parte dos japoneses mais ricos, que podem preferir recorrer a seus depósitos no exterior ao invés de vender seus títulos em fundos. Terceiro, os japoneses tem tradição de manter investimentos por m longo período E quatro, repatriação no passado foi mais ligado a tensões no mercado financeiro global do que em choques específicos no país.

O que pode acontecer, na avaliação de Nomura, é mais uma desaceleração nos investimentos japoneses em fundos no exterior, significando que mais pressões sobre moedas como o real podem ser reduzidas.

Nesse cenário, a repatriação de boa parte dos US$ 30 bilhões investidos no Brasil por japoneses sobretudo em fundos de renda fixa no Brasil é bastante improvável, para Nomura.

O americano J.P. Morgan também não vê até agora nenhuma evidência de saída forte de investimentos japoneses de fundos denominados em real. De todo modo, o banco adverte, em relatório distribuído ontem pela instituição, que os fluxos de recursos aplicados em reais por meio de "Non Deliverable Forward" (NDFs), contrato a termo de moeda sem entrega fisica "são dignos de se observar de perto". Os investidores para esses fundos podem ser mais sensíveis aos movimentos cambiais, diz o banco. "O primeiro teste importante seria se a relação entre o real e o iene vir a romper a extremidade inferior da faixa de negociação, desde meados de 2009, que vai de 46,70 ienes por a 46,80 ienes por real.

Fonte: Valor Online