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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Hitachi investe em produção local


A Hitachi Data Systems (HDS) -braço de tecnologia da informação do grupo japonês Hitachi - anuncia hoje o investimento em sua primeira fábrica no Brasil. Instalada em Hortolândia, na região de Campinas (SP), a unidade já está em operação desde o fim de setembro e será responsável pela produção de sistemas de armazenamento de dados da companhia.

O projeto integra o plano de investimentos de US$ 300 milhões anunciado pelo grupo Hitachi no Brasil para os próximos três anos. O valor específico destinado à fabricação local da HDS foi mantido em sigilo, assim como o nome da companhia especializada em manufatura terceirizada que ficará responsável pela produção.

A nova unidade é a quinta fábrica da HDS em todo o mundo. As outras instalações estão localizadas no Japão, Cingapura, Estados Unidos e Holanda. Dois fatores, em especial, pesaram para a escolha de Hortolândia. O primeiro deles foi a questão logística, em virtude da proximidade do aeroporto de Viracopos. Outro aspecto foi a oferta de mão de obra especializada na região, pela proximidade de centros como a Unicamp.

No Brasil desde 1992, a HDS já vinha reforçando a operação local nos últimos cinco anos com medidas como a ampliação de suas equipes de vendas no país. Com o novo projeto, a companhia segue a trilha de rivais como EMC, IBM, Dell e Hewlett-Packard (HP), que já produzem parte de seus portfólios no país. "Com esse projeto, estamos reafirmando nosso compromisso com o Brasil e vamos acelerar o atendimento ao mercado local", disse Jeff Henry, vice-presidente da HDS para a região de Américas.

No ano fiscal de 2011, encerrado em março, a HDS reportou uma receita de US$ 4,5 bilhões. Grande parte desse crescimento foi impulsionado pelos países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), com destaque para o Brasil, que registrou uma expansão de mais de 50% nesse período, afirmou Henry.

A fábrica em Hortolândia irá produzir três linhas de sistemas. Essas ofertas incluem uma combinação de equipamentos e softwares que auxiliam as empresas a armazenar e gerenciar grandes volumes de dados. A expectativa inicial é de uma produção mensal de 15 sistemas, com uma redução de cerca de 10% no preço dos produtos.

"A HDS está fazendo o caminho correto. Com esse anúncio, eles vão poder estender sua oferta - antes mais restrita a grandes clientes - para pequenas e médias empresas, que estão puxando os investimentos nesse segmento", afirmou Alexandre Vargas, analista de armazenamento de dados da IDC na América Latina. Segundo a consultoria, o mercado brasileiro de armazenamento de dados movimentou US$ 438 milhões em 2011.

Os produtos fabricados em Hortolândia vão abastecer o mercado local. No entanto, Henry disse que a ideia é exportar uma parcela dessa produção para outros países da América Latina, a partir de 2013.

Os planos da HDS para o Brasil não estão restritos à produção local. A companhia prevê estruturar em médio prazo uma operação de pesquisa e desenvolvimento no país. A princípio, esse laboratório será voltado à criação de tecnologias para o mercado local, mas que poderão ser adotadas em outras operações.

O fortalecimento da oferta de serviços de gerenciamento é outra prioridade no Brasil, disse Pedro Saenger, vice-presidente da HDS para a América Latina. Nesse contexto, além da ampliação da equipe e da estrutura local de serviços, a companhia não descarta investir em aquisições no país.

No acumulado do ano fiscal em curso, a HDS apurou uma receita de US$ 100 milhões no Brasil. A expectativa é de um crescimento de 30% no país nesse exercício. "Com os novos investimentos, esperamos dobrar a operação no prazo de dois anos", disse Saenger.

Fonte: Valor