A integrante do Comitê de Política Monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) Sayuri Shirai reforçou a sua campanha de que a autoridade monetária precisa estar mais atenta aos riscos descendentes sobre a economia, o crescimento e a inflação. Além disso, Shirai disse que o BoJ pode não atingir a meta de inflação de 2% em dois anos e mantê-lo em torno deste nível. As declarações da integrante do BoJ foram feitas durante discursos a empresários na cidade de Tokushima.
Em seu discurso, Shirai destacou que a expectativa de inflação no longo prazo entre as famílias e as empresas tem crescido, mas alertou que o ritmo de crescimento é fraco e perto da estabilidade.
"Essas expectativas de inflação ainda estão bem abaixo da meta de 2% e ainda é incerto se a inflação atingirá a meta de 2% no período planejado (do final do ano fiscal de 2015 a 31 de março de 2016)", afirmou Shirai.
A integrante do banco central japonês ainda destacou que o risco de queda da atividade econômica do Japão é maior do que o risco de melhora. Shirai já tinha esse discurso antes e por isso se opôs às projeções de médio prazo e análise de risco apresentadas dos membros do BoJ no relatório de perspectivas semestrais da instituição publicado em 31 de outubro. Shirai tem uma visão de crescimento e inflação mais fraca do que a apresentada pelo consenso do BoJ.
De acordo com Shirai, o risco de queda pode surgir de um ritmo de crescimento mais lento do que o esperado entre as economias do exterior, particularmente dos mercados emergentes, o que vai afetando diretamente as exportações japonesas. A integrante do BoJ ainda afirmou que é preciso ter cautela, dado o crescimento moderado das exportações e da produção industrial. Ainda assim, a integrante do BoJ reforçou que não muda a sua visão de que o BoJ deve fazer esforço máximo para atingir a meta da inflação.
Fonte: Jornal da Tarde