A China anunciou hoje a criação de uma zona de defesa aérea no Mar do Leste da China, o que inclui um conjunto de ilhas controladas pelo Japão, mas reivindicadas por Pequim. O novo regulamento obrigará os aviões que passarem por ali a cumprir algumas obrigações, como informar um plano de voo detalhado, indicar sua nacionalidade e manter comunicação via rádio. Caso as regras não sejam respeitadas, as autoridades poderão iniciar uma resposta armada, segundo informou o governo chinês. As normas já estão em vigor.
O Ministério das Relações Exteriores do Japão rapidamente se posicionou contra a mudança e disse, por meio de nota, que "nunca poderá aceitar a zona estabelecida pela China", que o projeto marca uma escalada nas tensões em torno do arquipélago em disputa e que o desfecho poderá ser "muito perigoso".
Os dois países estão com as relações estremecidas há cerca de um ano. Em setembro, o governo de Tóquio nacionalizou três das cinco ilhas que compõem um arquipélago localizado entre a China, o Japão e Taiwan, chamado de Senkaku pelos japoneses e de Diaoyu pelos chineses. A iniciativa provocou uma onda de manifestações contra o Japão, algumas violentas, em várias cidades da China.
Desde então, Pequim envia com frequência patrulhas até as proximidades das ilhas, que são praticamente inabitadas. O governo japonês também intensificou a presença militar na região.
(Folhapress)