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terça-feira, 25 de setembro de 2012

Disputa já afeta vendas do Japão ao mercado chinês


Exportadores japoneses enfrentam atrasos em remessas para algumas cidades chinesas devido à intensificação das inspeções aduaneiras. O problema ocorre num momento em que continuam elevadas as tensões entre os dois países em torno de ilhas reivindicadas por ambos.

Os atrasos das remessas para a China foram causados pelo aumento das vistorias por parte dos funcionários alfandegários de Cantão, Xangai e Tianjin, disse ontem Yumiko Yoshimura, alto funcionário da Organização Japonesa de Comércio Exterior. No entanto, a situação mostrava-se normal em outras cidades importantes, como Pequim, Dalian e Qingdao.

A Kintetsu World Express, segunda maior empresa de transporte de carga do Japão, advertiu seus clientes sobre possíveis atrasos, embora não tenha recebido relatórios sobre problemas. A Sojitz, uma das maiores tradings especializadas em comércio com a China, disse estar acompanhando de perto a situação, mas informou não ter registrado quaisquer atrasos ou problemas relevantes.

O total da balança comercial entre China e Japão somou US$ 352 bilhões no ano passado. As tensões entre a China e o Japão se intensificaram no início do mês, quando o governo japonês comprou várias ilhas reivindicadas pelos dois países na porção oriental do Mar da China das mãos de donos japoneses. A medida visava barrar um plano mais ousado do governador nacionalista de Tóquio de comprar e desenvolver as ilhas, que são rodeadas por ricas áreas de pesca e de recursos naturais inexplorados. Mesmo assim, Pequim reagiu à aquisição prometendo "sérias consequências", e manifestantes chineses danificaram na semana passada lojas e fábricas de propriedade de japoneses na China.

Em 2010, em irrupção anterior de hostilidade em torno das ilhas, os produtos japoneses importados pela China enfrentaram maiores atrasos na alfândega. Pequim reagiu à prisão de um pescador chinês por parte do Japão impondo uma proibição de fato sobre suas exportações de terras-raras - matéria-prima especial utilizada na produção de equipamentos eletrônicos avançados.

O Japão enviou ontem um vice-ministro das Relações Exteriores para reunir-se com seu colega chinês. Por seu lado, a China disse pretender usar aviões não tripulados (conhecidos como "drones") para fazer a vigilância marítima até 2015, enquanto tenta aumentar sua presença em torno das ilhas desabitadas, chamadas Senkaku no Japão e Diaoyu na China.

Ele não deu detalhes sobre o teste, mas citou artigos da mídia estatal que disseram que a China pretende ter drones e bases de monitoramento instaladas até 2015. As reportagens não revelou quando os drones serão enviados para o entorno das ilhas.

O governo do Japão apresentou um protesto oficial à China ontem depois que quatro embarcações do país entraram em águas territoriais reivindicadas por Tóquio. Segundo a agência chinesa Xinhua, dois barcos civis de patrulha estavam exercendo o "direito de defesa" perto das ilhas - os outros dois barcos eram da vigilância pesqueira.

Fonte: Valor