Membro ativo do Parlasul - Representação Brasileira no Parlamento do Mercosul, o deputado federal e conselheiro da câmara japonesa de comércio do Paraná, Hidekazu Takayama (PSC-PR) tem lutado na Câmara pela igualdade de direitos entre os países que integram o bloco Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além da Venezuela. Em entrevista para o Partido Social Cristão, o parlamentar destaca a importância da representação brasileira no grupo para o crescimento interno.
Quais os desafios que o Parlasul tem para 2012?
Deputado Takayama - O Parlasul ainda está dando seus contornos finais com relação à sua consolidação. É um trabalho lento, porque depende de vários países, cada um com a sua legislação diferenciada. E, portanto, os problemas são enormes. Temos confrontos com relação aos trabalhadores brasileiros nas fronteiras dos países vizinhos, como Paraguai e Argentina, problemas comerciais, a questão da proteção comercial, que é natural e normal em cada país, entre outros.
Como o Parlasul tem lidado com a crise Argentina?
Sabemos das enormes dificuldades administrativas que a Argentina está enfrentando. Recentemente vimos eles nacionalizarem uma empresa petrolífera cujo maior acionista era uma empresa da Espanha. Isso tudo cria, evidentemente, enormes conflitos. E a função dos parlamentares do Parlasul é exatamente a de fechar essas áreas de atritos, que não são poucas.
O Brasil tem enfrentado conflitos com quais países do Mercosul?
Com relação à fronteira geopolítica, Brasil e Argentina não encontram dificuldades. Porém, na questão econômica, o Brasil é altamente prejudicado com a entrada do trigo argentino, por exemplo. Quando as questões são boas para a Argentina ela faz questão de fazer parceria com o Brasil, mas quando existem dificuldades, ela bloqueia, faz restrições. Além disso, também temos problema com o Paraguai, que hoje está colocando bastantes restrições aos brasileiros que residem nas áreas fronteiriças. Nós até compreendemos isso, pois é uma situação difícil para eles saber que toda a sua fronteira são de fazendeiros de origem brasileira. E eu, como filho de imigrantes, sei dessa dificuldade. Portanto, temos que procurar trabalhar com os parlamentares paraguaios com relação a esses conflitos, porque os brasileiros que estão lá não invadiram terras, não foram terras griladas, mas compraram na época em que migraram para investir na agricultura. Acredito que o Paraguai levará um tempo para entender que os brasileiros que estão lá na verdade são paraguaios. É o meu caso, por exemplo. Sou filho de japonês, mas ninguém tem dúvida, mesmo com os traços asiáticos, de que sou brasileiro. Essas são questões que podem ser diminuídas com o trabalho do Parlasul, estamos lá exatamente para lutar contra esses problemas.
E os problemas enfrentados com países que não fazem parte do Mercosul, como podem ser resolvidos pelos deputados brasileiros?
Essas são situações que temos que trabalhar na Comissão de Relações Exteriores.
Qual seria, então, a função principal do Parlasul?
Acho que o Parlasul é um avanço para ajudar exatamente a eliminar as fronteiras entre os membros do Mercosul, pois a modernidade caminha nesse sentido, e eu acredito que ter o Parlasul é muito importante porque o parlamentar passa a se tornar uma espécie de um azeite para fazer com que as máquinas funcionem bem.
Fonte: PSC