O Brasil, especificamente o Paraná, tem feito cada vez mais parte da rota de investimentos de grandes empresas japonesas. Nos últimos cinco anos, quatro aportaram no estado: Makita, Toshiba, Hamaya, e Sumitomo Rubber (foto ao lado). E a expectativa são as melhores. Com a crise que o país vem enfrentando desde o terremoto de 2011, empresas orientais demonstram interesse cada vez maior em se hospedar no Estado, e aquelas que já estão por aqui, em expandir os seus negócios.
No ano passado, o país registrou um grande volume de investimento estrangeiro direto (IED), sendo 10,8% vindos de empresas japonesas. Foram US$ 7,5 bilhões aplicados no país, quase três vezes mais que o valor empregado em 2010, quadro que remonta às décadas de 1970 e 1980, quando muitos de seus executivos vinham ao país, interessados na produção de matérias-primas. “Naquela época, com a crise do petróleo em 1973 e do embargo de soja dos EUA (citando apenas dois dos principais problemas econômicos que o país enfrentava na época), o Japão viu-se obrigado a investir em outros países. E o Brasil foi um deles”, explica Yoshiaki Oshiro, presidente da Câmara do Comércio e Indústria do Japão no Paraná.
Desta vez, mesmo sendo difícil alcançar os números daquela época - quando os investimentos japoneses chegavam a até 20% do IED -, a expectativa é positiva, e reforçada por anúncios de expansão e investimentos recentes de empresas orientais. A Sumitomo Rubber anunciou recentemente o investimento de R$ 560 milhões (US$ 346 milhões) na construção de sua primeira fábrica fora do continente asiático e que deve gerar 1,5 mil empregos diretos até 2016. A fabrica será construída na Fazenda Rio Grande, Região Metropolitana de Curitiba.
“A Sumitomo mantinha os principais negócios com a Europa, América do Norte e Oriente Médio. É lógico que tínhamos a América do Sul em foco e decidimos que o melhor era investir no Brasil, especificamente no Paraná “, explica Ippei Oda, presidente da Sumitomo Rubber. “Considero o Brasil um país de grande potencial, com grande população e economia em crescimento. É sempre necessário observar esses fatos para expandir a competição”.
O objetivo da empresa é ganhar 10% do mercado nacional de pneus até 2020, por meio das marcas Dunlop e Falken. A nova fábrica deve ficar pronta em abril do próximo ano, quando iniciará uma produção de pneus em fase de testes e, em outubro de 2013, deve iniciar as atividades com uma produção diária de dois mil pneus, até atingir a marca de 15 mil unidades.
Enquanto a zona do Euro, Estados Unidos, e Japão vêm enfrentando uma série de dificuldades econômicas nos últimos anos, o Brasil vem se destacando no cenário econômico mundial como “o país do futuro”, com o pré-sal, a Copa do Mundo de 2014, e as Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016. “ É um momento otimista e isso reflete nas relações internacionais”, explica Oshiro.
Para ele, os japoneses entendem que o Brasil, entre os países do BRIC (sigla que se refere a Brasil, Rússia, Índia, China, que se destacam no cenário mundial) é considerado o mais preparado para receber novos investimentos, principalmente em função do histórico de experiências positivas de diversas empresas japonesas instaladas há tantas décadas. “Além disso, desfrutamos de uma democracia consolidada, uma economia aberta, de mercado estável, ingredientes essenciais para esta planificação da economia mundial.”
Fonte: Paraná Shimbun