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sexta-feira, 5 de abril de 2013

Governo japonês anuncia injeção de US$ 1,4 trilhão na economia


O governo japonês anunciou ontem uma mudança radical na sua política monetária, que resultará na injeção de cerca de US$ 1,4 trilhão na economia nos próximos dois anos. O objetivo é acabar com a estagnação econômica e pôr fim a quatro anos seguidos de deflação. O anúncio, feito pelo Banco do Japão (o banco central do país), surpreendeu o mercado, levando a Bolsa de Tóquio a subir 2,2%. Paralelamente, o Banco Central Europeu (BCE) assumiu postura conservadora, mantendo os juros em 0,75% ao ano.

O estímulo à economia japonesa será feito da seguinte forma: o BC do Japão assumiu o compromisso de comprar títulos públicos de longo prazo para aumentar o dinheiro em circulação no país. Será uma injeção de cerca de 70 trilhões de ienes (ou aproximadamente US$ 730 bilhões) por ano até que a meta de inflação, de 2% anuais, seja atingida. Em comunicado, a instituição disse que a meta seria alcançada "no menor prazo possível". Mas a expectativa é que isso aconteça em dois anos. Desde 2009, o índice de preços ao consumidor no Japão encerra o ano no negativo. Em 2012, a taxa foi de -0,16%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

- Isso é uma política expansionista em uma inteiramente nova dimensão - disse o recém-empossado presidente do BC japonês, Haruhiko Kuroda.

Um dos efeitos esperados da nova medida é o aumento das exportações. Ao aumentar a circulação do iene, o valor da moeda em relação ao dólar cairá. As mercadorias japonesas ficarão, então, mais baratas para americanos e europeus, que tendem a consumir mais bens japoneses. Embora o mercado tenha recebido bem a notícia, alguns economistas alertaram que os preços podem sair do controle, levando o país a voltar à situação vivida nos anos 80.

Na Europa, o presidente do BCE, Mario Draghi, deu a entender que haverá corte na taxa de juros em maio, ao afirmar que o banco"está pronto" para impulsionar a zona do euro. Mesmo assim a Bolsa de Londres caiu 1,19%; a de Paris, 0,77% e a de Frankfurt, 0,73%.

Fonte: O Globo