A proposta inicial era um projeto menos ambicioso para ficar pronto em 2010, mas a Hitachi Data Systems (HDS) ampliou os planos para o Brasil. A companhia já havia anunciado a instalação no país de um centro operacional para clientes com grande necessidade de processamento de dados, mas postergou porque vai aliar ao centro uma unidade de produção de equipamentos.
"O Brasil é uma das nossas prioridades, é um dos mercados que mais crescem na nossa área de atuação, à frente de China e Rússia", disse ao Valor o vice-presidente e gerente-geral para as Américas da companhia, o americano Jeff Henry.
Esse é um mercado que cresce com a demanda acelerada de serviços com a presença da informática nas mais variadas atividades. O volume de dados processados ganha espaço na chamada computação em nuvem e torna-se cada vez maior. Por isso, os planos da empresa são de ganhar competitividade nos serviços de gerenciamento de informações por meio da produção de sistemas de armazenamento de dados - produto voltado para o cliente empresarial. Entram no portfólio os sistemas modulares, que serão os primeiros a serem montados.
Henry veio ao país visitar clientes e disse ao Valor que a expectativa é de finalizar o projeto nos próximos seis meses. As instalações serão em terreno próximo ao aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). O executivo não informou o volume de investimentos previstos, apenas o caracterizou como "expressivo".
"A corporação destinou cerca de US$ 30 milhões para o desenvolvimento de sistemas que viabilizem a criação de aplicações para atender grandes clientes. A meta é certificar e trazer isso para o Brasil", completou.o brasileiro Pedro Saenger, vice-presidente da companhia para a América Latina.
Com faturamento mundial de US$ 1,028 no primeiro trimestre, a HDS atende no país a bancos, empresas de telecomunicação, governos federal e estaduais, e grandes indústrias. Os serviços são prestados para a América Latina por meio do centro de operações, conhecido no setor pelo nome em inglês "Storage Operation Center" (SOC), instalado em Buenos Aires, na Argentina.
Saenger admite que os custos do mercado argentino são menores, mas afirmou que o Brasil vai ser destaque, pois nos últimos três anos, o mercado local para os produtos e serviços da Hitachi Data Systems cresceram "a uma taxa de 70% e, neste ano, deverão avançar 50%".
"Queremos fazer investimentos de longo prazo aqui. Desenvolver uma instalação com linha de montagem e centro de distribuição é muito mais trabalhoso e requer um investimento muito maior, mas estamos concentrados em fazer isso aqui no país", afirmou.
A estratégia de montar aqui tem como objetivo baixar preços, pois passariam a deter os benefícios de redução de custos pela montagem local. "Os clientes brasileiros são de grande porte. Então, procuramos oferecer nossos serviços aqui. É importante frisar que, embora não tenhamos construído um centro de armazenagem no Brasil, já lançamos nossos serviços aqui", disse.
Criada no Japão, a Data Systems é sediada na Califórnia (EUA) e é parte de um grupo que faturou US$ 112,2 bilhões em 2010. Foi fundada em 1989, tem 4,9 mil empregados e atua em mais de cem países. Segundo dados da companhia, todas as regiões registraram crescimento de dois dígitos no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior.
(Heloisa Magalhães | Valor)