TÓQUIO -
A vitória do Partido Liberal Democrático sobre o Partido Democrata nas eleições parlamentares no Japão neste domingo deve gerar um novo esforço de políticas fiscal e monetária para tentar tirar o país de 20 anos de estagnação econômica.
Com a provável eleição de Shinzo Abe como primeiro-ministro, no lugar de Yoshiniko Noda, espera-se que a economia japonesa vá receber mais estímulos, com o aumento de gastos em obras públicas e uma meta de crescimento do PIB de 3% ao ano. Abe é favorável a que o Banco Central japonês estimule a demanda, para ajudar o país a sair da situação de deflação. Críticos afirmam que tais medidas podem impulsionar muito o déficit público e reduzir a confiança dos investidores do mercado de títulos da dívida, o que poderia desestabilizar as finanças do país.
No comércio exterior, o Partido Liberal Democrático defende a criação de uma área de livre-comércio no Pacífico, uma iniciativa apoiada pelos Estados Unidos, mas com proteção à concorrência estrangeira na agricultura. Políticas nacionalistas poderiam prejudicar as exportações e as indústrias com altos investimentos na China. Abe, porém, prometeu ser mais duro com a China, com quem o Japão vive uma crise devido à disputa pela soberania de algumas ilhas.
O partido, que deve obter ao menos 291 das 480 cadeiras da câmara baixa do Parlamento japonês, planeja ainda cortar impostos das empresas para deixar o país “o mais favorável aos negócios no mundo”.
Na área de energia, sob pressão de empresas do setor, a definição de uma estratégia de longo prazo deve ser adiada, o que levanta questionamentos sobre o uso de energia renovável para compensar o fechamento da maioria das usinas nucleares depois do desastre na usina de Fukushima, em março de 2011.
Fonte: Valor
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