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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Produção global da Toyota cresce 144% em maio ante igual mês de 2011


SÃO PAULO - Com a demanda aquecida por incentivos do governo japonês, a Toyota reportou hoje que sua produção global cresceu 144% em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado, para 860,8 mil veículos.

No Japão, a produção avançou 126%, enquanto a alta foi de 159% no resto do mundo. Segundo comunicado da montadora, foi o oitavo mês consecutivo de aumento no número de veículos produzidos pela companhia.

O crescimento nas vendas no Japão foi menor que a alta na produção, mas também expressivo, de 109%, na mesma base de comparação. De acordo com a Toyota, 176 mil unidades foram vendidas no país em maio.

(Ana Fernandes | Valor)

Sony vende unidade de produtos químicos no Japão por US$ 728 milhões


SÃO PAULO - Dando continuidade ao processo de reestruturação dos negócios, a Sony anunciou hoje um acordo definitivo para a venda da unidade de produtos químicos da companhia, incluindo a Sony Chemical & Information Device Corporation (SCID), ao Banco de Desenvolvimento do Japão. O negócio está avaliado em 58 bilhões de ienes (US$ 728,6 milhões).

A subsidiária fabrica materiais adesivos usados em televisores, câmeras e telefones celulares, além de produtos como discos óticos e fitas magnéticas. O acordo abrange as operações domésticas e no exterior da SCID.

Antes da conclusão da venda, a Sony vai transferir alguns de seus produtos químicos incluídos em outras operações do grupo à SCID. Ao mesmo tempo, outros negócios da SCID não relacionados diretamente ao segmento químico serão transferidos para a Sony.

Fechada essa etapa, uma holding constituída pelo Banco de Desenvolvimento do Japão irá adquirir a totalidade das ações emitidas pela SCID e outra subsidiária não especificada pela Sony, bem como as licenças para certas patentes da companhia relacionadas a essas empresas.

(Moacir Drska | Valor)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Visitas à Câmara: TRC Takada Co. Ltd.

No último dia 27 de junho (quarta-feira), o diretor da CCIBJ do Paraná, Fujio Takamura, recebeu a visita do diretor da empresa japonesa de metalurgia, TRC Takada Co., Ltd., Junya Takada, além do representante do banco japonês Iwata Shinkin Bank, Etsuo Ishikawa.

A empresa, fabricante de componentes automotivos derivados do metal como tanques de combustíveis, escapamentos, bandejas de bateria, catalisadores, entre outros,  vem dialogando com empresas paranaenses visando a constituição de uma possível joint venture. Para tanto, a Câmara vem dando todo o suporte necessário a cerca desta prospecção, seja mediando os diálogos com empresas locais, seja atendendo possíveis dúvidas em torno deste processo via vídeo conferência. 

Segundo Takamura, apesar do real interesse por parte da empresa, ainda é cedo para afirmar o estabelecimento de parcerias. "Não há dúvida de que a constituição e formalização de uma joint venture entre uma empresa local e do Japão demanda tempo e inúmeras reuniões. Todavia, é a segunda vez que o Sr. Takada vem ao Paraná, e isso transmite a todos os players envolvidos muita segurança e a certeza de que novos negócios poderão ser celebrados no futuro".

Para mais sobre a empresa, acesse:

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Inspirado no Japão, Recife terá 'bairro inteligente'


Em pleno horário comercial de uma terça-feira nublada, um casamento era celebrado com tranquilidade em uma praça de Yokohama, segunda maior cidade do Japão, localizada na região metropolitana de Tóquio. Normal? Pode-se dizer que sim, mesmo em se tratando de uma área com muitos edifícios empresariais imponentes, endereço de corporações como Nissan e Fuji Xerox, entre outras. Mais do que o enlace matrimonial, chamava a atenção a calmaria das ruas e avenidas, que destoava do cenário clássico da grande metrópole nipônica, em que formigueiros humanos se deslocam com impressionante rapidez e organização.

No fim do expediente surgem, enfim, milhares de japoneses com seus celulares e fones de ouvido, a maioria rumando para as modernas estações de trem e metrô que servem a região e dispersam a multidão com assustadora eficiência.

Os que preferem um transporte mais saudável simplesmente encostam a carteira em um dispositivo e alugam uma bicicleta pelo correspondente a R$ 2,50. Um cartão eletrônico dentro da carteira funciona como bilhete único, para pagamento de diversos serviços por aproximação. Quem segue de carro elétrico e precisa abastecer antes de ir para casa tem no estacionamento do shopping center local algumas opções de recarga: mais rápida, para os apressados, e mais completa, aos que tiverem tempo para um chá verde.

De dentro do shopping pode-se avistar os vagões do metrô chegando ao subsolo. Cidade e centro de compras se confundem outra vez quando se descobre que um dos principais corredores do shopping, coberto e cercado por lojas e restaurantes, é, na verdade, uma rua, com endereço e tudo. Na estação de trem, a esteira rolante que leva os passageiros à plataforma de embarque é movida a energia solar, captada por painéis instalados no telhado.

Japoneses investiram quase US$ 34 bilhões em 30 anos para criar a Minato Mirai 21, cujo PIB é de US$ 17 bilhões

As peculiaridades não param por aí em Minato Mirai 21, distrito de Yokohama conhecido como a primeira cidade inteligente do Japão. Um sistema de calefação e ar condicionado central serve quase 90 mil pessoas. Há ainda gestão automatizada do consumo de energia elétrica, museus, casas de espetáculo e áreas verdes. É esse o modelo japonês que a Odebrecht quer replicar no projeto Cidade da Copa, bairro inteligente que está sendo erguido em Pernambuco, no entorno do estádio que receberá os jogos do mundial de futebol, em 2014.

Assim como aconteceu no projeto nipônico, a Cidade da Copa tem como objetivo principal expandir os limites de uma capital que não tem mais para onde crescer, no caso, o Recife. A proximidade com a capital pernambucana, de 19 quilômetros, aliada à grande disponibilidade de terreno plano fizeram de São Lourenço o local ideal para a construção da cidade inteligente.

No Japão, Minato Mirai 21 começou a ser erguida há 30 anos com o propósito de atrair empresas e criar empregos em Yokohama, que era praticamente uma cidade dormitório de milhões de pessoas que trabalham em Tóquio. Diferentemente do que ocorrerá em Pernambuco, onde o empreendimento será desenvolvido ao redor de um estádio, a cidade japonesa cresceu no entorno do porto de Yokohama. Uma área imensa foi aterrada e a infraestrutura começou a ser pensada do zero, visando o longo prazo. Isso possibilitou um processo sustentável de expansão e absorção de tecnologias.

O alicerce para o desenvolvimento de Minato Mirai 21 foi a construção de imensos dutos subterrâneos, por onde passa toda a rede de água, energia e telecomunicações. Os dutos foram preparados para suportar, inclusive, um eventual projeto futuro de coleta de lixo a vácuo, já implementado em cidades como Barcelona. Em Pernambuco, infraestrutura semelhante já está sendo projetada. Há três semanas, o governo estadual se reuniu com representantes das concessionárias de água e luz e telefonia para avaliar o interesse dessas empresas em aproveitar as obras viárias em andamento na área da Cidade da Copa para instalarem, em conjunto, suas redes.

O projeto da Odebrecht para a Cidade da Copa prevê 18 mil residentes em 2025 e recursos iniciais de R$ 1,6 bilhão

Minato Mirai foi concebida com a meta de atingir, em 30 anos, uma população flutuante de 190 mil pessoas, sendo 10 mil com endereço fixo no distrito. "Ainda estamos longe do nosso objetivo em número de trabalhadores, que hoje são 90 mil, mas em população residente já alcançamos", explicou Takahiro Noda, presidente da UR - abreviação em inglês para Renascimento Urbano, espécie de autarquia do governo japonês dedicada ao setor imobiliário. A UR foi criada há 40 anos para implementar a versão nipônica do Minha Casa, Minha Vida. Terminado o projeto, segue atuando no desenvolvimento imobiliário.

De acordo com o executivo, o segredo para a sustentabilidade de um projeto como esse é a atração de empresas de grande porte, as chamadas âncoras, que garantem um grande fluxo de pessoas circulando todos os dias. No município de São Lourenço da Mata, onde está sendo construída a Cidade da Copa, já foi confirmada a instalação do novo campus da Universidade Estadual de Pernambuco (UPE) e de um hipermercado, que ainda não teve o nome divulgado, além de um shopping center. O objetivo, porém, é atrair muito mais do que isso.

O projeto da Odebrecht calcula uma população residente de cerca 18 mil pessoas no fim do projeto, programado para 2025. Apartamentos para classe média e alta, edifícios empresariais, lojas, arena multiuso, centro de convenções, parques e áreas de lazer fazem parte do megaempreendimento, que o grupo não pretende construir sozinho. Por meio do consórcio Arena Pernambuco, a Odebrecht pretende contratar outras empreiteiras interessadas em dar vida à Cidade da Copa.

A projeção atual é de que as primeiras fases do empreendimento demandem um investimento de R$ 1,6 bilhão. De acordo com o vice-prefeito de Yokohama, Nobuya Suzuki, em 30 anos foram aplicados em Minato Mirai 21 quase US$ 34 bilhões. Favorecida pela presença de gigantes como a Nissan, a cidade inteligente tem atualmente um Produto Interno Bruto estimado em US$ 17 bilhões.

Muitos concordam que, por si só, o planejamento de longo prazo e a eficiência dos serviços já fazem uma cidade inteligente. Mas é a tecnologia presente no dia a dia de Minato Mirai 21 que lhe assegura o título. Inspirada no modelo, a Odebrecht pretende ir além do que já existe na cidade japonesa. Por esse motivo, contratou a também nipônica NEC, principal empresa de tecnologia do país asiático, para dar todo o suporte tecnológico. A expectativa é que a parceria resulte na instalação de inúmeros sistemas inteligentes na Cidade da Copa.

Um dos recursos mais esperados é o sistema de vigilância baseado em reconhecimento facial. Câmeras equipadas com sensores ultrapotentes podem identificar na multidão um torcedor indesejado ou um convidado importante. Movimentos suspeitos também podem ser detectados, aumentando as chances de a polícia se antecipar aos acontecimentos. O sistema poderá ser implantado não só na arena, mas também nas ruas e condomínios da cidade.

"A NEC desenvolve cidades inteligentes em algumas partes do mundo, como na Índia, nos Estados Unidos e na Itália. Cada uma tem uma inteligência específica, como o transporte público na Índia e a gestão de energia nos outros dois países. No Brasil será a primeira vez em que estará tudo junto, porém com um enfoque na segurança", explicou o diretor da unidade de vendas internacionais da NEC, Shinya Kukita.

Na área de energia elétrica, a ideia é implantar sistemas de gestão do consumo, por meio da utilização de baterias de lítio de grande capacidade. A empresa ou residência gera a própria energia por meio de painéis solares, armazena nas baterias e depois gerencia livremente o consumo. Pode escolher, por exemplo, a melhor hora para usar a energia própria ou a que vem da rede tradicional de distribuição. O sistema mostra na tela todo o consumo e alerta para a necessidade de economia, quando for o caso.

Sistemas inteligentes de pagamentos eletrônicos, como o dispositivo por aproximação de um cartão, também estão no rol das negociações entre NEC e Odebrecht. Os sistemas poderão servir para a venda de ingressos para jogos de futebol e shows, mas também para jornais, bebidas ou qualquer outro produto ou serviço, como já acontece no cotidiano da terra do sol nascente.

O repórter viajou a convite da Odebrecht e da NEC.

Fonte: Valor

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sony vai investir US$ 1 bilhão para aumentar produção de sensores


SÃO PAULO - A japonesa Sony Semiconductor informou hoje que investirá aproximadamente 80 bilhões de ienes (US$ 1 bilhão) no centro de tecnologia da empresa em Nagasaki até setembro de 2013 para produzir sensores de imagem.

A nova unidade vai complementar a produção de semicondutores da companhia, que mantém fábricas em Kagoshima, Oita, Nagasaki, Kumamoto, Shiroishi-Zao e Higashiura, no Japão.

Do total a ser investido, aproximadamente 45 bilhões de ienes (US$ 564 milhões) serão aplicados no atual ano fiscal.

A unidade fabril terá capacidade para processar, por mês, 60 mil wafers (material semicondutor usado para produção de chip) para sensores de imagem. A produção será destinada ao consumo das divisões da Sony de eletroeletrônicos e a fabricantes de smartphones e tablets.

Fonte: Valor

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Nissan reduzirá sua capacidade de produção no Japão


A Nissan planeja cortar sua capacidade de produção no Japão em 15% a partir do próximo mês, revelou o diário Nikkei. A companhia automobilística irá fechar uma das duas linhas que possui em Oppama, Kanagawa. A capacidade anual de produção da empresa japonesa cairá de 1,35 milhões para 1,15 milhões de veículos. No entanto, a Nissa planeja aumentar a produção nacional no ano fiscal de 2012 em 2% interanual a 1,22 milhões de unidades, graças ao trabalho de horas extras e feriados de seus funcionários.

A montadora de Oppama produz anualmente 430.000 unidades e sete modelos entre eles, o Leaf. A produção do Note será transferida para a fábrica de Fukuoka enquanto a do Tiida deixará de ser produzida no Japão. Apesar do corte não haverá diminuição no número de funcionários, ressaltou o Nikkei. A Nissan ambiciona elevar suas vendas a nível global, que atingiram 4,84 milhões de unidades no ano fiscal 2011, a pelo menos 7,6 milhões para o ano fiscal de 2016.

A produção aumentará nos mercados emergentes como o chinês, brasileiro e russo.

Fonte: Valor

Japão tem 1º déficit comercial com a UE


O Japão registrou ontem o seu primeiro déficit mensal na balança comercial com a União Europeia (UE), o que ressalta a crescente vulnerabilidade da terceira maior economia do mundo às oscilações na demanda externa.

O déficit de 11 bilhões de ienes (US$ 139 milhões) na balança com a UE em maio, o primeiro desde o início dos registros comparáveis, em 1979, é a culminação de uma tendência de quatro anos na qual os enormes superávits do Japão com os seus mais importantes parceiros comerciais foram gradualmente desaparecendo.

Para analistas, apesar de ainda desfrutar de superávits com a Ásia (165 bilhões de ienes em maio) e a América do Norte (301 bilhões de ienes), os dois maiores blocos comerciais para exportações, o país não mais pode depender de uma balança positiva com a UE.

"Não temos nenhuma esperança em relação à Europa", disse Kiichi Murashima, economista-chefe do Citi em Tóquio. "A fraqueza nas exportações no mês passado teve uma base ampla, indo de químicos a maquinário." O déficit com a UE pode prosseguir pelo resto do ano, acrescentou Yuichiro Nagai, do Barclays de Tóquio, à medida em que a crise da dívida afeta a demanda pela zona do euro.

No geral, o Japão teve em maio um déficit comercial de 907 bilhões, 5,4% maior do que em relação ao mesmo mês de 2011, o qual foi atingido por interrupções na cadeia de suprimentos após o tsunami. Os dados podem ter graves implicações para o Japão. No curto prazo, analistas disseram que o cenário desalentador aumenta as chances de o Banco do Japão atuar no mês que vem no sentido de afrouxar a política monetária pela terceira vez desde fevereiro.

No longo prazo, o desequilíbrio pode tornar mais complexas as discussões entre UE e Japão para um acordo de livre-comércio. Pode também despertar de novo os temores quanto à sustentabilidade da sua dívida pública, a maior do mundo. Se a conta corrente entrar no vermelho, como já aconteceu duas vezes desde a crise do Lehman, o país se tornará um importador de capital, dependendo de estrangeiros para financiar, na margem, suas dívidas.

Fonte: Valor Econômico

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Japão lança programa de estímulo a energia limpa

O governo japonês aprovou ontem um plano de incentivo à produção de energia limpa que deve resultar num investimento de pelo menos US$ 9,6 bilhões em novas instalações com capacidade de geração de 3,2 gigawatts. Dependente de combustíveis fósseis e da energia nuclear, o país enfrenta dificuldades para suprir indústrias e residências com eletricidade desde o tsunami de março do ano passado que causou o acidente de Fukushima e provocou a paralisação de todos os reatores atômicos.

Com o plano de subsídios entrando em vigor a partir do dia 1º, o Japão deve superar Alemanha e Itália e se tornar o segundo maior mercado global de energia solar. O Ministério da Economia, Comércio e Indústria japonês estabeleceu o preço de 42 ienes (R$ 1,09) por kilowatt-hora durante 20 anos para a eletricidade solar - o triplo do que as indústrias pagam pela energia convencional.

Após a implementação da nova medida, as companhias distribuidoras de eletricidade serão obrigadas a comprar toda a produção dos fornecedores de energia limpa. Antes, as distribuidoras não precisavam comprar mais do que 500 quilowatts-hora. "A tarifa é bastante atraente", disse Mina Sekiguchi, diretora de energia e infraestrutura da KPMG no Japão. "A taxa reflete a intenção do governo de estabelecer muitas unidades de energia solar em pouco tempo."

O plano adotado pelo gabinete do primeiro-ministro Yoshihiko Noda foi recebido com alguma preocupação por grupos empresariais, que acreditam que o incentivo à energia limpa vai aumentar custos e retardar a recuperação econômica do Japão.

"É um mecanismo com um alto grau de intervenção no mercado, ao estabelecer tarifas artificialmente altas e fazer os usuários arcarem com os custos", afirmou Masami Hasegawa, gerente-sênior do departamento de política ambiental do Keidanren, o mais poderoso grupo de lobby empresarial do país. Segundo o governo, os custos serão repassados aos consumidores e, na média, as contas mensais de eletricidade de cada lar ficarão 87 ienes (R$ 2,26) mais caras.

De acordo com estimativas da consultoria New Energy Finance, o Japão ficará atrás somente da China em termos de crescimento da capacidade solar. Num ranking global de novas instalações, o Japão ficou em sexto lugar no ano passado, quando somou mais 1,3 gigawatts à base de 3,7 gigawatts de energia solar. Um gigawatt é capaz de suprir energia a 243 mil residências. Como comparação, a usina de Belo Monte deverá ter uma potência instalada de 11,2 gigawatts.

Apesar da oposição da maioria da população, no sábado, o governo aprovou o reinício das operações de dois reatores nucleares - desde o acidente de Fukushima, todos os 50 reatores do país estavam parados. "Devemos ter como meta reduzir a dependência de energia nuclear tanto quanto possível no médio e longo prazo", disse o premiê Noda, procurando amenizar a medida.

Antes do tsunami, a energia nuclear respondia por quase 30% do consumo de eletricidade do país. De toda a eletricidade gasta pelo Japão em 2011, apenas 1,6% veio de fontes renováveis, o segundo menor índice entre os países do G-7.

Fonte: Bloomberg / Valor

Ministro japonês deseja chegar logo a uma decisão sobre participação do país na Parceria Transpacífica


O ministro japonês da Indústria, Yukio Edano, deseja chegar a uma decisão o mais rápido possível a respeito da participação do país nas negociações da Parceria Transpacífica.

Edano falou a um comitê da Câmara Baixa na quarta-feira. Seus comentários surgem depois de o México e o Canadá terem decidido participar de forma oficial das negociações sobre a parceria. O ministro japonês também disse que deseja manter discussões com as nações participantes da Parceria Transpacífica para deixar clara a decisão do Japão.

No entanto, Yukio Edano também indicou que o Japão pode vir a precisar de mais tempo antes de tomar uma decisão final. As opiniões com relação à parceria estão divididas no país. Os círculos de negócios desejam que o país participe, ao passo que grupos relacionados ao setor agrícola se opõem.

Fonte: NHK

Japão promete reconstrução fiscal em plano de ação do G20


O plano do governo japonês de elevar o imposto sobre consumo foi incluído num plano de ação apresentado na cúpula do Grupo dos Vinte, no México. O plano de ação foi adotado ao longo de uma declaração oficial da reunião de cúpula.

A cúpula do G20 fixou o plano de ação que apresenta detalhes da agenda de metas que cada país deve fixar. A inclusão do aumento do imposto no plano vem em seguida à promessa do governo japonês de dar prioridade a uma elevação do imposto sobre consumo, como parte de seus esforços de reconstruir as finanças do país.

O governo japonês formulou um plano de redução de sua dívida que envolve a elevação do imposto sobre consumo, do atual nível de 5% para 8%, em abril de 2014. Em seguida, ele seria aumentado para 10%, em outubro de 2015.

Na segunda-feira, primeiro dia da reunião de cúpula, o premiê japonês Yoshihiko Noda manifestou sua determinação de implementar uma série de projetos de lei para a realização de reformas no setor de previdência social e tributário, incluindo o aumento da taxa do imposto sobre consumo.

Fonte: NHK

Novo associado: Gerar

Recebidos pelo presidente da CCIBJ do Paraná, Yoshiaki Oshiro, e pelo diretor, Heberthy Daijó, os representantes da oscip Gerar, Francisco Essert (superintendente), e Divo Molinari (gerente de projetos), estiveram nesta segunda-feira (18) visitando a sede da entidade para apresentação de seu portfólio de atividades e selar a sociedade com a entidade.

A Gerar foi a única oscip do estado a ser convidada a participar do RIO + 20 em função não só da seriedade com a qual seus trabalhos são conduzidos, mas sobretudo em função das suas atividades ligadas a implantação de projetos ambientais de compensação de carbono e de MDL, denominado "Gerar Ehco", trabalhando também estes novos conceitos junto a sociedade.

Fundada pela ex-presidente da Pastoral da Criança, Zilda Arns, a Gerar atua há 10 anos em diversas áreas sociais, conduzindo uma série de programas que vão desde a re-inserção de presidiários na sociedade, bem como a execução de projetos de emancipação do Bolsa Família.

Tendo como principais clientes empresas como Petrobras, Santander, Ipiranga, entre outros, a Gerar ainda é a representante oficial da Fundação Roberto Marinho na condução de programas nos estados do Paraná e Santa Catarina. 

Segundo Essert, o próximo passo seria estreitar relações com entidades congêneres do Japão. "Nossa intenção é intensificar o intercâmbio de atividades e experiências com entidades congêneres do Japão, no intuito de aprendermos e aperfeiçoarmos nossos trabalhos, haja visto o vasto know-how dos japoneses na condução de programas sociais e ambientais" completou.

Para mais sobre a Gerar, acesse:
http://www.gerar.org.br

terça-feira, 19 de junho de 2012

Japão migra para expansão baseada na demanda interna


O banco central do Japão informou que pela primeira vez em no mínimo 20 anos a demanda interna - e não as exportações - está sendo a força motriz da expansão econômica, já que a crise europeia e o fraco crescimento da economia dos EUA continuam a reprimir a demanda internacional.

O Banco do Japão revisou para cima a avaliação geral da economia - dando crédito à atividade que se seguiu ao terremoto e ao tsunami de março de 2011 no norte do país. "A atividade econômica no Japão começou a ganhar força moderadamente. A demanda interna permanece firme, devido sobretudo à demanda ligada à reconstrução", disse o banco no relatório mensal divulgado ontem.

Uma alta na demanda interna seria ótima notícia para o BC japonês, já que o crescimento dos salários é visto como a melhor maneira de romper o longo ciclo deflacionário que há muito mantém a alta de preços em praticamente zero.

Ainda assim, a autoridade monetária continua cautelosa quanto às perspectivas no exterior, já que a crise europeia deflagrada pela Grécia ainda em desenvolvimento.

"Ainda há um alto grau de incerteza na economia mundial", afirmou o banco central, acrescentando que é preciso dar especial atenção a "desdobramentos em mercados financeiros mundiais" em meio à crise da dívida europeia.

Após o estouro da bolha especulativa no Japão no início da década de 90, a economia do país cresceu sobretudo na base de fortes exportações; já a demanda doméstica ficou praticamente estagnada. Desta vez, no entanto, a situação parece ser outra, pois a demanda internacional anda fraca devido à crise da dívida europeia e ao crescimento ainda mirrado dos EUA.

A demanda interna está sendo atiçada pelos 19 trilhões de ienes (US$ 240 bilhões) a serem investidos em obras públicas ao longo dos próximos cinco anos, um fator crucial para a taxa de crescimento anualizada do PIB registrada no primeiro trimestre: 4,7%.

Embora o consenso entre economistas do setor privado seja o de queda do crescimento para um ritmo anualizado de 1,9% no período abril-junho, esses especialistas não veem um retorno ao quadro geral de contração econômica.

É que o consumo das famílias, que responde por cerca de 60% da economia, segue firme. O japonês está gastando em carros e casas de maior eficiência energética, menos nocivos ao ambiente.

Depois de um período voluntário de comedimento após a tragédia de 2011, o consumidor japonês hoje parece mais disposto a fazer gastos supérfluos. "Não há dúvida de que a demanda interna seja hoje o grande motor", disse uma pessoa familiarizada com o BC.

Alguns economistas do setor privado dizem que a economia poderia ser sustentada pelo menos neste ano sem aumento das exportações. Devido à prolongada deflação, os salários basicamente não se mexeram em 2011, tendo ficado 0,2% menores do que em 2010.

"Dificilmente as exportações serão um fator que arraste para baixo a economia", disse Akihiko Suzuki, economista-chefe da Mitsubishi UFJ Research and Consulting. "O foco é se os salários vão subir ou não" para facilitar uma recuperação sustentável, acrescentou.

As autoridades não estão apostando em uma recuperação "sem exportações", dizendo que a tradicional dependência de vendas externas ainda é um fator crítico, responsável por 15,1% do PIB no ano fiscal encerrado em março.

Para o banco, o aumento das exportações e da produção é condição indispensável para a economia japonesa entrar em plena recuperação. "A economia do Japão deve voltar a um caminho de recuperação moderada à medida que a demanda interna continue firme e economias no exterior saiam de um período de desaceleração", declarou a instituição.

Fonte: Valor

NEC planeja fazer aquisições no Brasil

Após um 2011 repleto de contratempos, a gigante japonesa NEC está colocando em prática uma estratégia focada em novos segmentos e em mercados emergentes, entre os quais o Brasil. Sua direção vem avaliando periodicamente a compra de empresas brasileiras do setor de tecnologia da informação (TI), de todos os tamanhos. Além de retomar o porte que já teve no Brasil nos anos 90, quando faturava cinco vezes mais do que hoje, o objetivo do grupo é ficar conhecido no país como uma empresa de software, e não apenas de equipamentos para o setor de telefonia.

No ano passado, o terremoto seguido de tsunami que atingiu o Japão, além de uma grande enchente na Tailândia, atrapalharam os negócios da NEC, especialmente no ramo de sistemas pessoais, como é conhecida a área de produção de celulares. Além disso, o aumento das taxas de juros na China, a letargia da economia europeia e a valorização do iene afetaram as exportações, resultando em um prejuízo de 110 bilhões de ienes (cerca de US$ 1,3 bilhão) no ano fiscal encerrado em março último.

Se prejudicou as vendas externas, a valorização da moeda japonesa pode ajudar nas aquisições mundo afora, que se intensificaram desde que Takayuki Morita assumiu a vice-presidência de Negócios Internacionais. De lá para cá, a NEC já desembolsou US$ 780 milhões com a compra de empresas de TI nos Estados Unidos, na Austrália e na Argentina. No Brasil, a empresa está disposta a desembolsar valores semelhantes, caso encontre boas oportunidades, segundo o executivo.

A meta até 2017 é aumentar de 15% para 50% o faturamento originado fora do Japão. Com a crise instaurada no mundo desenvolvido, a única saída são os emergentes, com destaque para o Brasil e a África.

No imponente edifício-sede da NEC, em Tóquio, Morita - tido como um craque em aquisições - se disse insatisfeito com o faturamento da empresa no Brasil, que já há alguns anos se mantém na casa dos R$ 400 milhões. Há quatro décadas no país, a multinacional atingiu seu ápice no fim dos anos 90, quando ainda mantinha uma produção local de equipamentos, localizada em Guarulhos (SP), e faturava mais de R$ 2 bilhões. Em abril do ano passado, a NEC instalou em São Paulo a sua matriz para a América Latina.

Atualmente, o principal negócio da NEC no Brasil, com cerca de 60% do faturamento, ainda é o fornecimento de equipamentos para as operadoras de telecomunicações, sobretudo o Pasolink, rádio de micro-ondas que faz a comunicação entre as antenas de celular. Para o futuro, a companhia quer incrementar os setores de software e de cidades inteligentes, como a que está sendo erguida em Pernambuco, em parceria com a Odebrecht.

"A nossa intenção é que possamos aumentar a participação (no faturamento) não só na área de redes e de TI. Há outras formas de aproximação possíveis, como no setor de projetores e displays inteligentes, em que temos liderança no mercado mundial e que pode representar uma boa oportunidade no Brasil", afirmou Morita. A NEC, contudo, não tem planos de voltar a produzir no país.

Na área de operadoras, a companhia japonesa negocia o fornecimento de equipamentos para a rede de quarta geração de telefonia móvel (4G), cujas frequências foram leiloadas semana passada. Por meio de uma parceria com a Cisco, a NEC tenta voltar a vender estações radiobase para o setor, pois ficou de fora do mercado de 3G. A empresa sabe, entretanto, que a concorrência será dura, sobretudo com os equipamentos chineses. "Vamos fazer nosso melhor, mas é uma competição muito difícil", disse o diretor da unidade de vendas internacionais da empresa, Shinya Kukita.

O executivo afirmou que a NEC não vai entrar em uma competição irresponsável nessa área, que já não é mais considerada tão estratégica assim. "Só vamos entrar se for lucrativo, não vamos entrar para perder dinheiro", disse Kukita. No Japão, a NEC tem fatia de 40% no mercado de redes para telefonia móvel.

Fonte: Valor

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Petrobras suspende atividade em refinaria japonesa devido a tufão

A refinaria japonesa de Nansei Sekiyu, controlada pela Petrobras, suspendeu temporariamente as atividades marítimas devido à passagem do tufão Typhoon Guchol, informou a estatal brasileira em nota. A determinação partiu da guarda costeira japonesa.

Foram suspensas as atividades marítimas nos berços 1, 2 e 3 e na monoboia SALM (Single Anchor Leg Mooring).

“Em função da previsão da velocidade dos ventos ultrapassar os 40 metros por segundo, a Nansei Sekiyu, por procedimento de segurança, interrompeu o carregamento no terminal de caminhões e pode, ainda, reduzir a carga nas operações de refino”, informou a Petrobras.

De acordo com a companhia, as atividades serão reiniciadas assim que as condições climáticas permitirem. As equipes de contingência da refinaria estão em contato com as autoridades locais para atualização de possíveis medidas relacionadas à passagem do tufão por Okinawa.

A passagem do tufão pela região está prevista para a noite de hoje, segundo a Agência Meteorológica do Japão.

Fonte: Valor

No Japão, rebeldia constrói cultura corporativa global


A região de Ginza, numa fresca manhã de primavera, é uma vista fascinante. Ouve-se dizer que a economia do Japão está deprimida há anos, mas os turistas estrangeiros continuam a ser pegos de surpresa pela riqueza e o estilo exibidos neste segmento sofisticado do centro de Tóquio, com suas ruas majestosas, lojas de departamentos em camadas como bolos de casamento, ateliês de estilistas e butiques que vendem quimonos, cerâmica e doces esculpidos à mão.

Vim aqui para me encontrar com Hiroshi Mikitani, de 47 anos, líder de um grupo de empresários rebeldes que mudou radicalmente as práticas empresariais no Japão. Confiantes, voltados para a esfera internacional, ousados, até espalhafatosos, eles fundaram empresas e se valeram de técnicas empresariais - a tomada de controle hostil, a remuneração baseada no mérito, a concorrência acirrada e a autopromoção contumaz - alheias à cultura da corporação como família típica do Japão do pós-guerra.

Muitos no Japão consideram esse grupo desagradável, até antijaponês. Outros os encaram como modelo exemplar de um novo Japão. Alguns, como Takafumi Horie, um empresário de internet de aparência descuidada cuja carreira por pouco tempo deslumbrante terminou atrás das grades em 2007, quando ele foi condenado por fraude com valores mobiliários, penduraram as chuteiras. Mas Mikitani, que fundou em 1997 a Rakuten, a maior varejista on-line do Japão, prosperou. Ele detém quase 50% da empresa, um tipo de mistura japonesa entre Amazon e eBay, avaliada em US$ 14 bilhões. Segundo a mais recente lista dos mais ricos da revista "Forbes", Mikitani é a quarta pessoa mais rica do Japão, com um patrimônio líquido de US$ 6,5 bilhões.

O restaurante que ele escolheu fica acima do observatório do Ginza da loja de departamentos americana de luxo Barneys New York. Todo de estilo vistoso e de superfícies de madeira impecáveis, o Kaika é um estabelecimento de teppanyaki, onde a carne é grelhada num prato de ferro aquecido. Não sentamos no balcão para observar o trabalho do chef de uniforme branco, mas ao longo da nossa refeição pudemos ouvir o chiado do vapor do alimento tocando o metal ardente. Em vez disso, fomos conduzidos a uma sala privativa com uma mesa de madeira simples e paredes decoradas com papel de arroz e ripas de madeira escura como as barras da prisão mais chique do mundo.

Makitani chega. Ele está bronzeado, traz um corte de cabelo onerosamente descontraído e uma camisa desabotoada ao pescoço pouco costumeira entre empresários japoneses, mas mantém sua aparência apurada. Ele fala em inglês, língua que, segundo insiste, seus funcionários japoneses empregam como parte do que ele qualifica, de forma um tanto perturbadora, de "anglicização da Rakuten". Trata-se de uma política aplaudida por alguns no Japão e condenada por outros como uma tola farsa.

A última vez em que nos encontramos foi vários anos atrás. Na minha lembrança, ele estava acomodado numa grande bola (em lugar de uma cadeira) em seu escritório em Roppongi Hills, um volumoso complexo de arranha-céus construído durante o boom imobiliário de cerca de dez anos atrás. Roppongi Hills foi, por pouco tempo, a sede do jet-set de playboys de Tóquio e o foco de uma acalorada discussão sobre a infiltração de práticas predatórias de Wall Street.

Mikitani, que em 2005 foi rechaçado por uma tomada de controle hostil do canal de TV Tokyo Broadcasting System, deixou desde então o complexo de Roppongi. Não devido a constrangimentos em suas ligações com a boa vida, mas porque o espaço disponível ficou pequeno para as necessidades de sua empresa.

Pergunto-lhe se ele se sente parte de um clã de empresários anti-establishment, gente como Tadashi Yanai, o fundador, sem papas na língua, da marca de roupas Uniqlo, e Yoshikazu Tanaka, o bilionário diretor da Gree, empresa de jogos para telefone celular. "Comparativamente aos Estados Unidos, a lista de nomes é muito curta", comenta Mikitani quando esgoto os meus exemplos. "Precisamos criar mais. O que quero fazer é firmar uma moda, ser uma pessoa que dita a moda."

Ele fala com calma e tem modos ultrarrelaxados, mas sinto que está um pouco nervoso com a possibilidade de estar ou não adotando o nível correto de descontração para um almoço com o "Financial Times" (essa é a versão mais moderna das ansiedades japonesas sobre a profundidade com que devem se curvar). Digo que gostaria de tomar uma cerveja, e ele declara que também quer uma. Tiro meu paletó. Ele faz o mesmo. Pergunto-me até onde vou aguentar isso.

O restaurante pertence ao seu cunhado. "É por isso que venho aqui com certa frequência", diz ele, antes de acrescentar, apressado - para que eu não pense em nepotismo --, "mas a comida é boa, o chef é bom, o serviço é bom e o clima é legal." Isso é altamente elogioso para uma cidade agora amplamente reconhecida como a capital mundial da culinária. O Kaika de fato se revela como o local que serviu um dos melhores almoços que comi em anos.

Um garçom de terno preto e gravata-borboleta começa por servir a cada um de nós um broto de bambu grelhado com uma pequena porção, artisticamente arranjada, de molho grosso de soja: "O bambu é de Kagoshima", diz ele, explicando que em meados de março pode-se conseguir bambu apenas naquela região subtropical do Japão. Ele é preparado à perfeição para que o sabor delicado da planta se exale a cada bocado.

Um ano atrás, Mikitani causou rebuliço ao sair da todo-poderosa associação comercial do Japão, o Keidanren. Ele a acusa de apoiar, impensadamente, um setor nuclear caído em desgraça - felizmente, não atômica - desde o acidente nuclear de Fukushima que se seguiu ao tsunami, em março de 2011. O fato de ele ter abandonado o Twitter, perguntando a seus 400 mil seguidores, "Estou pensando em sair do Keidanren. O que vocês acham?" serviu apenas para piorar a situação.

Quando chega nosso segundo prato - sopa fria de cogumelos num copo gelado -, Mikitani me conta sua mudança, em meados da década de 90, do setor bancário para uma empresa estreante de internet. Ele foi uma das 120 pessoas - 117 delas homens - recrutadas para a equipe de via rápida do Industrial Bank of Japan, na época o crème de la crème das finanças japonesas. O banco o enviou para estudar na Faculdade de Administração de Empresas de Harvard, onde ele teve contato com ousadas novas ideias americanas. "Eu sequer conhecia a palavra 'empreendedorismo'", diz ele pronunciando-a foneticamente, como fazem os japoneses quando falam de um conceito estrangeiro. "A primeira vez que a ouvi, pensei: o que é 'empreendedorismo'?"

Embora ele tenha começado a pensar em lançar-se por conta própria, sentiu uma forte obrigação para com o banco que patrocinara seus estudos em Harvard e o lugar em que conheceu sua esposa. O empurrãozinho final ocorreu em janeiro de 1995, com o terremoto de Kobe. "Eu fiquei sentado diante da TV por algo como 12 horas e finalmente eles começaram a exibir os nomes dos que tinham morrido", diz Mikitani, que foi criado naquela cidade portuária. "E vi o nome de meu tio e tia e de muitos dos meus amigos." Depois de prestar ajuda voluntária, ele estava determinado: "Percebi que tudo pode acontecer. Nada é eterno", diz ele. Decidiu dar o mergulho - ou, na rara expressão que usou, "pular da ponte".

O garçom faz deslizar a porta de madeira e entra com o terceiro prato e mais uma explicação precisa. Trata-se, nos diz, de uma pequena fatia de língua, com mostarda, missô e sal de Okinawa. (Os japoneses dão muita importância à origem de seu sal.) Não sou normalmente muito chegado em língua, mas esta é fantástica, com textura delicada e ótima com cerveja japonesa gelada.

Mikitani diz que formou sua empresa "sem VC, sem cabelo grisalho", o que julgo significar sem capital de risco ("venture capital"), sem equipe de direção experiente. Ele cultivou um time enxuto de recém-formados, todos versados em internet e famintos - talvez até literalmente. A ideia evoluiu a partir de um shopping center de internet, e em alguns anos a Rakuten tinha se consagrado como o lugar por excelência no Japão para comprar ou vender produtos on-line. Mais de 35 mil comerciantes povoam atualmente o site.

O modelo não envolve vincular os clientes a uma única grande loja, como a Amazon, e sim fornecer o que Mikitani chama de "experiências individuais de compras". Isso cria a mesma sensação de ligação que "comprar peixe na peixaria de seu bairro", diz ele. "Acho que fazer compras é uma experiência. Não envolve puramente preço ou praticidade." Mesmo as empresas de quimonos de Kyoto, operantes há centenas de anos, foram revitalizadas pelo contato renovado com os clientes proporcionado pelo site, diz ele.

Aparece uma linda salada verde com tempero leve (da península de Miura), servida numa rústica laje de cerâmica branca. Os pratos estão esperando sua vez de aterrissar como aviões. Mikitani fala sobre a grande leva de aquisições da Rakuten no exterior. A empresa comprou recentemente a varejista on-line americana Buy.com por US$ 250 milhões, e a varejista on-line sediada em Jersey Play.com por US$ 39 milhões, ao mesmo tempo em que inaugurou presença no Brasil, na França e na Rússia, entre outros países. No fim do ano passado, desembolsou US$ 315 milhões na leitora eletrônica canadense Kobo, concorrente do Kindle da Amazon.

As empresas japonesas têm um histórico bastante desigual quando se aventuram no exterior, digo eu, mencionando uma série de negócios que entraram em colapso. Isso porque elas agem como empresas japonesas no exterior, e não como empresas globais, emenda ele. Sua investida de anglicização é parte de sua tentativa de erigir uma cultura corporativa internacional. A reunião de segunda-feira de manhã da Rakuten precisa atualmente ser realizada em inglês. Ela até chegou a ser deslocada para a manhã de terça, para facilitar teleconferências com outros fusos horários. Os avisos fixados no elevador são em inglês. Os documentos são em inglês. Idem para os cardápios da cantina, o que obriga o pessoal com menor domínio da língua a pronunciar suas opções para não confundir sua "ca-va-la gre-lha-da" com seu "to-fu fri-to em cal-do le-ve de so-ja".

O garçom começa a servir nosso prato principal. O bom da comida japonesa é que, por mais que você coma, parece ainda haver lugar para mais. Vem uma porção generosa de maminha de alcatra e bife de filé, novamente de Kagoshima, preparado ao ponto e cortado em tiras do tamanho certo para favorecer um uso prático dos pauzinhos. Depois, aspargo de Aichi, no Japão Central, batatas de Saga, em Kyushu, arroz branco e picles. Cada prato é servido numa requintada peça diferente de cerâmica ou charão. Quase não há mais lugar na mesa.

"Se todos os funcionários da Panasonic ou da Sony soubessem se comunicar em inglês, elas podiam estar bem melhor que a Samsung", diz Mikitani, enfiando um pedaço de carne na boca e degustando o sabor. "Uma língua abre os nossos olhos para o 'global', e a pessoa se liberta dessa noção corrente de Japão puro. O inglês é um instrumento que te globaliza, que te faz mudar."

Isso me lembra de uma coisa que o escritor Pico Iyer me contou sobre o Dalai Lama. Toda vez que o líder do budismo tibetano vai ao Japão, é perguntado como o país pode melhorar. Seus fiéis esperam uma resposta na linha de uma contemplação espiritual mais profunda ou de um compromisso mais forte com a paz. Segundo Iyer, o Dalai Lama sistematicamente murcha as expectativas de sua plateia com a admoestação pragmática: "Aprendam inglês."

Mikitani diz que sua campanha na Rakuten tem ramificações mais amplas para o país. "O Japão é tão agradável. Não há criminalidade. A comida é ótima. Tudo está ficando tão barato. Você não precisa aprender outra língua", diz ele, esticando os braços em reconhecimento metafórico do estilo de vida confortável que os japoneses criaram. "Meu argumento é: este é um declínio de longo prazo muito agradável", diz ele, esticando a palavra "declínio" a título de ênfase.

Não questiono sua afirmativa sobre os preços baratos do Japão - pode ser apenas uma manifestação de sua porção bilionário, mas o que questiono é se declínio é uma coisa tão apavorante. Afinal, o Reino Unido está em relativo declínio na maior parte dos últimos 100 anos, mas a qualidade de vida da maioria da população continuou a subir. "Não posso falar sobre o Reino Unido, mas nós precisamos ficar mais competitivos", diz eles. "Não precisamos nos tornar um participante dominante, mas precisamos, sim, ter uma economia saudável para manter tudo isso em movimento."

Em termos empresariais, isso significa ser menos voltado para dentro, sacudir o que alguns japoneses chamam de sua "síndrome de Galápagos", pela qual a sociedade evolui em isolamento, e adotar normas internacionais. "É claro que eu respeito as empresas antigas, mas se você pensar no que aconteceu com as empresas de produtos eletrônicos Sony e Panasonic, comparativamente à Samsung e à Apple, elas obviamente não estão desafiando o suficiente. Elas não têm uma estratégia global."

Dei cabo da minha comida, até os mais míseros pedaços, mas Mikitani deixou sobrando cerca de metade de sua carne. Se eu fosse mais corajoso, teria esticado a mão e pegado. O garçom intervém, tirando os pratos e substituindo-os por sorvete de flor de cereja (para denotar a primavera) e café puro servido em xícaras de tamanho próprio para bonecas.

Mikitani me conta uma história. Algum tempo atrás, Norio Ohga, ex-presidente da Sony e posteriormente presidente da Orquestra Filarmônica de Tóquio, ligou para ele. Queria que Mikitani lhe sucedesse como o presidente da orquestra. Mikitani pensou que ele estava brincando. "Disse a ele que a única música que sei fazer é o karaokê", ri. "Ele respondeu, 'Ô, karaokê é ótima música. Muito boa.'"

Não muito tempo depois dessa conversa, Ohga morreu e Mikitani foi efetivamente nomeado presidente da Filarmônica de Tóquio. "O que eu descobri é que mesmo a orquestra, os músicos, têm um emprego vitalício. Quando ingressam, aos 22 anos, sejam eles bons ou ruins, seu emprego está garantido." Sua conclusão: "Se você é paternalista demais com a mão de obra, perde competitividade."

"Temos de ser mais flexíveis. Manter pessoas mais velhas extremamente caras, quando há muitos jovens muito competentes e capazes, como sistema, é errado." E engole seu café.

Não é pessimista, me garante. Com um inglês melhor, legislação trabalhista mais flexível, políticas de imigração liberais e mais investimentos no campo científico, o Japão poderá se recuperar. "Precisamos corrigir apenas algumas coisas simples para termos um futuro brilhante."

(Tradução de Rachel Warszawski)

Fonte: Valor

Tepco divulga informe final sobre o desastre de sua usina nuclear Fukushima 1

A operadora da danificada usina de energia nuclear Fukushima 1, a Companhia de Energia Elétrica de Tóquio, de sigla Tepco, divulgou o seu informe final sobre sua investigação da crise que se seguiu ao terremoto e subsequente tsunami de 11 de março do ano passado.


O informe divulgado na quarta-feira, se baseia em entrevistas feitas com cerca de 600 funcionários da companhia, bem como inspeções in loco e análise de vários dados. Ele indica que os derretimentos ocorridos em 3 dos 4 reatores nucleares foram causados diretamente por perda de funcionamento de todo o sisstema de resfriamento. E isto foi devido ao tsunami ocorrido na ocasião que foi bem superior ao esperado pela Tepco.


O relatório admite que o gerenciamento pela companhia do sistema de resfriamento emergencial foi inadequado. Ele critica o governo por ter interferido direta e indiretamente nos esforços de resposta emergencial empreendidos pela Tepco. Diz ainda que funcionários do governo ignoraram o que estava realmente ocorrendo na áreas, causando assim uma confusão desnecessária.


A Tepco disse que foi aprendida uma lição a partir deste incidente que é a da necessidade de um sistema de resposta emergencial que leve em conta um reator nuclear que tenha perdido todas as suas funções.


Contudo, a Tepco ainda não sabe a extensão da radioatividade que teria sido liberada desde o início da crise, ou a extensão dos danos sofridos pelos reatores, resultantes do terremoto, independentemente do subsequente tsunami.


Fonte: NHK

domingo, 17 de junho de 2012

Parlamento japonês aprova lei para fixação de novo organismo regulador de atividades nucleares


O Parlamento japonês aprovou lei para fixação de um novo organismo regulador de atividades nucleares a ser estabelecido até setembro vindouro.

A lei aprovada na quarta-feira está ligada com a série de críticas levantadas em conexão com o acidente na usina nuclear Fukushima 1 no ano passado. Os legisladores disseram que a atual Agência de Segurança Nuclear e Industrial é controlada pelo Ministério da Economia, Indústria e Comércio, que promove o uso da energia nuclear.

A planejada comissão de regulamentação das atividades nucleares deverá ser bem independente dos órgãos do governo e deverá ter controle sobre a agência de regulamentação nuclear a ser estabelecida.

Os designados para cargos nesta comissão não receberão permissão de voltar a seus postos anteriores em ministérios ou agências do governo. Um novo conselho da Repartição do Gabinete do governo vai ser fixado para estudar o nível de prontidão contra desastres nucleares.

A nova lei limita o poder do premiê de dar ordens durante situações de emergência, e obriga a comissão a tomar decisões envolvendo know-how da tecnologia de reatores.

O governo vai ser o responsável pela escolha de 5 membros da comissão.


Fonte: NHK

sábado, 16 de junho de 2012

Revelação sobre incidente na usina nuclear de Ooi ocorre com 13 horas de atraso


A Companhia de Energia Elétrica de Kansai - operadora da usina nuclear de Ooi - afirmou que um alarme disparou na terça-feira no detector de nível de água do reator 3 da central geradora.

O reator em questão da usina nuclear situada na província de Fukui, região central do Japão, é um dos dois que estão sendo preparados para serem religados, de acordo com uma decisão do governo central tomada no sábado passado. A usina será a primeira que voltará a funcionar no país desde o acidente nuclear de 2011.

Na quarta-feira, a Companhia de Energia Elétrica de Kansai informou que o alarme sugeriu que o nível de água havia caído em um tanque utilizado para resfriar um gerador de energia elétrica no reator 3. Segundo a operadora, os trabalhadores que examinaram o tanque não detectaram vazamentos, mas o nível de água estava cerca de 5 centímetros mais baixo que o normal.

O governo montou um sistema especial de monitoramento com a presença de inspetores fixos na usina nuclear de Ooi, visando lidar prontamente com quaisquer acidentes ou problemas. A revelação do incidente de terça-feira, entretanto, ocorreu cerca de 13 horas após o disparo do alarme.

Segundo a Companhia de Energia Elétrica de Kansai, a informação não foi revelada na terça-feira porque o incidente não correspondia aos critérios impostos pela lei ou pelos regulamentos internos da operadora no tocante à divulgação de notícias.


Fonte: NHK

sexta-feira, 15 de junho de 2012

No Japão, celular já faz até tradução simultânea


A reboque da febre dos smartphones no Brasil, cresceu quase no mesmo ritmo o número de ambientes equipados com Wi-Fi, o acesso sem fio a internet em banda larga. No Japão, onde multidões se deslocam com a cabeça estática e os olhos fixos nas telas dos celulares, o cenário é diferente. Ao chegar à capital, Tóquio, causa certa estranheza a ausência de Wi-Fi gratuito em locais como restaurantes, lojas e áreas comuns de hotéis. A explicação está na elevada capacidade da banda larga móvel em operação no país asiático, que acaba tornando menos atrativa para o usuário a opção pelo serviço de outros provedores.

Por preciosismo nipônico, a banda larga móvel ainda não é localmente chamada de quarta geração (4G), mas sim de 3,9G. Mesmo não desfrutando do título, o serviço funciona desde 2010 no padrão LTE (Long Term Service), o mesmo que será oferecido como 4G pelas operadoras no Brasil. A diferença é que os japoneses só devem reconhecer a nova geração quando a velocidade de download atingir comercialmente 100 megabits por segundo (Mbps). Atualmente, o padrão reconhecido como 3,9G, oferecido pela NTT DoCoMo, maior operadora de telefonia do Japão, chega a 37 Mbps na grande Tóquio, um colosso se comparado ao serviço verde e amarelo, que dificilmente passa de 1 Mbps.Por US$ 100 é possível contratar um pacote de internet "flat", como os japoneses chamam o serviço de acesso ilimitado.

E esses não são os únicos diferenciais. A DoCoMo está testando um aplicativo, baseado em LTE e computação em nuvem, que faz a tradução simultânea de conversas feitas por videochamada. O sistema, de acordo com a operadora, deve ser lançado ainda este ano.

Uma das principais expectativas para a chegada do padrão 4G é justamente a consolidação dos serviços móveis de multimídia e de geolocalização. Atualmente, os japoneses já comandam por voz os aplicativos de mapas. Basta dizer o lugar e um mapa completo surge na tela, indicando a localização e tudo ao redor, como lojas, estações de metrô, hospitais etc. No mesmo serviço, lojas distribuem cupons eletrônicos do tipo "entre aqui agora e ganhe um desconto".

Também baseado em LTE e nuvem, a operadora japonesa promete para breve um aplicativo de reconhecimento instantâneo de imagens. Uma fotografia é tirada de um edifício e, em segundos, surge na tela outro retrato, do mesmo local, 20 ou 30 anos atrás. O conceito que se tem hoje é de que o serviço 3G facilita a vida das pessoas, mas o 4G interfere diretamente.

Desde que lançou comercialmente o padrão tecnológico LTE no Japão, em julho de 2010, a operadora migrou 2,3 milhões de clientes para o serviço. Até março de 2013 serão investidos US$ 3,6 bilhões para levar o LTE a 40% da população. A meta é atingir 98% de cobertura em 2014 e acumular 10 milhões de clientes nos próximos 12 meses. A empresa também pretende lançar este ano o serviço LTE Plus, que será finalmente chamado de 4G. Os testes têm apontado velocidades de transmissão de 1 Gbps no download.

Com toda essa abundância de capacidade, o tráfego de dados disparou no Japão. Em 2012 a receita da DoCoMo com dados poderá atingir US$ 25 bilhões e, pela primeira vez, superar o faturamento com serviços de voz. O volume de dados consumidos este ano é 80% superior ao verificado no mesmo período de 2011. Por essa razão, a companhia teve que ampliar o espectro de sua banda larga móvel, que até então ocupava a faixa de 2 GHz e agora avançará também para 1,5 GHz.

Recentemente, a DoCoMo enfrentou uma série problemas com o seu serviço, o que acabou custando uma mordida de 20% na remuneração dos altos executivos, incluindo o presidente, Ryuji Yamada. A operadora vem mantendo um faturamento médio na casa dos US$ 50 bilhões, nos últimos anos. O mercado japonês é disputado com a KDDI, que oferece banda larga móvel pela tecnologia WiMax, concorrente do LTE, e com a Softbank, que levou o iPhone para o Japão e vem colhendo bons resultados.

Fonte: Valor Econômico

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Japão migra para expansão baseada na demanda interna


O banco central do Japão informou que pela primeira vez em no mínimo 20 anos a demanda interna - e não as exportações - está sendo a força motriz da expansão econômica, já que a crise europeia e o fraco crescimento da economia dos EUA continuam a reprimir a demanda internacional.

O Banco do Japão revisou para cima a avaliação geral da economia - dando crédito à atividade que se seguiu ao terremoto e ao tsunami de março de 2011 no norte do país. "A atividade econômica no Japão começou a ganhar força moderadamente. A demanda interna permanece firme, devido sobretudo à demanda ligada à reconstrução", disse o banco no relatório mensal divulgado ontem.

Uma alta na demanda interna seria ótima notícia para o BC japonês, já que o crescimento dos salários é visto como a melhor maneira de romper o longo ciclo deflacionário que há muito mantém a alta de preços em praticamente zero.

Ainda assim, a autoridade monetária continua cautelosa quanto às perspectivas no exterior, já que a crise europeia deflagrada pela Grécia ainda em desenvolvimento.

"Ainda há um alto grau de incerteza na economia mundial", afirmou o banco central, acrescentando que é preciso dar especial atenção a "desdobramentos em mercados financeiros mundiais" em meio à crise da dívida europeia.

Após o estouro da bolha especulativa no Japão no início da década de 90, a economia do país cresceu sobretudo na base de fortes exportações; já a demanda doméstica ficou praticamente estagnada. Desta vez, no entanto, a situação parece ser outra, pois a demanda internacional anda fraca devido à crise da dívida europeia e ao crescimento ainda mirrado dos EUA.

A demanda interna está sendo atiçada pelos 19 trilhões de ienes (US$ 240 bilhões) a serem investidos em obras públicas ao longo dos próximos cinco anos, um fator crucial para a taxa de crescimento anualizada do PIB registrada no primeiro trimestre: 4,7%.

Embora o consenso entre economistas do setor privado seja o de queda do crescimento para um ritmo anualizado de 1,9% no período abril-junho, esses especialistas não veem um retorno ao quadro geral de contração econômica.

É que o consumo das famílias, que responde por cerca de 60% da economia, segue firme. O japonês está gastando em carros e casas de maior eficiência energética, menos nocivos ao ambiente.

Depois de um período voluntário de comedimento após a tragédia de 2011, o consumidor japonês hoje parece mais disposto a fazer gastos supérfluos. "Não há dúvida de que a demanda interna seja hoje o grande motor", disse uma pessoa familiarizada com o BC.

Alguns economistas do setor privado dizem que a economia poderia ser sustentada pelo menos neste ano sem aumento das exportações. Devido à prolongada deflação, os salários basicamente não se mexeram em 2011, tendo ficado 0,2% menores do que em 2010.

"Dificilmente as exportações serão um fator que arraste para baixo a economia", disse Akihiko Suzuki, economista-chefe da Mitsubishi UFJ Research and Consulting. "O foco é se os salários vão subir ou não" para facilitar uma recuperação sustentável, acrescentou.

As autoridades não estão apostando em uma recuperação "sem exportações", dizendo que a tradicional dependência de vendas externas ainda é um fator crítico, responsável por 15,1% do PIB no ano fiscal encerrado em março.

Para o banco, o aumento das exportações e da produção é condição indispensável para a economia japonesa entrar em plena recuperação. "A economia do Japão deve voltar a um caminho de recuperação moderada à medida que a demanda interna continue firme e economias no exterior saiam de um período de desaceleração", declarou a instituição.

Fonte: Valor

Japão registra mais um déficit comercial em maio


O déficit comercial do Japão subiu outra vez em maio, devido a um aumento das importações de combustível, em conexão com a paralisação de suas usinas nucleares de provisão de eletricidade.

O Ministério das Finanças disse num informe preliminar, na quarta-feira, que o déficit excedeu 11 bilhões de dólares. Este foi o terceiro mês consecutivo de déficit, e o de mais alto nível para o mês de maio, desde que dados pertinentes se tornaram disponíveis a partir de 1979.

As exportações subiram em 10%, em termos de ienes, em relação ao nível de um ano atrás, chegando a mais de 66 bilhões de dólares. Isto foi devido amplamente a um aumento dos embarques de carros para os Estados Unidos. Mas as importações também subiram em mais de 9%, chegando a um nível superior a 77 bilhões de dólares, em conexão com a elevação das importações de gás natural liquefeito para a geração de energia térmoelétrica. Os altos preços do petróleo bruto também foram fatores determinantes.

O comércio com a Europa ficou negativo pela primeira vez desde 1979. Isto surgiu devido à crise de débito dos países da zona do euro, com uma queda na demanda de semicondutores e outros componentes eletrônicos.


Fonte: NHK

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Fibra óptica cobre 92% do território japonês


O sucesso do serviço Wi-Fi no Brasil se deve, em boa medida, à velocidade de transmissão proporcionada pelas redes de banda larga fixa, nas quais estão conectados os roteadores que distribuem o sinal para residências, estabelecimentos comerciais e demais ambientes. Invariavelmente, os melhores desempenhos são verificados quando a conexão se dá por meio de fibra óptica, que ainda está em fase de consolidação no mercado brasileiro, mas já atende quase todas as casas japonesas.

De acordo com o Ministério das Comunicações e Assuntos Interiores do Japão, em março deste ano a rede de fibra óptica proporcionava a 92,7% das residências do país asiático banda larga “ultrarrápida”, com capacidade de transmissão superior a 30 megabits por segundo (Mbps). Se consideradas as velocidades um pouco inferiores, o órgão informa que 100% do Japão está coberto pelo serviço.

A rede de fibra óptica japonesa é um misto dos modelos. Com FTTH (Fiber to the Home), a infraestrutura chega até a casa do cliente. Mas há também uma estrutura híbrida que leva a fibra até perto do domicílio, seguindo nessa última etapa com cobre. O Japão apresenta, no entanto, a maior densidade de FTTH entre os países desenvolvidos, com 59% do total de assinantes de banda larga. Em segundo aparece a Coreia do Sul, com 55%.

Enquanto no Brasil as redes são de propriedade das operadoras de telefonia, no Japão o governo participa com financiamento na universalização da superbanda larga, que pode ser atingida em 2015. As melhores condições são oferecidas para investimentos em áreas rurais e de baixa densidade demográfica.

Fonte: Valor

terça-feira, 12 de junho de 2012

EUA passam o Japão e lideram lista de supercomputadores


Pela primeira vez desde novembro de 2009, um supercomputador instalado nos Estados Unidos assumiu a liderança do ranking mundial de equipamentos, elaborado pela Top500.org.  

Equipamentos desse tipo são usados por cientistas na criação de modelos que ajudem a prever desastres naturais e na pesquisa para a cura de doenças.

Batizado de Sequoia, o equipamento IBM BlueGene/Q, instalado no departamento de energia do laboratório nacional Lawrence Livermore, atingiu a marca de 16,32 petaflops, ou 10 quadrilhões de cálculos por segundo. A máquina tem 1.572.864 de núcleos de processamento. De acordo com a Top500, o Sequoia também é uma das máquinas mais eficientes em consumo de energia.

Publicada a cada seis meses, a lista dos supercomputadores mais potentes do mundo tinha como líder nas duas edições de 2011 o japonês “K Computer”, montado pela Fujitsu e instalado no RIKEN Advanced Institute for Computational Science (AICS). 

O Brasil tem três representantes na lista. O melhor colocado, na 68ª posição, foi o Grifo04, da Petrobras, que tem 17,408 mil núcleos, 251 teraflops. O Grifo04 foi projetado pela equipe de tecnologia da informação (TI) da Petrobras, em parceria com o grupo de exploração e produção (E&P) e custou para a estatal R$ 15 milhões.

O equipamento, montado no ano passado ficou à frente do Tupã, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esta máquina, com 31,1 mil núcleos e 214 teraflops de capacidade de processamento, caiu da 49ª para a 79ª posição no ranking. 

O Galileu, do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa e engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE-UFRJ), também perdeu lugar. Com a mesma capacidade registrada na lista do fim de 2011 (6.464 processadores e 64 teraflops), da colocação de número 290 para 456.

Fonte: Valor

domingo, 10 de junho de 2012

Toyota irá cortar produção no Japão em mais 10% até 2014


A Toyota irá diminuir a capacidade de suas fábricas no Japão em mais de 10% até 2014, fabricando 3,1 milhões de unidades, em uma tentativa de descentralizar suas linhas de produção. Segundo o jornal Nikkei, apesar da mudança, a fabricante não irá dispensar operários e continuará a produzir o suficiente para manter o lucro no mercado japonês.

A estratégia da gigante japonesa é manter a produção no Japão em três milhões de veículos por ano e aumentar a quantidade produzida no exterior para 6,8 milhões até 2015. O primeiro passo já foi dado, com o corte de 100 mil unidades na capacidade da fábrica em Shizuoka, o que deve diminuir a produção total no Japão para 3,6 milhões neste ano.

Fonte: Car and Driver

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Visitas à Câmara: Fullmarketing

Esta semana o presidente da CCIBJ do Paraná, Yoshiaki Oshiro, recebeu a visita do diretor presidente da Fullmarketing, Guilherme Jardim.

Na pauta a apresentação do projeto "Fábrica de Empresas", que segundo Jardim, tem como diferencial a aplicação de uma metodologia voltada a resultados positivos e imediatos a partir do estudo de 7 pontos pragmáticos do marketing empresarial.

De acordo com Oshiro, a visita visa não só a sociedade com a empresa, bem como transformar suas atividades em benefícios para todos os associados. "Somos uma câmara voltada a atração e mediação de empresas japonesas ao Paraná. Por este motivo, poucos são os serviços destinados diretamente aos associados mantenedores. A possibilidade de estreitarmos relação com a Fullmarketing nos abre um canal de diálogo que pode beneficiar diretamente cada um de nossos associados" completou. 

Para mais, acesse:
http://www.fullmarketing.com.br

Premiê do Japão diz que é preciso reativar 2 reatores nucleares


TÓQUIO - O primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, apelou nesta sexta-feira ao país para que aceite a reativação de dois reatores nucleares, fechados após o desastre nuclear de Fukushima. Noda afirmou que o governo tomou várias medidas de segurança, para assegurar que dois reatores no oeste do país não deixem escapar radiação caso ocorra um terremoto ou um tsunami tão violento como o do ano passado.

Todos os 50 reatores em uso no Japão estão paralisados para manutenção, após os temores com a segurança gerados pelo terremoto de magnitude 9,0 seguido de um tsunami em 11 de março de 2011. O desastre natural afetou duramente a usina de Fukushima, no segundo maior desastre natural da história mundial.

Os dois reatores, da usina de Ohi, são os primeiros prontos para gerar energia, mas a população teme que as falhas do governo que pioraram a crise no ano passado possam se repetir.

A energia nuclear é crucial para a sociedade japonesa, disse Noda em entrevista coletiva televisionada ao vivo no país. O governo quer que os reatores estejam operando antes do verão local, quando o consumo de energia aumenta.

“A sociedade japonesa não pode sobreviver se paralisarmos todos os reatores nucleares ou os mantivermos parados”, afirmou Noda. Segundo ele, é crucial reabrir os reatores 3 e 4 da usina de Ohi.

O premiê disse que um déficit de energia de 15% é esperado na região oeste do país, patamar qualificado por ele como “severo”. Sem a energia nuclear, as companhias de energia dependeriam mais do caro combustível fóssil, que aumentaria as contas com energia e pressionaria financeiramente os pequenos negócios.

Noda disse compreender os sentimentos divergentes da população ante a energia nuclear, mas prometeu a publicação de uma política energética de longo prazo, que busque reduzir a dependência nuclear e promova a energia renovável, por volta de agosto – um atraso em relação à meta anterior de junho. Em abril, o governo divulgou novas normas de segurança para responder aos temores da população.

(Associated Press)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Câmara é convidada a integrar a Agência de Internacionalização do Paraná - AGINPAR


Na foto: o governador Beto Richa faz o anúncio da agência

Na tarde desta quarta-feira (06), os diretores da câmara japonesa de comércio do Paraná, Fujio Takamura, e Heberthy Daijó, receberam a visita do presidente da Agência de Internacionalização do Paraná - AGINPAR, Rui Lemes, que veio oficialmente convidar a entidade a participar do conselho fiscal da agência.

Segundo Lemes, falta apenas alguns pequenos ajustes para que a AGINPAR comece a operar. Para tanto, algumas entidades tem sido convidadas a integrar o corpo diretivo da agência, a fim que seus propósitos e objetivos sejam fielmente mantidos e alcançados. "Para que a Aginpar saísse do papel foram necessários meses de negociação entre o governo do estado e demais stakeholders. Agora, depois de termos definidos os papéis de cada entidade dentro do universo de atividades que a agência se propõe, estamos realizando os convites oficiais como é o caso da CCIBJ do Paraná".

Além da CCIBJ do Paraná, também compõem o conselho fiscal: Amcham (Câmara Americana de Comércio); CCIBC (Câmara Chinesa de Comércio); Sebrae; e Ocepar. A nível de entidades mantenedoras, a Aginpar contará com o apoio da FIEP, Fecomércio/PR, Sebrae, Faep, Ocepar, ACP, e FACIAP.

Segundo Takamura, o convite enaltece os trabalhos desenvolvidos pela entidade. "Para nós da Câmara do Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná é uma honra podermos fazer parte desta maravilhosa iniciativa. É o reconhecimento do nosso trabalho, pois somente 3 câmaras de comércio integram a administração da agência. Sem dúvida estamos na direção correta e este convite é uma vitória que devemos a todos os associados e empresas mantenedoras. Sem elas, nada disso seria possível" finalizou.

Para mais sobre a agência, acesse:

Atendimento a empresas do Japão: Nippon Express

Responsáveis pela logística da empresa Sumitomo Rubber, fábrica japonesa de pneus recém instalada em Fazenda Rio Grande e que deve começar a operar em 2013, executivos da empresa Nippon Express (multinacional japonesa de logística) estiveram na manhã desta quarta-feira (06) reunidos na sede da câmara japonesa de comércio do Paraná.

A empresa vem encarando uma excessiva burocracia no que diz respeito a importação de máquinas e equipamentos do Japão, o que gerou uma série de questionamentos prontamente atendidos pelos conselheiros tributários da entidade, Srs. Antonio Myasava e Fernando Ishikawa, advogados de renome e que possuem em seu portfólio de clientes empresas como Denso e Marubeni.

SOBRE A EMPRESA

Tendo como foco principal o transporte de mercadorias e logística, a empresa, uma das maiores do Japão no setor, conta com uma rede de 382 filiais espalhadas por 37 países, empregando mais de 15 mil funcionários ao redor do mundo.

Com a expatriação de novos investimentos japoneses no Paraná, a empresa estuda expandir sua estrutura operacional no estado, contando hoje somente com um escritório administrativo.

Para mais sobre a Nippon Express, acesse:

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Visitas à Câmara: Cônsul Geral do Japão

Na tarde desta quinta-feira o Cônsul Geral do Japão, Noboru Yamaguchi, esteve reunido com o presidente da CCIBJ do Paraná, Yoshiaki Oshiro, a fim de consolidar uma agenda de visitas, palestras, e reuniões no interior do estado com lideranças nikkeis e empresários locais.

A agenda consolidada prevê um mês de junho bastante movimentado, com visitas aos municípios de Londrina, Maringá, Vila Velha, Ponta Grossa, Apucarana, Morretes, Rolândia, e Jaguariaiva.

O intuito é intensificar as relações entre as lideranças locais, câmara, e o Consulado Geral do Japão em Curitiba.