Durante o G-20 — reunião dos chefes de Estado e de governo das 20 principais economias do mundo —, nesta quarta-feira, 4, em São Petersburgo, o premiê do Japão, Shinzo Abe, afirmou que a região da usina nuclear de Fukushima, no norte do país, estará totalmente limpa para a Olimpíada de 2020.
A usina foi chacoalhada por um terremoto em março de 2011, causando o maior acidente nuclear do mundo pós-Chernobyl. Na semana passada, após ser noticiado que um novo vazamento de água radioativa, proveniente de seus tanques de resfriamento de material nuclear, comprometia a segurança da região, o governo do país asiático anunciou uma ajuda de US$ 472 milhões à operadora Tokyo Electric Power (Tepco), para conter mais vazamentos e promover a limpeza da região.
Tóquio, a mais de 200 quilômetros de Fukushima, concorre com Istambul e Madri pelo direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2020, mas os recentes incidentes em Fukushima têm comprometido a candidatura do país.
Para tranquilizar os organizadores dos jogos, Tsunekazu Takeda, presidente do Comitê Olímpico Japonês, declarou em entrevista, hoje, em Buenos Aires, que “os níveis de radiação de Tóquio não são diferentes dos apresentados em Nova York, Londres ou Paris. As 35 milhões de pessoas que vivem na cidade levam suas vidas normalmente”.
Para reforçar, da Rússia, o premiê japonês também falou sobre a questão, em entrevista em São Petersburgo, nesta quarta. “Estamos fazendo o máximo para que, daqui sete anos, em 2020, esse problema esteja totalmente resolvido”, afirmou Abe.
No entanto, parece que membros do Comitê Olímpico Internacional não ficaram satisfeitos e têm inquerido insistentemente o governo do país asiático insistentemente sobre o nível de radiação na região da capital japonesa.
A cidade-sede da Olimpíada de 2020 será conhecida em 7 de setembro, em eleição a ser realizada em Buenos Aires.
(Márcia Pereira | Valor, com agências internacionais)