Membros da Câmara do Comércio e Indústria Brasil/Japão do Paraná desembarcaram ontem em Cascavel dispostos a manter encontros com gestores públicos e prefeitos para dar base a um estudo de viabilidade econômica de projetos a serem implantados na região. Entre eles o de casulos tecnológicos, uma alternativa para produzir eletroeletrônicos, refletindo na diminuição do índice de contrabando na região.
O presidente da Câmara do Comércio e Indústria Brasil/Japão do Paraná, Yoshiaki Oshiro, esteve em O Paraná ontem de manhã acompanhado de comitiva. No período da tarde, participou de encontros com os prefeitos de Capitão Leônidas Marques, Cláudio Quadri (PMDB), e de Boa Vista da Aparecida, Wolnei Savaris (PMDB).
No dia 11 de março, completará um ano da maior tragédia natural vivida pelo povo japonês. Um terremoto seguido de tsunami devastou a costa do nordeste do país, deixando um rastro de destruição e causando ao menos 15 mil mortes.
A catástrofe atingiu a Usina Nuclear de Fukushima, causando sérios danos nos reatores. Devido ao desastre, das 52 usinas nucleares japonesas 28 foram desativadas, causando um colapso no setor industrial e reduzindo a energia gerada em até 40%.
Sem energia para mover as máquinas, as grandes indústrias começaram a investir em outros países, migrando toda a sua produção. Conforme Oshiro, o problema agora é com relação às pequenas indústrias japonesas, que dependem de incentivo do governo para aplicar seus investimentos em centros menores. A região Oeste do Paraná, por conta de sua localização estratégica e da proximidade com o Paraguai e Argentina, acaba se tornando uma das apostas dos japoneses.
“O Oeste é um polo de prestação de serviços interessante para o Japão”, admite Oshiro, que esteve acompanhado pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel, Leopoldo Furlan.
Conforme dados apresentados pela Câmara Brasil/Japão, são dez mil pequenas empresas japonesas interessadas em migrar seus negócios pelo mundo. O Brasil, por ser considerado um país em franca ascensão econômica, abre os olhos dos japoneses para novas oportunidades.
Empresas japonesas procuraram a Câmara Brasil/Japão no Paraná atrás de informações preciosas das regiões mais promissoras do Brasil. “Diferente da China, que prefere um investimento imediatista e de resultados rápidos, o Japão opta por uma postura mais cadenciada, alimentando um casamento comercial mais longínquo”, salienta Oshiro. Outra sugestão exposta pelo presidente é a exploração de energias alternativas no Oeste. Em função da presença maciça da avicultura na região, uma das propostas é fazer com que os dejetos de aves virem energia e o excedente seja utilizado como adubo.
Fonte: O Paraná