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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Toyota prevê participação de emergentes em metade das vendas globais


SOROCABA (SP) - A Toyota acredita que metade de suas vendas globais virá de países emergentes até 2015. Essa fatia, que chegou a ser de apenas 19% no ano 2000, já atingiu 45% no ano passado. O Brasil tende a ser um dos protagonistas nesse crescimento, já que, nas contas da empresa, as vendas de veículos no país deverão ultrapassar as do Japão nos próximos três anos.

A meta da empresa é dobrar em dois anos as vendas que somaram quase 100 mil carros no Brasil em 2011. Com o lançamento de um carro compacto – segmento que concentra cerca de 65% do mercado -, a Toyota espera capturar a ascensão da classe média e não se posicionar apenas perante públicos mais abastados com carros como o Corolla.

Somando todos os modelos negociados no Brasil – que ainda incluem utilitários esportivos importados -, a Toyota, com o Etios, passa a explorar segmentos que respondem por cerca de 87% do mercado total.

Após a cerimônia de inauguração da fábrica da montadora em Sorocaba (SP), diretores da Toyota manifestaram planos de exportar o modelo Etios – produzido na unidade – a outros mercados do Mercosul, após desenvolver o produto no Brasil.

Também informaram que o preço do produto ainda não está definido e que, no momento, a montadora não pretende ampliar agressivamente a capilaridade da rede de distribuição formada por 133 revendas, apesar do ingresso no segmento que gira os maiores volumes de mercado.

A direção da Toyota informou que a fábrica inaugurada hoje em Sorocaba tem potencial de expandir a capacidade de produção para até 400 mil carros, a depender da demanda. Inicialmente, a fábrica vai produzir 70 mil unidades por ano, em dois turnos de trabalho. Se necessário, esse volume poderá subir no futuro para 100 mil veículos em três turnos, subindo gradualmente até chegar a um patamar quatro vezes superior, informou o vice-presidente sênior Industrial da Toyota Mercosul, Tsuneo Itagaki.

Com a empresa presente há 54 anos no Brasil, o diretor da montadora japonesa responsável pelos mercados na América Latina, África e Oriente Médio, Hisayuki Inoue, foi questionado sobre a demora em lançar uma investida sobre os segmentos de mercado mais populares. Ao responder a pergunta, o executivo disse ter consciência do atraso, mas que considera isso como uma vantagem, uma vez que pôde assim aprender com os erros das montadoras que se instalaram antes.

“Pudemos (nesse período) estudar muito bem o mercado brasileiro”, comentou Inoue. Apesar da atual desaceleração do mercado, ele disse não ter a “menor preocupação” com a economia brasileira, citando que o Brasil soube superar crises de inflação e desfruta de abundantes recursos naturais demandados por todo o mundo.

 (Eduardo Laguna | Valor)