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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Toyota planeja dobrar de tamanho no Brasil


Com planos de dobrar vendas, trazer novos modelos e, se necessário, expandir a capacidade, a Toyota realizou ontem a inauguração oficial de sua fábrica em Sorocaba (SP), que marca a investida da empresa no mercado de carros compactos - segmento que gira os maiores volumes da indústria automobilística.

Inicialmente, serão produzidos, em dois turnos de trabalho, 70 mil carros por ano. Se a demanda exigir, esse volume poderá subir no futuro para 100 mil veículos em três turnos, chegando gradualmente a um patamar quatro vezes superior na sequência. O licenciamento ambiental obtido pela montadora já prevê a expansão da capacidade para 400 mil carros.

Diante de autoridades como o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e o governador paulista, Geraldo Alckmin - além de uma participação especial do ex-jogador de futebol Zico, que ajudou a popularizar o esporte no Japão -, coube ao presidente mundial da Toyota, Akio Toyoda, apresentar o Etios, o carro compacto produzido em Sorocaba - com início das vendas previsto para a segunda quinzena de setembro.

Durante a cerimônia, Toyoda reforçou o compromisso de utilizar o maior número possível de componentes locais na produção dos veículos, como deseja o governo da presidente Dilma Rousseff, a quem visitou na quarta-feira.

Ele também aproveitou para enaltecer o crescimento da economia brasileira e agradecer a solidariedade do país na época do tsunami no Japão, ocorrido em março do ano passado.

Mais tarde, durante entrevista coletiva à imprensa, diretores da Toyota manifestaram planos de exportar o Etios a outros mercados do Mercosul, depois de desenvolver o produto no Brasil.

No mercado brasileiro, a meta da empresa é dobrar em dois anos as vendas, que somaram quase 100 mil carros em 2011. Com o lançamento de um carro compacto - segmento que concentra cerca de 60% do mercado total -, a Toyota espera capturar a ascensão da classe média e não se posicionar apenas perante públicos mais abastados, com carros como o Corolla. Em dez anos, a marca quer estar entre as líderes de venda no país.

Resta, no entanto, saber quanto será cobrado pelo novo modelo. Executivos da montadora disseram ontem que o valor ainda está sendo discutido, na tentativa de amenizar informações divulgadas pela própria empresa de que o preço oficial partiria de R$ 35 mil - considerado "salgado" para um modelo que está sendo apresentado como o carro "feito para brasileiros", nas palavras do próprio Toyoda.

A montadora japonesa acredita que metade de suas vendas globais virá de países emergentes até 2015. Essa fatia, que chegou a ser de apenas 19% em 2000, já atingiu 45% no ano passado.

O Brasil tende a ser um dos protagonistas nesse crescimento, já que, nas contas da empresa, as vendas de veículos no país deverão ultrapassar as do Japão nos próximos três anos.

Conforme informou ontem a direção da marca - dona de 2,8% do mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves -, a estratégia no país também passa pela nacionalização de outros veículos. "Queremos considerar outros modelos no futuro", disse Hisayuki Inoue, diretor da montadora japonesa responsável pelos mercados na América Latina, África e Oriente Médio

Neste momento, contudo, não é intenção da montadora ampliar significativamente a capilaridade da rede de distribuição formada por 133 revendas. "Estamos fazendo mais ajustes em assistência técnica do que em pontos de venda", afirmou Luiz Carlos Andrade Junior, vice-presidente da Toyota no Mercosul.

Dada a presença do grupo no Brasil há 54 anos, diretores da companhia foram questionados ontem sobre a demora em se lançar nos segmentos de mercado mais populares. Ao responder a pergunta, Inoue disse ter consciência do atraso, mas que considera isso uma vantagem competitiva, uma vez que pôde assim aprender com os erros e acertos das montadoras que se instalaram antes. "Pudemos (nesse período) estudar muito bem o mercado brasileiro."

Fonte: Clipping Planejamento