Menor consumo interno e redução nas exportações fazem 3ª maior economia global patinar, após alta de 1,3% no 1º tri
Dado deve aumentar pressão por novas ações de ajuda pelo governo, que tem uma dívida superior a 200% do PIB
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Com a demanda global perdendo força, a economia japonesa, a terceira maior do mundo, desacelerou no segundo trimestre, aumentando a expectativa por novas ações por parte do governo.
O PIB japonês cresceu 0,3% de abril a junho em relação aos três meses anteriores, quando houve expansão de 1,3%. O resultado do segundo trimestre foi metade do esperado por analistas.
Dois fatores contribuíram fortemente para a desaceleração japonesa nesse período: o menor consumo privado e a exportação em baixa.
No front interno, o gasto dos consumidores (que representa cerca de metade do PIB) foi responsável por 0,1 ponto percentual, ou um terço do avanço do segundo trimestre. De março a janeiro, ele contribuiu com 0,7 ponto.
Essa perda de participação pode piorar nos próximos meses com o fim de programas de estímulo estatais, como os incentivos para a compra de automóveis que consomem menos combustível.
Já as exportações, que contribuíram com 0,5 ponto percentual no avanço no primeiro trimestre, agora colaboraram com 0,2 ponto.
O setor exportador japonês perdeu espaço não só porque a demanda de parceiros como a China e a Europa está com fôlego reduzido -resultado do recrudescimento da crise global-, mas também porque o iene, a moeda local, tem se valorizado.
Durante o segundo trimestre, o iene subiu 4% em relação ao dólar. A valorização da moeda tira a competitividade dos produtos japoneses no exterior, já que torna mais cara sua importação pelos seus parceiros comerciais.
O ministro da Economia do Japão, Motohisa Furukawa, alertou ontem para a piora do cenário externo, afirmando que o governo precisa estar atento "ao aprofundamento da deterioração das economias no exterior".
"Se a desaceleração da economia global piorar, as exportações podem cair ainda mais, esfriando a produção", disse, em nota, o Instituto de Pesquisa Japonês;
"Um iene forte e um ambiente de negócios complicado podem deixar as empresas hesitantes em investir."
E esse cenário pode ficar ainda mais grave nos próximos meses, visto que o governo deve diminuir seus gastos para a reconstrução das áreas afetadas pelo tsunami do começo do ano passado.
Especialistas estão pedindo novas ações para estimular a economia.
Fonte: Folha.com.br