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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Japão assume liderança em supercomputadores; Brasil cai

SÃO PAULO - O supercomputador japonês K Computer manteve a posição de liderança do ranking dos equipamentos mais velozes do mundo. O equipamento, construído com 705.024 mil processadores atingiu uma velocidade de 10,51 petaflops, ou 10 quadrilhões de cálculos por segundo. É a primeira vez que a velocidade de 10 petaflops é ultrapassada.

Equipamentos desse tipo são usados por cientistas na criação de modelos que ajudem a prever desastres naturais e na pesquisa para a cura de doenças.

O desempenho do K Computer é quatro vezes maior do que o segundo colocado na lista, o chinês Tianhe-1A, que tem 2,57 petaflops e 186.368 mil processadores. Há um ano, o Tianhe-1A assumiu a liderança da lista organizada pela Top500, organização dedicada a acompanhar o desenvolvimento de supercomputadores no mundo. A Top500 divulga o levantamento duas vezes por ano. A máquina chinesa perdeu o posto em meados de 2011. À época, o K Computer, que ainda estava em desenvolvimento, atingiu a marca de 8,16 petaflops. A máquina foi montada pela japonesa Fujitsu.

Uma grande diferença do K Computer na comparação com outros equipamentos é que ele não usa nenhum processador gráfico, as chamadas GPUs, para processar informações. As GPUs têm sido usadas na construção de supercomputadores pois permitem a realização de mais cálculos simultâneos do que os processadores convencionais, as CPUs.

O Brasil tem dois representantes na lista. O melhor colocado foi o Tupã, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A máquina, que tem 30.720 mil processadores e potência de 205 teraflops caiu da 34ª para a 49ª posição no ranking. O Galileu, do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa e engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE-UFRJ), que tem 6.464 processadores e 64 teraflops, ficou na colocação de número 290. O equipamento era o número 167 há seis meses.

Abaixo alguns fatos interessantes do levantamento:

- A China consolidou-se como o segundo maior construtor de supercomputadores, com 75 das 500 máquinas, à frente de países como Japão, Reino Unido, França e Alemanha;

- O uso de GPUs mais do que dobrou em um período de seis meses: o número de equipamentos usando chips gráficos para acelerar o processamento pulou de 17 para 39. Destes, 35 usam chips da NVIDIA, dois têm Cell, da IBM e dois ATI Radeon, da AMD;

- A Intel continua sendo a maior fornecedora de chips para supercomputadores, com 76,8% de participação, ou 384 sistemas. O número é ligeiramente inferior há seis meses atrás: 386 sistemas e 77,2% de mercado;

- Graças ao K Computer, a Fujitsu assumiu a segunda colocação entre os construtores de máquinas, um pouco à frente da americana Cray. A IBM encabeça o ranking com 223 sistemas (44,6% de participação).

(Valor)