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sábado, 21 de maio de 2011

Japão adota turno de fim de semana em fábricas

As montadoras japonesas produzirão carros em fins de semana e folgarão às quintas e sextas-feiras para evitar apagões devidos a uma crise de energia causada por problema em reatores nucleares.

Toshiyuki Shiga, presidente da Associação dos Fabricantes de Automóveis do Japão e diretor de operações da Nissan Motor, disse a jornalistas que o esquema, que inclui fornecedores de autopeças, será posto em prática em julho, agosto e setembro, meses de pico no consumo de energia no Japão.

O governo pediu que as grandes empresas reduzam o consumo elétrico em 15%. O terremoto e tsunami de 11 de março danificaram a usina nuclear Fukushima Dai-ichi no nordeste do Japão, provocando o colapso de três reatores.

A usina nuclear Hamaoka também está sendo desligada devido a temores quanto à sua segurança, comprometendo ainda mais os recursos energéticos.

"Temos de reagir com uma política de crise à escassez de energia", disse Shiga, que não usava gravata, num traje agora chamado de "super cool biz" ("executivo super descolado", em tradução livre).

A prática, um "nível" acima do "cool biz" - habitual nos meses de verão -, incentiva funcionários, que normalmente vestem ternos escuros, a usar camisas Aloha e outras roupas esportivas, num momento em que os termostatos estão sendo regulados para manter mais elevadas as temperaturas nos edifícios de escritórios visando economizar energia.

A energia nuclear fornece um terço da eletricidade no Japão. Como medidas para enfrentar a escassez de energia, os edifícios em Tóquio estão reduzindo a iluminação, as lojas estão fechando mais cedo e os passageiros estão subindo e descendo escadas, em vez de usar escadas rolantes e elevadores.

Em casa, as pessoas estão sendo incentivadas a suportar temperaturas ambientes de 28º C, usar ventiladores em vez de ar-condicionado e manter desligados computadores pessoais e outros aparelhos.

A esperada escassez de eletricidade é outro problema para as montadoras, que estão operando a níveis reduzidos de produção depois que o terremoto afetou cerca de 500 fornecedores de autopeças.

A Toyota e a Honda não esperam voltar aos níveis de produção pré-desastre até o final deste ano, ao passo que para a Nissan, sediada em Yokohama, a meta é outubro.

A produção de carros no Japão já estava estagnada devido a uma desaceleração econômica de 20 anos, quando aconteceu o terremoto. A produção de automóveis em março, totalizando 404.039 veículos, caiu 57% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Fonte: Valor