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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Contaminação faz Japão vetar carne de Fukushima

O Japão proibiu a comercialização de carne bovina proveniente de áreas próximas à usina nuclear contaminada de Fukushima e parlamentares acusaram o governo de negligência na forma como lidou com a crise, após terem sido encontradas mais vacas contaminadas com radiação.

As autoridades detectaram 637 cabeças de gado de localidades ao norte do país que foram alimentadas com feno contaminado por césio radiativo e, então, comercializadas, segundo uma autoridade da divisão de gado e ração do Ministério da Agricultura, Silvicultura e Pesca. Quatro meses depois do forte terremoto e tsunami terem danificado a usina Fukushima Dai-Ichi, causando o pior desastre nuclear desde Tchernobil, o secretário-chefe do gabinete japonês, Yukio Edano, disse ontem que o governo suspendeu todas as remessas de gado da área. Feno contaminado foi dado ao gado em 19 fazendas nas municipalidades de Fukushima, Niigata e Yamagata.

Os animais foram enviados para abatedouros em outras municipalidades, como Tóquio, Saitama, Chiba, e 12 casos de contaminação de carne foram detectados em oito municipalidades, de acordo com um comunicado do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar. Algumas carnes bovinas continham césio 637 em nível superior ao padrão oficial e foram vendidas a consumidores, disse Kazuyuki Hashimoto, uma autoridade da divisão de monitoração de alimentos do governo metropolitano de Tóquio.

Verificou-se que diversos produtos, como espinafre, cogumelos, brotos de bambu, chá, leite, ameixas e peixes estavam contaminados com césio e iodeto a distâncias de até 360 km da usina Dai-Ichi. A Tokyo Electric Power Co, operadora da usina danificada, anunciou em 14 de junho ter identificado césio no leite testado nas imediações de outra usina nuclear a cerca de 210 km da usina danificada. "A contaminação ocorreu porque o governo não tomou as medidas adequadas", disse Yoko Tomiyama, presidente da União dos Consumidores do Japão, em entrevista por telefone ontem. "Eles precisam assumir a responsabilidade por sua negligência."

Fonte: Valor Econômico