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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

FMI elogia Japão e alerta para plano de retirada de estímulos

O Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que as perspectivas de curto prazo para o Japão melhoraram, e a expectativa de crescimento de 2% para este ano tende a ser resultado principalmente de novos estímulos fiscais e do afrouxamento monetário. 

“Diretores, no entanto, concordam que essas perspectivas estão sujeitas a riscos significativos, principalmente por causa de reformas domésticas incompletas e pelo fraco ambiente externo”, diz a instituição. 

O fortalecimento da demanda externa, juntamente com a depreciação do iene e um movimento de antecipação do consumo antes do aumento de impostos em 2014, de acordo com o FMI, também estão apoiando a recuperação do Japão. 

Para 2014, a projeção é de moderação do Produto Interno Bruto (PIB), para 1,2%, com continuidade do processo de retomada da demanda interna, que deve compensar os efeitos do aumento de imposto sobre consumo (de 5% para 8%) e a diminuição dos gastos com construção no país. No médio prazo, espera-se que o crescimento fique em torno de 1%, enquanto a recuperação dos investimentos é compensada pelos benefícios com aposentadoria, reflexo do envelhecimento da população. 

O novo modelo de política monetária do país foi elogiado pelo conselho do FMI, que acredita ser uma “importante contribuição para acabar com a deflação”. Os diretores ressaltam que uma comunicação cuidadosa por parte do banco central é essencial para conter a volatilidade nos mercados e garantir que a política monetária tenha o efeito desejado. “Ao mesmo tempo, alguns diretores encorajam autoridades a prepararem planos para uma eventual saída do afrouxamento quantitativo e qualitativo, mesmo que ainda seja num futuro distante”, diz o FMI. 

O FMI sugere que o governo japonês estabeleça um plano fiscal de médio prazo confiável, na tentativa de conter riscos e reduzir incertezas. A redução da relação entre dívida e PIB também é citada como ponto importante, e o conselho do FMI diz que esse processo irá requerer um ajuste significativo ao longo da próxima década. Diante desse cenário, o Japão tem o apoio dos diretores da instituição aos planos de dobrar o imposto sobre consumo até 2015, embora reconheçam que tal ação pode prejudicar o crescimento. 

As informações são do artigo IV sobre o Japão. O documento prevê uma análise da situação econômica de países-membros. 

Fonte: Valor