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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Nissan e Honda ganham mercado


Em meio ao recorde das vendas de carros no ano passado, algumas marcas se deram melhor do que outras na disputa por posições de mercado. No topo da lista entre as montadoras que mais ganharam espaço em 2012 está a dupla franco-nipônica Renault Nissan, junto com a japonesa Honda.

Já na parte de baixo da tabela, as aliadas francesas Peugeot e Citroën andaram na contramão do crescimento de 6,1% do mercado e terminaram com queda de emplacamentos naquele que foi o melhor ano na história da indústria automotiva brasileira.

Apesar das marcas históricas de 2012 - quando as vendas chegaram a superar 405 mil carros em agosto -, nem todos conseguiram acompanhar o ritmo do consumo, o que resultou em algumas mudanças no ranking das marcas. No embalo da bem-sucedida investida no mercado de compactos com o modelo March, a Nissan foi a montadora que mais cresceu, com alta de 55,6% nos emplacamentos e 2,9% do mercado total. O desempenho fez a montadora subir três posições no ranking e alcançar o nono lugar da lista.

A Renault, por sua vez, se consolidou em 2012 como a quinta montadora do país, ampliando sua participação de mercado de 5,7% para 6,6%, após a expansão de 24,3% dos volumes. Na sequência, a Honda se recuperou do desempenho negativo de 2011, quando sua produção foi comprometida pelo tsunami que atingiu o Japão em março. A marca saiu da oitava para a sexta posição de um ano para outro, respondendo por 3,7% dos carros vendidos em 2012.

Com o sucesso de lançamentos e o posicionamento em linhas populares, essas marcas conseguiram tirar maior aproveitamento do aquecimento da demanda quando o governo decidiu, em maio, cortar as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Por trás dos números também existem acertos nas estratégias comerciais e de produção. A Renault, por exemplo, deixou apenas para a virada do ano a expansão de sua fábrica no Paraná, interrompendo a produção apenas depois de garantir o bom resultado.

Já o grupo PSA Peugeot Citroën entrou 2012 com obras de ampliação na fábrica de Porto Real (RJ), enfrentando atrasos de fornecedores de equipamentos. Como resultado, a produção no início do ano foi reduzida e as vendas da Peugeot cederam 16% em 2012, enquanto as da Citroên caíram 17,1%.

No pelotão de frente da indústria, a concentração das vendas nas quatro maiores montadoras do país subiu de 70% para 70,8%, mas a ordem das marcas seguiu a mesma: a Fiat se manteve na liderança, com 23,1% do total, seguida por Volkswagen (21,1%), General Motors (17,7%) e Ford (8,9%).

Os números finais de 2012 foram divulgados ontem pela Fenabrave, a entidade que abriga as concessionárias de veículos. O ano recorde fechou com 3,8 milhões de veículos licenciados, entre automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. O volume superou em 4,65% o desempenho de 2011.

Quando se considera apenas os carros de passeio e os utilitários leves, foram vendidas 3,63 milhões de unidades, uma alta de 6,1%. As projeções da Fenabrave para 2013 apontam para um crescimento de 3% nos emplacamentos de carros, na cola de uma expansão de igual magnitude estimada para a economia. Para os caminhões, espera-se alta de 16%.

Apesar disso, a entidade traçou um cenário desafiador para o mercado automotivo, no qual os bancos permanecerão cautelosos nas liberações de crédito devido aos índices elevados de inadimplência e alto comprometimento da renda dos consumidores.

Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave, disse que a queda da inadimplência - antes aguardada para junho ou julho do ano passado - ainda não aconteceu. "Os bancos vão passar boa parte deste ano limpando suas carteiras para retirar resíduos que levam à inadimplência", afirmou o executivo em entrevista coletiva à imprensa.

Fonte: Valor