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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Japão deve ter pacote de estímulo de US$ 220 bi


O governo japonês disse ontem que anunciará até sexta-feira a versão preliminar de um pacote de medidas econômicas emergenciais. A medida poderá representar uma injeção de ânimo à estagnada economia do país, que se recupera apenas debilmente de seu último desaquecimento. O plano pode levar à desvalorização do iene.

O pacote deverá enfatizar a necessidade de superar a deflação por meio de maciços investimentos em obras públicas e de adotar uma política monetária agressiva, refletindo declarações anteriores do novo premiê, Shinzo Abe, que já contribuíram para desvalorizar o iene e elevar os preços das ações.

"O incentivo será o primeiro passo do nosso programa de revitalização da economia", disse Abe no encerramento da primeira reunião do recém-formado conselho de revitalização da economia, que tem sua segunda reunião agendada para sexta-feira, quando deverá aprovar a versão final do plano.

Embora não tenham sido divulgados números oficiais, a mídia do país informou que as medidas envolverão cerca de 10,3 trilhões de ienes (US$ 118 bilhões) em gastos do governo central. Esses recursos virão de um orçamento complementar que deverá ter sua versão preliminar formulada na terça-feira que vem, com metade desse dinheiro destinada a obras públicas. A minuta de orçamento também envolverá cerca US$ 30 bilhões para cobrir rombos na Previdência.

As cifras, no total, se aproximam do orçamento adicional aprovado pelo governo anterior, do Partido Democrata do Japão, após o terremoto e o tsunami de março de 2011, que devastaram a região nordeste do país.

"Prevemos um [pacote de incentivo] bem avantajado", disse Akira Amari, ministro responsável pela revitalização da economia, em entrevista coletiva ontem. A mídia local disse que, somando-se os gastos dos governos regionais aos do setor privado, o pacote de estímulo pode superar US$ 220 bilhões.

Um esboço do pacote aprovado pelo governo ontem incluiu um apelo para que o governo e o BC do Japão criem um mecanismo que reforce a cooperação, a fim de superar rapidamente o problema da deflação. O documento afirmou também que o governo "continuará a acompanhar atentamente os movimentos do mercado cambial e a reagir devidamente a eles".

Pelo plano, o governo vai investir em infraestrutura de prevenção contra catástrofes naturais, setor sensível após o terremoto de 2011. O pacote prevê estimular o investimento do setor privado para promover o crescimento, apoiar programas de pesquisa tecnológica e investir em energia renovável.

Economistas manifestaram preocupação com o plano agressivo de gastos de Abe, temendo que a emissão de novos títulos possa criar turbulência no mercado de bônus e desencadear uma alta das taxas de juros de longo prazo. A dívida pública do Japão equivale a mais que o dobro de seu Produto Interno Bruto (PIB).

Mas o ministro da Fazenda, Taro Aso, disse que o governo não estará engessado pelo teto de endividamento de 44 trilhões de ienes adotado por governos passados.

Fonte: Valor