O Japão reportou seu primeiro déficit comercial anual em mais de 30 anos, levantando a questão de até quando poderá depender das exportações para financiar uma enorme dívida pública sem ter que recorrer aos invertidores estrangeiros.
Japão reportou seu primeiro déficit comercial anual em mais de 30 anos, levantando a questão de até quando poderá depender das exportações para financiar uma enorme dívida pública. As sequelas do terremoto de março aumentaram os custos de importação de combustível, enquanto a desaceleração do crescimento mundial e a força do iene golpearam as exportações, o que levou a balança comercial em 2011 a um déficit, segundo mostraram dados publicados na quarta-feira.
O Japão registrou um déficit comercial de 2,49 trilhões de ienes (US$32 bilhões) em 2011, o primeiro déficit anual desde 1980, mostraram dados do Ministério das Finanças.
Economistas dizem que a balança comercial seguirá negativa nos próximos anos, enquanto o país lida com a catástrofe de Fukushima -que liberou radiação na atmosfera e obrigou a maioria das usinas nucleares a fecharem diante dos protestos da população.
Depois, o superávit deve voltar, mas as tendências de longo prazo sugerem que o saldo vai se enfraquecer de qualquer forma. A alta do iene para a máxima recorde ano passado, abaixo de US$77 -contra mais de 250 em 1980- está tornando as exportações japonesas cada vez menos competitivas e encorajando as manufatureiras a se mudarem para o exterior.
O argumento de que o Japão pode depender dos superávits de seu comércio internacional para ofuscar a enorme dívida pública também parece menos convincente e faz alguns investidores apostarem que uma crise de financiamento acontecerá mais cedo que o esperado.
Fonte: Valor