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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Inovador modelo Japonês de Gestão do Conhecimento

Um professor francês, falando em português sobre o modelo japonês de criar e disseminar o conhecimento. Foi assim, cercado de curiosidade que o professor titular da Universidade de Poitiers (França), Pierre Fayard, apresentou os resultados de mais de dez missões conduzidas por ele, para estudar o modelo de gestão do conhecimento em pequenas e médias empresas japonesas, tendo visitado cerca de trinta organizações do gênero, no Japão.

De acordo Fayard, a cultura estratégica do Japão está ligada a cultura do próprio país em gestão do conhecimento, que é referência mundial em educação. O professor remete esse modelo ao comportamento natural dos japoneses por meio da cooperação e do pensamento coletivo. "O Japão é um país pobre de recursos naturais e de espaço físico. Para suprir essas carências, todo o investimento é voltado aos recursos humanos".

No país onde o aluno tem a obrigação de aprender e o professor apenas de transmitir o conteúdo, Fayard destaca outro ponto favorável a essa cultura do conhecimento: a facilidade da comunicação. "Por ser um arquipélago, a comunicação entre os japoneses é mais fácil e as culturas atingem com eficácia e velocidade toda a sociedade daquele país".

Exemplos práticos -
Fayard apresentou aos participantes, alguns exemplos inovadores dos japoneses na gestão do conhecimento. Exemplos aplicados, desde micro até grandes organizações. Em uma pequena empresa, segundo o professor, os consumidores eram estimulados a enviar cartas com ideias, sugestões de melhorias nos produtos ou críticas. Essas cartas eram respondidas com outras cartas de respostas rápidas e com as medidas a serem tomadas. Ao final de cada ano, os departamentos que acumulasse o maior número de correspondências eram premiados com bônus salariais.

Outro exemplo de gestão inovadora citado por Fayard foi a postura de um gerente de criação de uma das maiores empresas de cosméticos e produtos de limpeza do Japão. Este gestor afirma que o objetivo de uma empresa não é tomar o mercado da concorrência, tão pouco acumular riqueza. O objetivo de uma empresa é gerar conhecimento aos seus consumidores. "Esta empresa implantou um sistema de interatividade com os consumidores. Por meio deste canal eles recebem cerca de 250 participações por dia. Já imaginou a quantidade de informações que a empresa tem ao final de um ano?" Questiona Fayard.

Interatividade
- A apresentação do especialista no modelo inovador japonês de gestão do conhecimento levou a plateia a interagir. Logo que abriu para perguntas, alguns participantes aproveitaram para dividir experiências e visões a respeito do tema. O presidente da Câmara do Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná, Yoshiaki Oshiro, destacou a coletividade como diferencial de recuperação de um país que foi assolado pela guerra na década de 1940. "O brasileiro ainda é muito individualista. Tem a cultura de tirar vantagem de tudo e todos".

A palestra do professor Pierre Fayard contou com o apoio da Câmara de Comércio França Brasil (CCFB) e da Câmara do Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná. A iniciativa faz parte do programa Diálogo & Inovação, realizado pelo Centro Internacional de Inovação (C2i) do Sistema Fiep. O evento acontece mensalmente com a presença de um especialista, nacional ou internacional, apresentando suas experiências em inovação e sustentabilidade para a comunidade paranaense.

Fonte: C2I / Fiep