A crise política é o que mais atrapalha a atividade econômica do país, mas o Brasil deve superá-la no longo prazo, afirmou nesta quarta-feira (2/9) o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ao seu reunir com empresários e autoridades do Japão num Seminário que comemorou 120 anos do Tratado da Amizade, Comércio e Navegação entre as duas nações.
Neste encontro o secretário da Fazenda, Afonso Arinos de Melo de Franco Neto, pediu aos japoneses investimentos em obras de infraestrutura anunciadas pelo Programa de Investimentos em Logística (PIL).
“Uma área que oferece imensas oportunidades para a participação japonesa é a logística. Investimentos em infraestrutura permitem reduzir os custos das exportações brasileiras no longo prazo”, disse Arinos, lembrando que 90% das importações japonesas de carne de frango e 60% das compras de suco de laranja são provenientes do Brasil.
Ele aproveitou a ocasião para pressionar pela retirada do embargo japonês à carne suína brasileira. “Precisamos avançar na abertura do mercado para exportações brasileiras”. O Japão mantém embargo ao produto brasileiro desde 2012.
Da parte japonesa, Koichi Yajima diretor-executivo do JBIC (Japan Bank for International Cooperation, banco de fomento do Japão), destacou alguns temas que preocupam empresas japonesas que desejam investir no Brasil.
Segundo uma pesquisa do JBIC, 45,9% das empresas japoneses acreditam que a instabilidade da segurança pública e social é o maior obstáculo para investir no Brasil, enquanto 31% acreditam ser a falta de clareza do sistema legal o maior impeditivo.
Ele ainda explicou por que o México passou o Brasil no ranking de países promissores para investimento japonês. Segundo um instituto do Japão, o México assumiu a sexta colocação, no lugar do Brasil, que ficou com o sétimo lugar.
“O México tem todo um trabalho de tratados econômicos com outros países. Quando se pensa em produção, esse é um ponto muito importante que o México conseguiu ultrapassar o Brasil”, disse Yajima.
Fonte: FIESP / COMEX DO BRASIL / IPC Digital