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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Diretor do Banco do Japão diz que é improvável atingir inflação de 2%

Takahide Kiuchi, o diretor do Banco do Japão (BoJ) que é mais crítico ao presidente da instituição, Haruhiko Kuroda, disse nessa quinta-feira que o banco central provavelmente não conseguirá alcançar a meta de inflação estável em 2% no próximo ano ou mesmo em 2017.

Falando em Maebashi, ao norte de Tóquio, Kiuchi disse que o núcleo da inflação ao consumidor (medidor de preços mais usado pelo BoK) provavelmente permanecerá no nível atual, perto de zero, "para o momento" e é "improvável que chegue a 2% mesmo no ano fiscal de 2017 sem os esforços para reforçar o crescimento”.

O ano fiscal japonês começa em março e o prazo ideal com o qual o BoJ trabalha para chegar à meta é o ano fiscal de 2016.

As declarações de Kiuchi, um dissidente solitário no board do BoJ, não estão muito distantes dos pontos de vista do setor privado, mas contrastam com as mensagens otimistas de Kuroda.

As divergências de opiniões sobre crescimento, inflação e os efeitos das medidas de flexibilização ocorrem num momento em que a economia do Japão se distancia do caminho dourado projetado por Kuroda no início do ano.

A economia encolheu no trimestre abril-junho e alguns economistas dizem que poderá contrair novamente no trimestre seguinte, devido à fragilidade do consumo e das exportações.

Kiuchi disse que a meta de 2% de inflação está num nível "muito acima" do compatível com a taxa de crescimento anual sustentável da economia, que o BoJ estima estar em 0,5%. Melhorar o crescimento enfrentando problemas estruturais, tais como a diminuição da população e a enorme dívida pública, é essencial para fazer os preços subirem a um determinado patamar de forma estável, disse ele.

Kiuchi ainda questionou em seu discurso se há consistência na visão dominante dentro do BoJ de que os preços dos alimentos estão subindo e empurrando os salários para cima. Para ele, essa relação não está clara e há evidências de que a alta nos preços está atingindo negativamente o sentimento dos consumidores.

Outro ponto de discordância de Kiuchi é quanto à comunicação do BoJ para sua política monetária. Ele acredita que é um erro dar preferência às boas notícias em detrimento das más e que é preciso também informar os efeitos colaterais das medidas e não apenas o seu lado positivo.

Fonte: Dow Jones Newsires