O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) decidiu manter sua política monetária inalterada, mas mudou o tom da avaliação sobre a economia japonesa, dizendo que “a economia do Japão continua a se recuperar moderadamente”, embora as exportações e produção tenham sido afetadas pelo abrandamento nas economias emergentes”.
Encerrando uma reunião de dois dias, o BoJ decidiu nesta terça-feira (15), por 8 votos a 1, manter inalterado o volume anual do programa de compras de ativos em 80 trilhões de ienes, em linha com a previsão da maioria dos economistas.
Como ocorreu em encontros anteriores, o único dirigente contrário à manutenção do volume atual foi Takahide Kiuchi, que mais uma vez sugeriu reduzir o programa para 45 trilhões de ienes anuais.
A última vez em que o BoJ ampliou o tamanho do programa foi em outubro do ano passado.
Em comunicado, o BoJ afirmou que, recentemente, as exportações e produção industrial do Japão têm ficado “mais ou menos estáveis”, mudando o tom da linguagem que usou em agosto, quando comunicou que os dois indicadores estavam “se levantando”.
O BC japonês também reviu sua visão geral da economia, ao dizer que o país “continua a se recuperar moderadamente”. O órgão avaliou que as exportações e produção industrial do país estão mais fracas do que no mês passado, isso porque “estão sendo afetadas pela desaceleração das economias emergentes”.
A avaliação do BoJ se segue a uma leva de indicadores decepcionantes que sugerem que a economia do Japão continua numa situação difícil, depois de apresentar queda anual de 1,2% no segundo trimestre (dados revisados), devido a exportações, consumo e investimentos fracos.
O tom menos otimista do BoJ deverá alimentar expectativas de que o BC japonês voltará a adotar novos estímulos, possivelmente na reunião de outubro.
O programa de política monetária do BoJ tem como base estimular a economia por meio da injeção maciça de recursos. O patamar atual de compras de títulos foi determinado na reunião de 30 de outubro do ano passado. O objetivo dessa política, que já tem mais de dois anos, é debelar de vez o fantasma da deflação na economia japonesa e gerar uma inflação firme de 2% ao ano por volta de meados do ano que vem. No entanto, a inflação hoje no Japão está perto de zero.
Fontes: Agência Estado | Valor Econômico