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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Faculdade Assis Gurgacz de Cascavel recebe visita de comitiva da Shinshu University do Japão

Segundo o vice-reitor, Yoshimasa Miura, o objetivo da visita foi firmar um acordo de cooperação com a FAG, visando o compartilhamento de conhecimentos e realizar o intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação

A Faculdade Assis Gurgacz (FAG) de Cascavel recebeu no dia 23 de setembro, a visita de uma comitiva da Shinshu University do Japão. O objetivo do encontro foi iniciar as discussões sobre um futuro convênio de intercâmbio entre as Instituições de Ensino Superior (IES).

Representando a FAG estiveram presentes os Diretores Geral e Acadêmico da FAG, Sérgio de Angelis e Afonso Cavalheiro Neto, o coordenador da Pós-Graduação e do Núcleo de Relações Internacionais (NRI) Anderson Nasareno Dias e os coordenadores dos cursos da FAG e Dom Bosco. A visita foi intermediada pelo presidente da Câmara do Comércio e Indústria Brasil/Japão do Paraná, Yoshiaki Oshiro, que já esteve na IES em fevereiro deste ano, quando demonstrou entusiasmo com a estrutura da Faculdade e evidenciou intenções em estreitar relações.

A Shinshu University possui cinco campi no Japão, com cursos nas áreas de educação, saúde, agricultura, tecnologia, engenharias. Além disso, possui um Centro de Soluções, que desenvolve pesquisas com o intuito de resolver problemas da sociedade.

Segundo o vice-reitor, Yoshimasa Miura, o objetivo da visita é firmar um acordo de cooperação com a FAG, visando o compartilhamento de conhecimentos e realizar o intercâmbio de estudantes de graduação e pós-graduação. “Podemos contribuir com conhecimentos nas áreas de Saúde e Agronomia. E dos brasileiros podemos aprender a melhor forma de aplicar a tecnologia”, explica.

O Diretor Geral da FAG, professor Sérgio de Angelis, destaca que a Shinshu University tem muito a nos oferecer, já que é uma universidade internacionalmente reconhecida. “O nosso intuito é compartilhar conhecimento, tecnologia, já que a universidade japonesa é bem desenvolvida em pesquisas nas mais variadas áreas. Por outro lado, eles ficaram extremamente interessados nas pesquisas que desenvolvemos sobre biocombustíveis, principalmente quando produzido a partir do crambe”, relata.

Após a reunião de apresentação a comitiva fez um tour pelo campus.

Fonte: http://www.fag.edu.br/noticia/8218

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Ministro dos Esportes do Japão se demite após problemas no estádio olímpico

O ministro dos Esportes do Japão, Hakubun Shimomura, conservador aliado ao premiê Shinzo Abe, apresentou sua demissão devido a problemas no projeto do estádio central da Olimpíada de Tóquio-2020, que sofreu um estouro de orçamento.

Shimomura disse nesta sexta-feira, em entrevista coletiva após encontro no gabinete do premiê, que Abe o pediu para ficar até uma reestruturação do gabinete planejada para o próximo mês.

Ele vai devolver metade de sua remuneração para os seis meses até setembro, relatou a agência de notícias Kyodo.

"Causei grandes preocupações e problemas para muitas pessoas por conta do problema do estádio nacional", disse Shimomura, acrescentando que Abe aceitou sua demissão de forma relutante.

Abe anunciou em julho que os planos originais para o estádio, também planejado como palco central da Copa do Mundo de Rúgbi em 2019, seriam descartados após um custo estimado acima de 2 bilhões de dólares, cerca de duas vezes o valor original.

Uma comissão independente, que examina o estouro de orçamentos, culpou o Conselho dos Esportes do Japão, órgão estatal que supervisiona o projeto, e o Ministério dos Esportes, de acordo com a mídia japonesa.

Em outro caso, os organizadores da Olimpíada de Tóquio rejeitaram neste mês a logomarca dos Jogos, por conta de acusações de plágio, alegando que não foi copiado, mas informando que muitas dúvidas foram levantadas, impossibilitando o uso.

(Reportagem de Linda Sieg e Kaori Kaneko)

Fonte: Reuters

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Premiê do Japão diz que economia não está mais em deflação

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, afirmou nesta quinta-feira que a economia do país não está mais em deflação, e que se aproxima de um fim sustentado de anos de persistentes quedas de preço.

"Sem uma economia forte, não teremos esperanças para o futuro", disse Abe em entrevista à imprensa.

Ele disse que o governo vai adotar três novos pilares do "Abenomics": impulsionar a economia, oferecer suporte às famílias com crianças e promover reformas do bem-esta social.

(Reportagem de Tetsushi Kajimoto e Leika Kihara)

Fonte: Reuters

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Japão tem déficit comercial de US$ 4,7 bilhões em agosto, maior nível em 7 meses

O déficit comercial do Japão atingiu em agosto o seu maior nível em sete meses, registrando um saldo negativo de 569,7 bilhões de ienes (US$ 4,7 bilhões) na balança comercial, mostraram dados do governo nesta quinta-feira (17).

Dados preliminares publicados pelo Ministério das Finanças mostram, no entanto, que o saldo negativo recuou em relação a agosto do ano passado. Segundo o órgão, a retração é devido à queda de 33% nos custos com importações de petróleo, enquanto às exportações para os Estados Unidos apresentaram um crescimento estável no oitavo mês do ano.

Em agosto, as exportações aumentaram 3,1% na comparação anual, para 5,9 trilhões de ienes (US$ 48,7 bilhões), enquanto as importações caíram 3,1%, para 6,5 ​​trilhões de ienes (US$ 53,4 bilhões), o que resultou em um saldo negativo de 569,7 bilhões de ienes na balança comercial da terceira maior economia do mundo – o déficit é o maior em sete meses.

Em termos de volume, as exportações apresentaram retração de 4,2% em agosto na comparação com igual mês do ano anterior, o que provavelmente reflete a persistente fraqueza nos embarques para China.

A desaceleração da economia chinesa afetou significativamente os embarques de aço, de peças de automóvel e de equipamentos metalúrgicos, o que provocou uma queda de 4,6% nas exportações do Japão para a China em agosto, em termos anualizados.

Enquanto isso, as importações saltaram 15%, resultando em um saldo negativo de 485,5 bilhões de ienes (US$ 4 bilhões) na balança comercial japonesa em relação à China, maior parceiro comercial do Japão.

Por outro lado, as exportações para os Estados Unidos subiram 11% ante o ano anterior, impulsionadas por robustos embarques de automóveis e de produtos farmacêuticos, de acordo com os dados preliminares do Ministério.

Fonte: Mundo Nipo (Com informações da Agências Kyodo)

Japão aprova controvertida reforma militar


A câmara alta do Japão aprovou neste sábado (horário local, tarde de sexta-feira em Brasília) a mais importante e polêmica reforma militar no país desde o fim da Segunda Guerra Mundial entre protestos enérgicos da oposição e de parte da população, que consideram que enfraquece a Constituição pacifista.

A medida permitirá às forças de autodefesa (exército) defender aliados e prestar-lhes apoio logístico se forem atacados ou participar de operações de segurança da ONU, algo até agora limitado pelo artigo 9º da Carta Magna.

A sessão plenária e a votação definitiva da emenda se estenderam até depois da meia-noite e aconteceu após dois dias de áspera tramitação que causaram brigas entre parlamentares, com milhares de manifestantes que se amontoaram às portas do plenário para protestar contra a reforma.

A medida foi impulsionada pelo Executivo do primeiro-ministro conservador, Shinzo Abe, e aprovada graças à sólida maioria parlamentar que tem junto com seu parceiro de coalizão, o budista Novo Komeito.

Para poder tramitar o pacote legislativo, seu gabinete aprovou no ano passado uma reinterpretação do artigo 9 da Constituição que foi criticada pela população e pelos partidos da oposição e questionada por especialistas japoneses em direito constitucional.

"Esta reforma é necessária para proteger a vida do povo japonês, ao qual seguirei explicando com calma e detalhamento seu conteúdo", disse Abe em declarações à emissora pública "NHK" ao término da sessão plenária na câmara alta.

Abe defendeu a necessidade de aprovar esta reforma para fazer frente a um panorama regional no qual a China ganha cada vez mais peso militar e a Coreia do Norte segue adiante com seu programa nuclear e de mísseis.

Apesar do descontentamento de boa parte dos japoneses - mais da metade rejeita a reforma, segundo as enquetes -, aliados como os Estados Unidos e a União Europeia (UE) consideram a medida positiva, porque reforça o papel de Tóquio como aliado militar.

Desde o final da Segunda Guerra Mundial em 1945, na qual foi derrotado, o Japão apostou no pacifismo e deixou isso claro no artigo 9 de sua Constituição, que até agora só permitia ao país usar a força para defender-se. 

Fonte: EFE

Japão aciona OMC contra política de incentivos fiscais do Brasil

Insatisfeito com a resposta do Brasil, o governo do Japão abre uma disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra Brasília, alegando que a política de incentivos fiscais aos setores de telecomunicações, automóveis e tecnologia é ilegal e afeta empresas estrangeiras de forma "injusta". O principal foco da queixa é o Inovar Auto, mecanismo que garantiu uma redução de impostos para o setor automotivo com fábricas instaladas no País. Outros quatro problemas também foram atacados.

Em julho, Tóquio já havia apresentado a queixa. Mas, pelas regras, teria de dar uma chance para uma negociação diplomática. No início da semana, o encontro entre os dois governos ocorreu. Mas sem uma solução. Nesta sexta-feira, o Japão formalizou o pedido para uma intervenção dos juízes da OMC. 

O caso será lidado pela OMC no dia 28, mas o processo deve se prolongar até 2016. 

Tóquio questiona a forma pela qual Brasília isenta setores de impostos, sempre que garantam produção em território brasileiro. Para o Japão, as regras discriminam empresas estrangeiras e são "barreiras protecionistas" contra produtos importados. 

Na avaliação da diplomacia japonesa, o Brasil comete três ilegalidades: a existência de um regime de impostos mais pesado para bens importados que para bens nacionais, incentivos fiscais quem produz no Brasil e subsídios para empresas que exportam.

Um dos ataques é dirigido contra o Inovar Auto, considerado como ilegal pelo Japão ao reduzir o IPI para certos modelos produzidos com um determinado número de peças nacionais. Se condenado, o Brasil terá de modificar o programa e os incentivos dados a montadoras.

O ataque também visa os incentivos fiscais a exportadores que se beneficiam do Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras, ou "RECAP". O programa reduz o custo de produção a quem vai exportar. Para os japoneses, isso seria uma forma de subsídio. 

O argumento é também de que o setor de informática e tecnologia é outro alvo de protecionismo no Brasil. Tóquio questiona a Lei de Informática, o Programa de Inclusão Digital, o Programa de Incentivos ao Setor de Semicondutores, e o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Equipamentos para TV Digital.

Para o governo asiático, todos esses programas criam reservas de mercado e dificultam as importações. 

No passado, Tóquio já havia atacado as exigências do edital de licitação da faixa de frequência de 2,5 GHz - destinada ao serviço de quarta geração da telefonia móvel (4G). A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) estipulou uma exigência de conteúdo nacional mínimo de 60% para quem quisesse participar de licitações, incluindo equipamentos e sistemas.

Para o governo de Tóquio, algumas das medidas brasileiras já existem há algum tempo. "Mas foram fortalecidas nos últimos anos", indicou.

Reforço

Um ataque similar já havia sido apresentada pela UE contra o Brasil e o sistema de solução de controvérsias da OMC foi acionado. Bruxelas argumentou que, ao dar isenção de IPI a diversos setores sob certas condições, o Brasil estava violando as regras internacionais do comércio.

Em setembro de 2011, o governo estabeleceu uma isenção de IPI para carros de montadoras que se comprometam a investir no País e comprem peças locais. Em 2012, o plano foi renovado por mais cinco anos, o que deixou os países ricos irritados. Incentivos fiscais também foram dados a computadores, smartphones e semicondutores.

O governo brasileiro sempre alegou que as medidas beneficiavam montadoras europeias e japonesas, justamente contra a concorrência chinesa. Mas, segundo a União Europeia, as medidas adotadas por Dilma têm afetado as exportações do bloco. Em 2011, 857 mil carros foram exportados ao mercado brasileiro. Em 2013, esse número caiu para 581 mil até outubro. Consultas entre as duas diplomacias ocorreram em Genebra em fevereiro.

Fonte: R7

terça-feira, 15 de setembro de 2015

BC do Japão mantém política monetária, mas muda avaliação sobre a economia

O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) decidiu manter sua política monetária inalterada, mas mudou o tom da avaliação sobre a economia japonesa, dizendo que “a economia do Japão continua a se recuperar moderadamente”, embora as exportações e produção tenham sido afetadas pelo abrandamento nas economias emergentes”.

Encerrando uma reunião de dois dias, o BoJ decidiu nesta terça-feira (15), por 8 votos a 1, manter inalterado o volume anual do programa de compras de ativos em 80 trilhões de ienes, em linha com a previsão da maioria dos economistas.

Como ocorreu em encontros anteriores, o único dirigente contrário à manutenção do volume atual foi Takahide Kiuchi, que mais uma vez sugeriu reduzir o programa para 45 trilhões de ienes anuais.

A última vez em que o BoJ ampliou o tamanho do programa foi em outubro do ano passado.

Em comunicado, o BoJ afirmou que, recentemente, as exportações e produção industrial do Japão têm ficado “mais ou menos estáveis”, mudando o tom da linguagem que usou em agosto, quando comunicou que os dois indicadores estavam “se levantando”.

O BC japonês também reviu sua visão geral da economia, ao dizer que o país “continua a se recuperar moderadamente”. O órgão avaliou que as exportações e produção industrial do país estão mais fracas do que no mês passado, isso porque “estão sendo afetadas pela desaceleração das economias emergentes”.

A avaliação do BoJ se segue a uma leva de indicadores decepcionantes que sugerem que a economia do Japão continua numa situação difícil, depois de apresentar queda anual de 1,2% no segundo trimestre (dados revisados), devido a exportações, consumo e investimentos fracos.

O tom menos otimista do BoJ deverá alimentar expectativas de que o BC japonês voltará a adotar novos estímulos, possivelmente na reunião de outubro.

O programa de política monetária do BoJ tem como base estimular a economia por meio da injeção maciça de recursos. O patamar atual de compras de títulos foi determinado na reunião de 30 de outubro do ano passado. O objetivo dessa política, que já tem mais de dois anos, é debelar de vez o fantasma da deflação na economia japonesa e gerar uma inflação firme de 2% ao ano por volta de meados do ano que vem. No entanto, a  inflação hoje no Japão está perto de zero.

Fontes: Agência Estado | Valor Econômico

Japão mantém intacto programa de estímulo e prevê atividade mais fraca

O governo japonês divulgou nesta terça-feira sua decisão de manter a peça central de sua política monetária e informou que a queda em exportações e produção industrial deixou suas avaliações sobre a economia japonesa em geral mais conservadoras.

Em um comunicado divulgado após a reunião de política monetária, com dois dias de duração, o BoJ informou que exportações e produção industrial "foram recentemente mais ou menos estáveis", usando um tom mais fraco do que no mês passado, quando comunicou que os dois indicadores estavam “se levantando”.

O BoJ também reformulou sua principal descrição geral da economia, dizendo que "a economia do Japão continua a se recuperar moderadamente, embora as exportações e produção tenham sido afectadas pelo abrandamento nas economias emergentes”.

O movimento segue uma série de dados sombrios que apontam para enfraquecimento da economia do Japão após a retração de 1,2% no PIB do trimestre abril-junho, puxado para baixo pelas exportações, consumo e investimentos abaixo do desejável.

A visão menos otimista do banco central apresentada no comunicado deve alimentar expectativas de medidas adicionais de estímulo, possivelmente no próximo mês.

Na decisão apresentada nesta terça-feira, oito membros votaram a favor e um votou contra a manutenção da política de compra de títulos da dívida pública ao ritmo de 80 trilhões de ienes ao ano, como era esperado pelo mercado.

O programa é a peça-chave da política monetária do BoJ no sentido de estimular a economia por meio da injeção maciça de recursos. O patamar atual de compras de títulos foi determinado na reunião de 30 de outubro do ano passado.O objetivo dessa política, que já tem mais de dois anos, é debelar de vez o fantasma da deflação na economia japonesa e gerar uma inflação firme de 2% ao ano por volta de meados do ano que vem. Mas a inflação hoje no Japão está perto de zero.

Preocupação

A combinação de revisão das avaliações com a falta de novos estímulos leva alguns economistas a pensarem que o compromisso do BoJ com a meta de inflação de 2% está enfraquecendo.

"Se surgem dúvidas sobre o compromisso da política monetária do BoJ, há um risco de que o Japão perca a sua principal força motriz para debelar totalmente a deflação", diz Takuji Ainda, economista-chefe do Societe Generale no Japão.

"O governo e o BoJ devem estar plenamente conscientes da história. O Japão tem falhado consistentemente em erradicar completamente a deflação, por negligenciar a necessidade de um último empurrão da política monetária, embora os custos de medidas adicionais de flexibilização nem sejam tão grandes”, afirma Aida.

Para ele, o BoJ provavelmente fará corte drástico em sua previsão de inflação na revisão prevista para 30 de outubro e terá de adotar medidas adicionais de estímulo.

Fonte: Dow Jones Newswires

domingo, 13 de setembro de 2015

Economia do Japão está paralisada pela cautela

Por Paul Krugman

As pessoas que visitam o Japão muitas vezes se surpreendem com sua aparência de prosperidade. Não parece uma economia profundamente deprimida. Porque não é.

O desemprego está baixo; o crescimento econômico em geral está lento há décadas, mas isso ocorre principalmente porque é um país que envelhece, com um número cada vez menor de pessoas em idade produtiva. Em relação ao número de adultos em idade ativa, o crescimento japonês nos últimos 25 anos foi quase tão rápido quanto o dos EUA e melhor que o da Europa ocidental.

Mas o Japão ainda está preso em uma armadilha econômica. A deflação persistente criou uma sociedade em que as pessoas acumulam dinheiro, dificultando uma reação de política econômica quando coisas ruins acontecem, e é por isso que os empresários com quem tenho falado aqui estão aterrorizados sobre uma possível contaminação dos problemas chineses.

A deflação também criou uma "dinâmica de dívida" preocupante: o Japão, ao contrário dos EUA depois da Segunda Guerra Mundial, por exemplo, não pode contar com receitas crescentes para tornar irrelevantes os empréstimos passados.

Por isso o Japão precisa fazer uma ruptura decisiva com seu passado deflacionário. Você poderia pensar que isso seria fácil, mas não é: o primeiro-ministro Shinzo Abe tem feito um verdadeiro esforço, mas ainda precisa alcançar um sucesso decisivo. E o principal motivo, eu diria, é a grande dificuldade que os fazedores de políticas têm para romper com ideias convencionais de responsabilidade.

A respeitabilidade, aliás, pode ser um matador de economias, e o Japão não é o único lugar onde isso acontece.

Como eu disse, você poderia pensar que pôr fim à deflação é fácil. Não se pode simplesmente imprimir dinheiro? Mas a questão é o que se faz com o dinheiro recém-impresso (ou, mais comumente, as reservas bancárias que você acaba de trazer à existência, mas vamos chamar isso de impressão de dinheiro por conveniência). E é aí que a respeitabilidade se torna um verdadeiro problema.

Quando bancos centrais como o Federal Reserve ou o Banco do Japão imprimem dinheiro, geralmente o usam para comprar dívida do governo. Em tempos normais isto inicia uma reação em cadeia no sistema financeiro: os vendedores dessa dívida do governo não querem ficar sentados sobre o dinheiro inativo. Por isso eles o emprestam, estimulando os gastos e incentivando a economia real. E conforme a economia se aquece os salários e os preços deveriam eventualmente começar a subir, solucionando o problema da deflação.

Hoje em dia, porém, as taxas de juros estão muito baixas na maioria das grandes economias, refletindo a fraqueza da demanda por investimento. O que significa que não há penalidade real por sentar-se sobre o dinheiro, e é o que as pessoas e as instituições fazem. O Fed comprou mais de US$ 3 trilhões em ativos desde 2008; a maior parte do dinheiro que ele bombeou para lá acabou simplesmente parado em reservas bancárias.

Como, então, pode a política combater a deflação?

Bem, a resposta que está sendo experimentada na maior parte do mundo é a chamada facilitação quantitativa. Isto envolve imprimir uma grande quantidade de dinheiro e usá-lo para comprar ativos ligeiramente arriscados, na esperança de fazer duas coisas: empurrar para cima os preços dos ativos e convencer investidores e consumidores de que a inflação está chegando, por isso seria melhor eles colocarem o dinheiro ocioso para trabalhar.

Mas isto é suficiente? Duvido. Os EUA estão se recuperando, mas demoraram muito para chegar lá. Os esforços monetários da Europa ficaram muito aquém das expectativas. E até agora o mesmo vale para a "Abenomia", um esforço ousado - mas não o suficiente - para inverter o rumo do Japão.

O que é notável nesse registro de conquistas dúbias é que na verdade existe uma maneira segura de combater a deflação: quando você imprimir dinheiro, não o use para comprar ativos; use-o para comprar coisas. Isto é, pagar os déficits orçamentários com o dinheiro impresso.

As finanças deficitárias podem ser lavadas, se você quiser, emitindo nova dívida enquanto o banco central compra dívida antiga; em termos econômicos, não faz diferença.

Mas ninguém está fazendo a coisa óbvia. Em vez disso, em todo o mundo avançado os governos estão dedicados à austeridade fiscal, arrastando para baixo suas economias, mesmo enquanto seus bancos centrais as tentam estimular. Abe tem sido menos convencional que a maioria, mas até ele fez seu programa recuar com um aumento de impostos mal assessorado.

Por quê? Parte da resposta é que as demandas por austeridade servem a uma agenda política, com o pânico sobre os supostos riscos dos déficits fornecendo uma desculpa para os cortes nos gastos sociais. Mas o maior motivo não é que seja tão difícil combater a deflação, eu afirmo, é a maldição do convencionalismo.

Afinal, imprimir dinheiro para pagar por coisas parece irresponsável, porque em tempos normais é. E não importa quantas vezes alguns de nós tentem explicar que estes não são tempos normais, que em uma economia deprimida e deflacionária a prudência fiscal convencional é loucura perigosa - muito poucos políticos estão dispostos a se arriscar a romper com a convenção.

O resultado é que sete anos depois da crise financeira a política continua paralisada pela cautela. A respeitabilidade está matando a economia mundial.

Fonte: New York Times / UOL

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Economia japonesa sinaliza encolhimento e preocupa autoridades do país

Os dados revelados ontem (8) sobre o PIB (Produto Interno Bruto), pelas autoridades do governo japonês, revelaram que o Japão está caminhando rumo a uma queda em sua economia.

Depois de vários meses positivos, o segundo trimestre deste ano trouxe uma queda de 1,2% na produção do país em relação ao mesmo período do ano passado, confirmando o impacto chinês na economia do Japão.

A procura de bens japoneses pelos Chineses está diminuindo a um ritmo muito superior ao esperado. A redução das vendas provocou uma quebra do investimento, diminuindo a produção e os empregos.

De acordo com o Wall Street Journal, os dados divulgados são, ainda assim, melhores do que a contração de 1,6% prevista inicialmente.

Os números parecem questionar o plano econômico do Primeiro Ministro Shinzo Abe, baseado na política monetária, baixos impostos e menor regulação do governo, denominado em todo o mundo como “Abenomics”.

No ano passado, a economia japonesa caiu em recessão técnica depois que o PIB encolheu nos primeiros seis meses até setembro, afetado pelo aumento do imposto sobre o consumo em abril, de 5% para 8%.

Os dados de 2015 sugerem que o país está caminhando para o mesmo rumo.

Fonte: Economia Ao Minuto / IPC digital

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Economia japonesa tem contração menor após revisão

A economia japonesa encolheu a uma taxa anualizada de 1,2% entre abril e junho, conforme dados revisados divulgados nesta terça-feira, ao mesmo tempo que economistas alertaram que a desaceleração chinesa e a turbulência no mercado financeiro devem enfraquecer a recuperação esperada no segundo semestre.

O dado é melhor, contudo, do que aquele divulgado no mês passado para o período, de contração de 1,6%, mas economistas dizem que a tendência geral é de fraqueza.

A demanda doméstica foi essencialmente estável nos três meses até junho. Em bases trimestrais, o Produto Interno Bruto (PIB) japonês teve queda de 0,3%, ante recuo de 0,4% informado originalmente.

O governo do Japão espera impulsionar o crescimento por meio da inflação, mas salários e exportações desapontadoras frustraram tal esforço.

Fonte: AP

PIB do Japão tem queda anual de 1,2% no segundo trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) do Japão contraiu 1,2% no segundo trimestre ante o mesmo período do ano passado, informou nesta terça-feira, 8, o governo local. Esta é a primeira contração em três trimestres. A queda, no entanto, foi menor do que a da primeira estimativa, de 1,6%.

Já os investimentos privados, um dos indicadores mais importantes do plano de recuperação da economia japonesa, apelidado de "Abenomics", recuaram 3,6% na mesma base de comparação.

Segundo os dados publicados pelo governo japonês, a atividade doméstica foi afetada pelo recuo das exportações, influenciadas principalmente pela desaceleração da China. 

Fonte: Estadão

sábado, 5 de setembro de 2015

Incentivo: Brasil busca consolidar parceria com Japão

Aconteceu em Brasília a 9ª Reunião MDIC-METI de Promoção Comercial, Investimento e Cooperação Industrial, onde Brasil e Japão discutiram parcerias para incentivar comércio e investimentos.

Realizada no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), contou com a presença da delegação japonesa, formada por 52 pessoas, e chefiada pelo diretor-geral de Política Comercial do Ministério de Economia, Comércio e Indústria (METI), Koichi Akaishi.

De acordo com o secretário de Desenvolvimento da Produção do MDIC, Carlos Gadelha,”o trabalho do MDIC é colaborar para que este protagonismo se conserve e evolua. Estamos empenhados em fortalecer e promover o comércio exterior brasileiro e a atração de investimentos produtivos”, disse ele.

Durante a reunião, a delegação japonesa e representantes do governo brasileiro trocaram informações e discutiram oportunidades de estabelecer novas parcerias em diversos setores como: mineração, agricultura, automotivo, resíduos sólidos, equipamentos médicos, higiene pessoal, perfumaria e cosméticos, entre outros.

Na pauta do encontro também constou assuntos como: atração de investimentos, estabelecimento de canais para solução de controvérsias, acordo de investimentos, e participação nas próximas concessões do Programa de Investimento em Logística (PIL), do governo brasileiro.

“O MDIC busca coordenar a agenda de promoção da competitividade para articular ações voltadas ao desenvolvimento produtivo, inovação e à promoção do comércio exterior, por meio do Plano Nacional de Exportações e da formulação de uma nova Política Industrial. Também buscaremos o fortalecimento do setor de comércio e serviços de forma integrada. Nesse contexto, é fundamental consolidarmos nossa parceria com o Japão”, disse Gadelha.

Intercâmbio Nipo-Brasileiro

Segundo o MDIC, em 2014 o Japão foi o 5º principal destino das exportações brasileiras (3% do total Brasil) e o 9° mercado de origem de nossas importações. A corrente de comércio bilateral foi de US$ 12,6 bilhões, sendo US$ 6,7 bilhões em vendas brasileiras e US$ 5,9 bilhões em importações brasileiras do Japão, com superávit de US$ 860 milhões para o Brasil.

As exportações brasileira foram 70% de produtos básicos e 13 % de produtos industrializados. O Brasil vende para o mercado japonês, principalmente, minério de ferro e seus concentrados (36,4%); carne de frango congelada, fresca ou refrigerada (16%), café cru, em grão (7,3%) e alumínio em bruto (6,6%).

Das compras feitas no mercado japonês, 99,8% são produtos industrializados, principalmente: partes e peças para automóveis e tratores (9,9%) e automóveis de passageiros (7,1%), além de instrumentos e aparelhos de medida e verificação (4,6%).

Investimento

Existem cerca de 250 empresas japonesas em atividade no Brasil, em áreas como mineração, siderurgia, indústria automotiva, eletroeletrônicos, papel e celulose, agronegócio, químicos e plásticos.

De acordo com dados do Banco Central, nos seis primeiros meses deste ano o Japão ocupou o 5º lugar no ranking das economias que mais investiram no Brasil, na modalidade participação no capital. De janeiro a junho, os investimentos japoneses chegaram a US$ 1,4 bilhão.

Fonte: MDIC

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Paulo Skaf diz a autoridades e empresários japoneses que momento de investir no Brasil é agora

A crise política é o que mais atrapalha a atividade econômica do país, mas o Brasil deve superá-la no longo prazo, afirmou nesta quarta-feira (2/9) o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, ao seu reunir com empresários e autoridades do Japão num Seminário que comemorou 120 anos do Tratado da Amizade, Comércio e Navegação entre as duas nações.

Neste encontro o secretário da Fazenda, Afonso Arinos de Melo de Franco Neto, pediu aos japoneses investimentos em obras de infraestrutura anunciadas pelo Programa de Investimentos em Logística (PIL).

“Uma área que oferece imensas oportunidades para a participação japonesa é a logística. Investimentos em infraestrutura permitem reduzir os custos das exportações brasileiras no longo prazo”, disse Arinos, lembrando que 90% das importações japonesas de carne de frango e 60% das compras de suco de laranja são provenientes do Brasil.

Ele aproveitou a ocasião para pressionar pela retirada do embargo japonês à carne suína brasileira. “Precisamos avançar na abertura do mercado para exportações brasileiras”. O Japão mantém embargo ao produto brasileiro desde 2012.

Da parte japonesa, Koichi Yajima diretor-executivo do JBIC (Japan Bank for International Cooperation, banco de fomento do Japão), destacou alguns temas que preocupam empresas japonesas que desejam investir no Brasil.

Segundo uma pesquisa do JBIC, 45,9% das empresas japoneses acreditam que a instabilidade da segurança pública e social é o maior obstáculo para investir no Brasil, enquanto 31% acreditam ser a falta de clareza do sistema legal o maior impeditivo.

Ele ainda explicou por que o México passou o Brasil no ranking de países promissores para investimento japonês. Segundo um instituto do Japão, o México assumiu a sexta colocação, no lugar do Brasil, que ficou com o sétimo lugar.

“O México tem todo um trabalho de tratados econômicos com outros países. Quando se pensa em produção, esse é um ponto muito importante que o México conseguiu ultrapassar o Brasil”, disse Yajima.

Fonte: FIESP / COMEX DO BRASIL / IPC Digital

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Diretor do Banco do Japão diz que é improvável atingir inflação de 2%

Takahide Kiuchi, o diretor do Banco do Japão (BoJ) que é mais crítico ao presidente da instituição, Haruhiko Kuroda, disse nessa quinta-feira que o banco central provavelmente não conseguirá alcançar a meta de inflação estável em 2% no próximo ano ou mesmo em 2017.

Falando em Maebashi, ao norte de Tóquio, Kiuchi disse que o núcleo da inflação ao consumidor (medidor de preços mais usado pelo BoK) provavelmente permanecerá no nível atual, perto de zero, "para o momento" e é "improvável que chegue a 2% mesmo no ano fiscal de 2017 sem os esforços para reforçar o crescimento”.

O ano fiscal japonês começa em março e o prazo ideal com o qual o BoJ trabalha para chegar à meta é o ano fiscal de 2016.

As declarações de Kiuchi, um dissidente solitário no board do BoJ, não estão muito distantes dos pontos de vista do setor privado, mas contrastam com as mensagens otimistas de Kuroda.

As divergências de opiniões sobre crescimento, inflação e os efeitos das medidas de flexibilização ocorrem num momento em que a economia do Japão se distancia do caminho dourado projetado por Kuroda no início do ano.

A economia encolheu no trimestre abril-junho e alguns economistas dizem que poderá contrair novamente no trimestre seguinte, devido à fragilidade do consumo e das exportações.

Kiuchi disse que a meta de 2% de inflação está num nível "muito acima" do compatível com a taxa de crescimento anual sustentável da economia, que o BoJ estima estar em 0,5%. Melhorar o crescimento enfrentando problemas estruturais, tais como a diminuição da população e a enorme dívida pública, é essencial para fazer os preços subirem a um determinado patamar de forma estável, disse ele.

Kiuchi ainda questionou em seu discurso se há consistência na visão dominante dentro do BoJ de que os preços dos alimentos estão subindo e empurrando os salários para cima. Para ele, essa relação não está clara e há evidências de que a alta nos preços está atingindo negativamente o sentimento dos consumidores.

Outro ponto de discordância de Kiuchi é quanto à comunicação do BoJ para sua política monetária. Ele acredita que é um erro dar preferência às boas notícias em detrimento das más e que é preciso também informar os efeitos colaterais das medidas e não apenas o seu lado positivo.

Fonte: Dow Jones Newsires

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Desaceleração da China faz produção de componentes eletrônicos no Japão cair 3,7%

A desaceleração econômica da China fez a produção de componentes eletrônicos no Japão cair 3,7% em julho, revelou dados divulgados pelo governo nesta segunda-feira.

No geral, a produção industrial do Japão caiu 0,6% em julho em relação ao mês anterior, apesar da previsão de aumento. De acordo com uma nota do governo, a queda da produção é consequência da fraca demanda da China por produtos japoneses.

No mês passado, a produção industrial cresceu 1,1%, contrariando a previsão do mercado de 0,1%. O Ministério da Economia, Comércio e Indústria manteve sua avaliação positiva, alegando que a produção industrial está flutuando sem uma direção clara.

Por setor, a indústria de equipamentos eletrônicos, como computadores, registrou a maior queda (-8,4%), seguida da indústria de componentes eletrônicos (-3,7%), e automotiva (-1,4%).

Para os próximos meses, as empresas consultadas pelo governo disseram esperar que a produção cresça 2,8% em agosto, mas que deverá cair 1,7% em setembro.

Fonte: IPC Digital