O desejo do primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, de ver um iene mais fraco em relação ao dólar vem se tornando realidade graças ao fortalecimento da economia mundial, que encoraja investidores locais a enviar mais dinheiro ao exterior, em busca de maior rendimento.
Desde o pico atingido em agosto, o iene desvalorizou-se 8,3% em relação a uma cesta com nove moedas de países desenvolvidos, segundo o índice Bloomberg Correlation-Weighted Currrency.
O enfraquecimento da moeda é uma virada de rumo em relação ao início de 2010, quando os investidores mundiais em busca de refúgio contra a crise das dívidas soberanas europeias levaram a moeda japonesa à sua maior cotação em 15 anos em relação ao dólar.
O declínio é guiado pela diferença cada vez maior de rendimento entre os bônus governamentais do Japão e os dos Estados Unidos, que levou ao renascimento das operações de "carry trade", em que os investidores captam empréstimos em países onde os juros estão baixos, como o Japão, e compram ativos em países que oferecem melhor retorno.
Kan, cujo índice de aprovação caiu para 17,8% em janeiro, pode beneficiar-se da queda da moeda, que amplifica os lucros de empresas exportadoras japonesas, como a Toyota Motor Corp.
"Os investidores vão procurar rendimentos maiores no exterior, tendo em vista que os rendimentos estão tão baixos no Japão", disse Kei Katayama, diretor do grupo de renda fixa internacional do Daiwa SB Investments Ltd., em Tóquio, que administra US$ 54,3 bilhões em ativos. "Os países em desenvolvimento vêm ganhando impulso e essa tendência não mudará facilmente."
A divisa japonesa deverá desvalorizar-se para 86 ienes por dólar até o fim do segundo trimestre e a 90 por dólar ato fim do ano, segundo mostra pesquisa da "Bloomberg" com 40 especialistas. Na semana encerrada em 18 de fevereiro, a moeda valorizou-se 0,3%, para 83,18 ienes por dólar.
A mudança do iene chega em meio ao aumento de rendimento dos títulos do Tesouro americano provocado pela especulação de crescimento tanto na economia como na inflação dos Estados Unidos. O Produto Interno Bruto (PIB) do país se expandirá 3,2% neste ano, na sequência do avanço de 2,9% observado em 2010, com o rendimento anual pago pelos bônus de dez anos do governo podendo chegar a 3,94%, em comparação aos 3,29% verificados em 31 de dezembro, de acordo com pesquisas da "Bloomberg".
O fluxo de investimentos em fundos mútuos japoneses focados em ativos internacionais em janeiro aumentou 14%, para 624,6 bilhões de ienes (US$ 7,51 bilhões), de acordo com a Investment Trust Association. Em 2010, o volume dobrou para 6 trilhões de ienes, em comparação ao ano anterior.
Em 2010, as operações de carry trade que consistiram na captação de dólares e venda da moeda para comprar divisas da Austrália, Noruega, Nova Zelândia e Brasil trouxeram retorno de 11,5%, segundo dados compilados pela "Bloomberg".
Neste ano, a situação reverteu-se, com as operações de carry trade com iene trazendo retorno de 23,8%, ante ganho de 2,8% proporcionado pelas negociações financiadas em dólares.
"Os investidores compram cada vez mais ativos de alto rendimento, uma vez que a recuperação econômica mundial está se estabilizando, disse Morio Okayasu, analista-chefe em Tóquio da FOREX.com Japan Co., uma unidade da empresa de câmbio on-line Gain Capital, de Bedminster, de New Jersey. "As operações de carregamento em iene estão ficando populares, portanto a tendência é de que a moeda japonesa seja vendida."
A cotação havia atingido 80,22 ienes por dólar em 1º de novembro, nível mais forte desde abril de 1995. A valorização de 15% da moeda japonesa em 2010 levou Kan a mostrar receio quanto à força da divisa e resultou em compras de 2 trilhões de ienes pelo governo, a primeira intervenção do país no mercado de câmbio desde 2004.
Desde o pico atingido em agosto, o iene desvalorizou-se 8,3% em relação a uma cesta com nove moedas de países desenvolvidos, segundo o índice Bloomberg Correlation-Weighted Currrency.
O enfraquecimento da moeda é uma virada de rumo em relação ao início de 2010, quando os investidores mundiais em busca de refúgio contra a crise das dívidas soberanas europeias levaram a moeda japonesa à sua maior cotação em 15 anos em relação ao dólar.
O declínio é guiado pela diferença cada vez maior de rendimento entre os bônus governamentais do Japão e os dos Estados Unidos, que levou ao renascimento das operações de "carry trade", em que os investidores captam empréstimos em países onde os juros estão baixos, como o Japão, e compram ativos em países que oferecem melhor retorno.
Kan, cujo índice de aprovação caiu para 17,8% em janeiro, pode beneficiar-se da queda da moeda, que amplifica os lucros de empresas exportadoras japonesas, como a Toyota Motor Corp.
"Os investidores vão procurar rendimentos maiores no exterior, tendo em vista que os rendimentos estão tão baixos no Japão", disse Kei Katayama, diretor do grupo de renda fixa internacional do Daiwa SB Investments Ltd., em Tóquio, que administra US$ 54,3 bilhões em ativos. "Os países em desenvolvimento vêm ganhando impulso e essa tendência não mudará facilmente."
A divisa japonesa deverá desvalorizar-se para 86 ienes por dólar até o fim do segundo trimestre e a 90 por dólar ato fim do ano, segundo mostra pesquisa da "Bloomberg" com 40 especialistas. Na semana encerrada em 18 de fevereiro, a moeda valorizou-se 0,3%, para 83,18 ienes por dólar.
A mudança do iene chega em meio ao aumento de rendimento dos títulos do Tesouro americano provocado pela especulação de crescimento tanto na economia como na inflação dos Estados Unidos. O Produto Interno Bruto (PIB) do país se expandirá 3,2% neste ano, na sequência do avanço de 2,9% observado em 2010, com o rendimento anual pago pelos bônus de dez anos do governo podendo chegar a 3,94%, em comparação aos 3,29% verificados em 31 de dezembro, de acordo com pesquisas da "Bloomberg".
O fluxo de investimentos em fundos mútuos japoneses focados em ativos internacionais em janeiro aumentou 14%, para 624,6 bilhões de ienes (US$ 7,51 bilhões), de acordo com a Investment Trust Association. Em 2010, o volume dobrou para 6 trilhões de ienes, em comparação ao ano anterior.
Em 2010, as operações de carry trade que consistiram na captação de dólares e venda da moeda para comprar divisas da Austrália, Noruega, Nova Zelândia e Brasil trouxeram retorno de 11,5%, segundo dados compilados pela "Bloomberg".
Neste ano, a situação reverteu-se, com as operações de carry trade com iene trazendo retorno de 23,8%, ante ganho de 2,8% proporcionado pelas negociações financiadas em dólares.
"Os investidores compram cada vez mais ativos de alto rendimento, uma vez que a recuperação econômica mundial está se estabilizando, disse Morio Okayasu, analista-chefe em Tóquio da FOREX.com Japan Co., uma unidade da empresa de câmbio on-line Gain Capital, de Bedminster, de New Jersey. "As operações de carregamento em iene estão ficando populares, portanto a tendência é de que a moeda japonesa seja vendida."
A cotação havia atingido 80,22 ienes por dólar em 1º de novembro, nível mais forte desde abril de 1995. A valorização de 15% da moeda japonesa em 2010 levou Kan a mostrar receio quanto à força da divisa e resultou em compras de 2 trilhões de ienes pelo governo, a primeira intervenção do país no mercado de câmbio desde 2004.
Fonte: Valor