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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Ex-governador do Paraná, Jaime Lerner, recebe comitiva da câmara em Curitiba

Na ordem: Heberthy Daijó (gerente da câmara), Yoshiaki Usami (diretor de pesquisas econômicas da Jetro Tóquio), Jaime Lerner (presidente do Instuto Jaime Lerner), Hitoshi Nakamura (ex-secretário Estadual do Meio Ambiente e vice-presidente do Instituto Cultural e Científico Brasil Japão), Macoto Yamanauchi (tradutor e representante da APAEX) e Gilberto Hara (vice-presidente da câmara).

O ex-governador do Paraná por duas ocasiões e ex-prefeito de Curitiba em três oportunidades, Jaime Lerner, recebeu ontem, sexta-feira (4), na sede de seu instituto em Curitiba, o diretor de pesquisas econômicas da Jetro Tóquio, Yoshiaki Usami, com o objetivo de expor seu ponto de vista sobre o desenvolvimento e crescimento sustentável das cidades e a importância da integração do meio ambiente aliada ao planejamento urbano.

No Paraná desde quinta-feira (3), Usami vem participando de diversas reuniões agendadas pela Câmara do Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná com autoridades e lideranças locais no intuito de finalizar o relatório em composição pelo governo japonês sobre a aptidão da capital paranaense em estar recebendo novos investimentos no setor do meio ambiente.

Para Lerner, um dos motivos que impedem o avanço mais amplo e harmonioso das políticas que envolvem a questão do desenvolvimento limpo no Brasil, é a incerteza. "Investir no setor de meio ambiente ou de energias renováveis ainda gera inúmeras incertezas, sobretudo porque não há por parte do poder público local, diretrizes suficientes que obriguem o capital privado a se comprometer com tal questão" completou.

Contudo, enfatizou que desde sua gestão frente à prefeitura de Curitiba, ainda na década de 90, o município passou a ser reconhecido internacionalmente pelo seu zelo com o meio ambiente justamente por possuir um plano diretor que visava o crescimento ordenado da cidade em sintonia com o "verde". Lerner ainda deixou claro que existem inúmeras maneiras de se pensar sustentabilidade, mas que as mesmas serão em vão se as cidades não forem prioritariamente planejadas.

"Projetarmos novos materiais é importante, mas não é o suficiente. Novas formas de energia é importante, mas não é o suficiente. Novas formas de reciclar e utilizar o lixo é importante, mas ainda não é o suficiente. 75% das emissões de gás carbono originam-se nas cidades. Portanto, é na concepção das mesmas que podemos avançar mais. Um ponto A que possua um green building construído e instalado não terá a menor importância se os pontos B, C e D continuarem poluindo e em descompasso com o crescimento planejado. É preciso haver um compromisso real com políticas públicas comprometidas em quebrar velhos paradigmas e adequar as cidades a sustentabilidade para que possamos estabelecer uma nova realidade".