A intervenção do governo do Japão no câmbio para conter a valorização do iene agitou o mercado de moedas nesta quarta-feira, fazendo o dólar e o euro subirem fortemente diante da divisa japonesa. Nas bolsas, porém, o impacto da ação foi limitado, já que indicadores econômicos continuam no foco dos investidores preocupados com a força da recuperação global.
O dólar saltou de 82,87 ienes - o menor nível dos últimos 15 anos - para mais de 84 ienes depois que o governo japonês lançou uma série de vendas da moeda do país, que os traders acreditam ter totalizado 1 trilhão de ienes (cerca de US$ 12 bilhões). A intervenção, a primeira em mais de seis anos e meio, pretende conter a alta do iene, que vinha incomodando os exportadores do Japão. Alguns relatos afirmam que o Banco do Japão continua intervindo nos mercados intermitentemente.
A ação tomada pelas autoridades japonesas ocorreu depois de o Goldman Sachs sugerir em um relatório, ontem, que o Federal Reserve - banco central dos EUA - vai estender seu afrouxamento quantitativo em novembro deste ano. Essa informação pressionou o dólar, derrubando a moeda para menos de 83 ienes. Agora os investidores estão ansiosos para saber se a informação tem algum crédito.
Enquanto isso no mercado de ações, o inesperado aumento no número de pedidos de auxílio-desemprego no Reino Unido, o primeiro desde janeiro deste ano, foi uma má notícia. A medida subiu 2,3 mil, gerando uma taxa de desemprego de 4,5%. Economistas consultados pela Dow Jones esperavam queda de 5 mil pedidos. Os indicadores que serão divulgados nos EUA mais tarde também receberão grande atenção dos investidores.
O índice Empire State do Federal Reserve de Nova York sobre a atividade industrial da região e o índice de preços das importações estão previstos para as 9h30 (de Brasília), enquanto os dados sobre a produção industrial dos EUA devem sair às 10h15 (de Brasília).
Segundo analistas, os participantes dos mercados vão evitar assumir grandes riscos nesta quarta-feira, tendo em vista os indicadores que estão sendo divulgados e alguns dados econômicos recentes fracos, como a queda do índice Zew de expectativas para a economia da Alemanha para o menor nível desde fevereiro de 2009, anunciada ontem.
"As vendas no varejo melhores do que o esperado divulgadas ontem pelos EUA não conseguiram dar força aos mercados significativamente, o que pode indicar que estamos nos aproximando do fim desse mini rali", afirmou Nick Serff, analista do City Index. Ontem o índice Dow Jones fechou em queda pela primeira vez depois de quatro pregões de alta.
Às 8h (de Brasília), o dólar subia para 85,18 ienes, de 83,03 ienes no fim da tarde de ontem, enquanto o euro recuava para US$ 1,2965, de US$ 1,3020, e subia para 110,47 ienes, de 108,20 ienes. Londres tinha queda de 0,31%, Paris perdia 0,55% e Frankfurt declinava 0,41%. As commodities também apresentavam perdas, com os contratos de petróleo para outubro negociados na Nymex em baixa de 1,58%, a US$ 75,59 por barril. As informações são da Dow Jones.
Fonte: Estadao.com.br