No começo da década de 70, no exercício do seu primeiro mandato como deputado federal (foram oito ao todo), Antônio Ueno, fundador da câmara, estabeleceu contato com várias províncias do Japão na tentativa de firmar um tratado de co-irmandade com o Paraná, no sentido de buscar novos horizontes e possibilidades comerciais, culturais e econômicas tanto para os paranaenses quanto para os japoneses.
Desta série de contatos preliminares, no dia 5 de maio de 1970, estabeleceu-se então o tratado diplomático de co-irmandade entre o Paraná e a província de Hyogo, uma das mais prósperas do Japão.
Os primeiros
anos de tratado foram dedicados ao estreitamento das relações públicas, políticas e culturais entre ambos os estados. Numa era sem internet, onde as viagens internacionais ainda eram escassas e as informações demoravam a chegar, o próximo passo foi estabelecer uma agenda fixa de compromissos com o Japão.
Esta necessidade de um maior estreitamento entre ambos os Estados acabou gerando em 1978, a fundação da Câmara do Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná, tendo o então deputado federal Antonio Ueno como presidente. Desta forma, conciliando a diplomacia aos interesses comerciais e industriais do nosso Estado, a câmara passou a organizar missões econômicas anuais ao Japão, integrando os interesses econômicos daqui com Hyogo e vice-versa, trazendo novas oportunidades de negócios para os paranaenses.
Para o vice-presidente da câmara, Nilson Nishimura, as missões sempre foram um grande desafio, onde o objetivo, num primeiro momento, era gerar o mesmo volume de negócios que em São Paulo e
Manaus, referências inquestionáveis no quesito industrialização e atração de investimentos estrangeiros. "Realizar negócios com o Japão não é fácil e a credibilidade da Câmara e do próprio Ueno diante do imperador, facilitou a viabilidade de novos negócios para o Paraná". E completou: "Assim, a Câmara passou a assessorar empresas japonesas que tinham interesse em vir para o Brasil e instalar-se no Paraná. E quando o assunto era Japão, nós que apresentávamos ao governo do Estado as infinitas possibilidades comerciais e benefícios gerados aos paranaenses no caso do estabelecimento de parcerias, num trabalho de mútuo convencimento sobre a importância dos investimentos japoneses aqui".
Possuindo uma boa malha viária, proximidade com os mercados consumidores e um número expressivo de descendentes, aos poucos, o Paraná passou a receber investimentos diretos de Hyogo, sobretudo no setor de ciência e tecnologia. Através do governo de Hyogo, em parceria da Jica, câmara e Governo do Estado do Paraná, que se viabilizou a construção do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), num total de U$7 milhões em investimentos. O governo de Hyogo também auxiliou, juntamente com a câmara, Prefeitura de Curitiba, Prefeitura de Himeji e Governo do Estado, na construção do "Palácio Hyogo", prédio que abriga diversas instituições destinadas ao intercâmbio econômico e cultural com o Japão.
No setor privado, três grandes grupos que possuem sede em Hyogo escolheram o Paraná para a instalação de suas bases no Brasil: Harima (uma das maiores fabricantes de produtos químicos do Japão), Sysmex (líder mundial na fabricação de produtos de hematologia, uroanálise e coagulação para laboratórios) e Kawasaki (esta última hoje instalada em Manaus).
Certamente é impossível enumerar somente em um post todas as ações e benefícios que esta relação de amizade e cooperação trouxe para ambos os estados e países. Contudo, é certo afirmar que a mesma ainda irá gerar inúmeros benefícios para o Paraná, pois continuamos trabalhando incansavelmente para isso, zelando principalmente pelo desenvolvimento harmonioso do nosso Estado.