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terça-feira, 4 de agosto de 2015

“Não é possível competir de sangue puro” diz presidente da Suntory sobre a importância de estrangeiros qualificados

Após assumir o cargo mais alto da centenária fabricante de bebidas, Takeshi Niinami, que foi presidente da rede de conveniência Lawson por 12 anos, abraçou a missão de aumentar a competitividade da Suntory Holdings, no cenário global.

Desde a fundação em 1899, a companhia manteve a tradição de ter como presidentes executivos somente pessoas vinculadas à família Torii. Em 2014, porém, Niinami se tornou o primeiro “outsider” no comando.

Em recente entrevista ao semanário Toyo Keizai, o mandatário falou sobre a aquisição, feita recentemente pela Suntory, da Beam Inc, gigante estadunidense do ramo de destilados, detentora da popular marca de uísque Jim Beam.

O executivo mencionou a importância desse investimento nos objetivos da empresa de aumentar ao máximo sua participação no marcado de bebidas não-alcoólicas e destiladas nos Estados Unidos. No entanto, fez ressalvas sobre a importância das empresas japonesas contarem com talentos estrangeiros e estarem preparadas para lidar com as diferentes formas de pensar e agir dos executivos de outros países.

“Não é possível competir de sangue puro”, disse o executivo. Niinami, também falou sobre a importância de se investir constantemente na formação de novos talentos, oriundos de fora da empresa, sejam eles estrangeiros ou vindos de outras companhias japonesas. “Não é possível competir como corporação global mantendo o sangue puro”, palavras do presidente.

Ele foi mais adiante e afirmou não haver qualquer necessidade em manter a administração das empresas centralizadas nas mãos de executivos japoneses. Mencionou que, no caso da Suntory, já existem estrangeiros participando das tomadas de decisões na sede da companhia. Ele ainda encoraja seus funcionários japoneses a buscar desafios na subsidiária norte-americana, recém comprada.

No entanto, Niinami conclui opinando que um dos principais desafios das corporações japonesas é de cunho cultural. Enquanto no Japão a avaliação dos recursos humanos é pensada a longo prazo e baseada no “tempo de casa”, em países como os EUA os prazos são menores e a ênfase em meritocracia é predominante, afirma o presidente. Ele lembra que muitos funcionários de empresas estadunidenses chegam a cargos de direção já aos 30 anos de idade.

Fonte: IPC Digital