O Banco do Japão (BoJ) divulgou nesta quarta-feira que manteve inalterada a sua política de estímulos à economia do país. Oito dos membros do comitê de política monetária votaram a favor da continuação, com apenas um se posicionando contra. Com isso, a instituição financeira permanece com um volume anual de compra de ativos no valor de 80 trilhões de ienes, elevado para este patamar no último dia 31 de outubro, de uma faixa anterior entre 60 trilhões de ienes e 70 trilhões de ienes.
"A economia japonesa vem se recuperando de forma contínua e moderada, apesar de observarmos algumas fraquezas, em especial na produção", disse em comunicado o banco central.
O otimismo do BoJ vai de encontro à postura adotada pelo primeiro-ministro Shinzo Abe em discurso realizada na terça-feira. Na ocasião, Abe decidiu adiar para abril de 2017 o segundo aumento do imposto sobre vendas, inicialmente previsto para entrar em vigor em outubro de 2015. O primeiro-ministro tomou essa decisão em função do resultado decepcionante do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano. No período, a economia do Japão encolheu 1,6% na comparação anualizada, contrariando a previsão do mercado, de expansão de 2,25%.
Por ter sido a segunda vez consecutiva que o país apresentou retração em um trimestre, os economistas já falam em recessão técnica. Um novo aumento do imposto em menos de um ano poderia causar mais estragos à atividade, avaliou o governo japonês.
O mercado agora aguarda o pronunciamento de Haruhiko Kuroda, presidente do BoJ.
Fonte: Dow Jones Newswires.