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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Crescem sinais de retração da economia japonesa

Uma série de dados negativos divulgados ontem dão uma indicação da fragilidade da economia japonesa: a produção industrial vem caindo, o desemprego cresceu e os gastos dos consumidores diminuíram. Em meio a isso, o governo disse que pode ter de recorrer as reservas dos fundos de pensão para cobrir o buraco nas despesas com a dívida pública no próximo ano fiscal, já que as receitas devem continuar a diminuir.

"Vai ser extremamente difícil assegurar os ¥ 2,5 trilhões [US$ 30 bilhões] necessários para financiar as obrigações do Tesouro", justificou o ministro das Finanças do Japão, Yoshihiko Noda.

A preocupação do governo tende a aumentar com os últimos resultados da economia. A produção industrial no Japão teve em outubro a queda mais acelerada dos últimos 20 meses, em mais um sinal de fragilidade na recuperação econômica do país. A indústria do Japão produziu em outubro 1,8% a menos do que em setembro, segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria. O resultado marca o quinto mês seguido de retração e representa um recuo mais profundo que o de 1,6% do mês anterior.

Apesar disso, o dado é muito melhor que a retração de 3,3% esperada pelos economistas. Os analistas atribuem o resultado menos ruim basicamente a um aumento na produção de TVs de tela plana, uma vez que as empresas se anteciparam a um crescimento da demanda antes da forte diminuição, em dezembro, dos subsídios do governo para a compra de veículos e utensílios domésticos com uso eficiente de energia. Ainda assim, o número divulgado não contribui para amenizar as preocupações dos investidores com o estado da economia japonesa, que alguns esperam ver ainda mais estagnada, pois as exportações - principal motor do país - perdem fôlego.

Analistas também viram motivos para preocupação na taxa de estocagem de outubro, que aumentou 7,6% no mês depois de ter subido 1,3% em setembro. A aceleração no ritmo de crescimento dos estoques das empresas indica que novos recuos na produção devem ocorrer, dizem os analistas.

Já a taxa de desemprego subiu de 5% em setembro para 5,1% em outubro, já considerando os ajustes sazonais, informou a agência oficial de estatísticas do país. O número de desempregados em outubro somou 3,34 milhões.

O mercado de trabalho mais frágil vem contribuindo para a perda da confiança dos consumidores e, com isso, a queda de gasto. O consumo das famílias japonesas recuou em outubro. A média de gasto mensal por residência com duas ou mais pessoas foi de ¥ 287.433, o que representa uma retração de 0,1% em relação ao mesmo mês de 2009, em termos nominais, e recuo de 0,4% em termos reais.

Fonte: Valor Online