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domingo, 28 de dezembro de 2014

Japão aprova pacote de estímulo de US$ 29 bilhões

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, aprovou neste sábado um pacote de estímulo de US$ 29,17 bilhões que tem como objetivo incentivar o consumo e a atividade econômica regional, numa tentativa de fazer o país superar a recessão. O plano de gastos se concentra em pequenas empresas, comunidades rurais e reconstrução de áreas devastadas por catástrofes naturais.

A aprovação do pacote foi o primeiro ato relevante do governo Abe desde que seu partido foi reeleito neste mês, numa votação que foi considerada um referendo da política econômica em vigor.

Durante a campanha eleitoral, Abe prometeu distribuir recursos financeiros para regiões fora de Tóquio e auxiliar empresas e consumidores afetados pela forte desvalorização do iene frente ao dólar.

Cerca de metade do montante previsto no plano irá para esforços de reconstrução em áreas atingidas por desastres naturais. O governo vai também fornecer subsídios a municípios para estimular o consumo e oferecer ajuda a famílias de baixa renda.

O Japão voltou à recessão no terceiro trimestre, após um aumento do imposto sobre vendas, anunciado em abril, mostrar forte impacto no consumo. A próxima elevação do imposto, que estava programada para outubro de 2015, será adiada.

O programa econômico do governo, apelidado como "Abenomics", combina estímulos monetários e fiscais, além de mudanças estruturais. As compras de ativos pelo Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), num processo conhecido como relaxamento quantitativo, levaram o iene a perder mais de um terço de seu valor ante o dólar desde que Abe assumiu o poder, em dezembro de 2012.

Embora os exportadores tenham sido beneficiados pela desvalorização do iene e os lucros das empresas tenham avançado a níveis recordes, a fraqueza da moeda afetou firmas menores e consumidores ao inflar os custos das importações.

Em comunicado divulgado hoje, o governo japonês também prometeu seguir adiante com mudanças estruturais nas áreas de saúde, agricultura, energia e trabalhista. 

Fonte: Dow Jones Newswires

sábado, 27 de dezembro de 2014

Coalizão do Japão aprova corte de imposto corporativo para impulsionar crescimento

A coalizão governante do Japão aprovou um plano de reforma tributária que irá cortar impostos corporativos a partir de abril e que promete mais reduções nos próximos anos em uma tentativa do primeiro-ministro Shinzo Abe de aumentar a rentabilidade e impulsionar o crescimento econômico. 

O plano aprovado pelo Partido Democrata Liberal de Abe e seu parceiro de coalizão Komeito nesta terça-feira reduzirá a taxa de imposto corporativo efetivo geral em 2,51 pontos percentuais, para 32,1 por cento, a partir de abril, e para 31,3 por cento no ano seguinte. 

Abe prometeu em junho reduzir a taxa de imposto corporativo para abaixo de 30 por cento nos próximos anos com o objetivo de ajudar a tirar o Japão de quase duas décadas de deflação. Neste ano, ele eliminou uma taxação sobre as empresas adotada em 2012 para ajudar a financiar o alívio a desastres. 

Takeshi Noda, presidente do Conselho do painel de impostos do partido de Abe, estimou que o corte de impostos corporativos representará cerca de 400 bilhões de ienes (3,32 bilhões de dólares) ao longo dos próximos dois anos fiscais. 

Abe espera que a medida encoraje as empresas a elevar salários, o que aumentaria os gastos do consumidor, e a investir parte do caixa de 1,9 trilhão de dólares detido pelas companhias fora do setor financeiro. 

Fonte: Reuters (Por Kaori Kaneko e Yuko Yoshikawa) 

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Coalizão do premiê Abe vence eleição no Japão; abstenção é recorde

Por Linda Sieg e Kiyoshi Takenaka

TÓQUIO (Reuters) - A coalizão do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, teve uma grande vitória eleitoral neste domingo, mas o baixo comparecimento às urnas apontou para uma ampla insatisfação com seu desempenho.

A TV pública NHK disse que o Partido Liberal Democrático (LDP) e seu aliado, o partido Komeito, de Abe, asseguraram mais de 317 assentos na câmara baixa de 475 membros, o suficiente para manter a sua "supermaioria" que facilita os trabalhos parlamentares.

"Eu acredito que o público aprovou os dois anos de nossas políticas 'Abenomics'", disse Abe, em uma entrevista na televisão.

"Mas isso não significa que nós podemos ser complacentes."

Muitos eleitores, duvidosos tanto da estratégia do premiê, conhecida como "Abenomics", para acabar com a deflação e gerar crescimento, quanto da capacidade da oposição de formular um plano melhor, ficaram em casa.


(Reportagem adicional de Elaine Lies, Antoni Slodkowski, Leika Kihara, Kevin Krolicki, Daiki Iga, Sumio Ito e Noriyuki Hirata)

Fonte: Reuters

sábado, 13 de dezembro de 2014

‘Apagão de manteiga’ no Japão reflete crise da indústria de laticínios

Quando os japoneses posam para tirar fotos, em vez de dizerem “Xis!”, alguns dizem “Manteiga!”. Mas, atualmente, a manteiga não tem sido inspiração para sorrisos, pois logo vem à mente o seu racionamento.

Conforme se aproxima a corrida para comprar os ingredientes do bolo do Natal, os mercados estão limitando as compras dos consumidores a um máximo de dois pacotes de manteiga cada. Na semana passada o governo anunciou seu mais recente plano para fazer “importações de emergência” e aliviar a escassez do produto.

O esgotamento dos estoques de manteiga decorre de vários fatores, incluindo o estresse das vacas leiteiras, a idade avançada dos agricultores, a alta nos custos e as restrições comerciais e aos preços.

O motivo oficial para a baixa oferta de leite usado na fabricação da manteiga é a produção mais baixa decorrente do clima inesperadamente quente no verão passado na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, onde a maior parte dos alimentos é produzida.

O preço por tonelada de leite é mais alto do que o da manteiga, e os produtores estariam se dedicando menos à produção do artigo, que começa a faltar nas prateleiras cheias de alternativas.

Mas o agravamento da escassez é também sintoma de proteções da indústria que limitam as importações de produtos da fazenda e de uma resistência profunda a uma reforma de abertura dos mercados.

O primeiro-ministro Shinzo Abe terá dificuldade para cumprir as promessas de reforma mesmo que seu partido consiga mais apoio à política conhecida como “Abenomics” nas urnas durante a eleição de domingo.

Além das vacas cansadas e da dificuldade em produzir alimento para elas, a indústria dos laticínios é um dos muitos setores da economia japonesa em declínio. Os agricultores estão se aposentando sem que seus herdeiros estejam dispostos a assumir suas fazendas, e o preço da ração e do combustível aumentou muito, reduzindo os lucros.

O Japão tinha 417.600 fazendas produtoras de laticínios em 1963. Em fevereiro desse ano, o número de fazendas do tipo era 18.600, apesar de fortes subsídios do governo.

Os agricultores japoneses, como os dos Estados Unidos e de muitos outros países, são tradicionalmente protegidos da concorrência estrangeira, tanto para garantir certo grau de autossuficiência alimentar a esse arquipélago de escassos recursos quanto por razões políticas.
Apesar da promessa de Abe de modernizar a agricultura e “abrir um buraco” no burocrático sistema de interesses do país, seu governo pouco avançou além de estudar uma reforma agrária.

As tarifas sobre a importação de produtos agrícolas são em média 23%. No geral, o governo paga aos agricultores um subsídio de 12,8 ienes (US$ 0,11) por quilo de manteiga e 15,41 ienes por quilo de queijo.

Protecionismo

Fazendeiros do ramo dos laticínios como Shinjiro Ishibashi, dono de 300 cabeças de gado em sua fazenda em Chiba, a leste de Tóquio, contam com esse apoio. O lobby dos fazendeiros japoneses continua a ser um trunfo do Partido Liberal Democrata, atualmente no governo, que fala em reformas abrangentes mas, ao mesmo tempo, garante aos fazendeiros que continuará a defender seus interesses.

“Abe diz que vai preservar nosso ‘lindo Japão’, e espero que ele o faça”, disse Ishibashi, aludindo aos constantes elogios feitos por Abe ao estilo de vida tradicional da agricultura japonesa.

As políticas protecionistas para o setor agrícola do Japão são um dos motivos que impedem os 12 países envolvidos na negociação de um pacto comercial trans-Pacífico de chegarem a um acordo. Os negociadores reunidos em Washington essa semana parecem prestes a chegar ao final de mais um ano sem consenso.

Entre os países envolvidos na negociação do pacto comercial liderado pelos EU, o Japão tem o segundo maior mercado de alimentos, e os produtores estrangeiros de laticínios e outros gêneros estão ansiosos para entrar nele.

Mas os esforços para se chegar a um acordo mais abrangente esbarram em temas tratados como “território sagrado” como as caminhonetes, para os americanos, e a carne bovina, suína, o açúcar e o arroz para os japoneses.

Um estudo do governo japonês calculou que a abertura dos mercados agrícolas domésticos dentro do pacto comercial poderia reduzir a produção agrícola do país em cerca de 2,7 trilhões de ienes (US$ 22,5 bilhões), ou mais de 40% do total da produção do setor agrícola, de pesca e engenharia florestal.

Mas um relatório do departamento americano da agricultura questionou esse cálculo, dizendo que não são levados em consideração pontos como a limitação à oferta em outros países. O relatório do USDA estimou que a liberalização do mercado de laticínios poderia aumentar em cerca de 50% as importações japonesas de manteiga, chegando a cerca de 6 bilhões de ienes (mais de US$ 50 milhões).

A japonesa Agriculture and Livestock Industries Corp., conhecida como ALIC, supervisionada pelo Ministério da Agricultura, compra e vende produtos por meio de um processo aberto de leilão online, para ajudar a garantir a estabilidade dos preços e estoques, na prática subsidiando os agricultores e as manufaturas em situação de prejuízo.

Pensado para garantir estoques estáveis, o sistema parece agora incapaz de fazer isso, ao menos no caso da manteiga.

No Japão, a produção de leite bruto no ano fiscal encerrado em março foi de 7,45 milhões de toneladas, uma queda em relação ao auge observado de pouco mais de 8,6 milhões de toneladas em 1997. O consumo de manteiga per capita se manteve estável, na marca dos 2kg, durante cerca de uma década, enquanto o consumo de leite está em queda.

Além das importações de emergência, quadro grandes empresas locais de laticínios receberam ordens para aumentar a produção de manteiga para consumo doméstico em 30% no início de dezembro, reduzindo a produção de leite potável e creme, disse o Ministério da Agricultura.
O órgão disse que faria de tudo para estabilizar os estoques a partir do ano que vem.

Uma vitória de Abe nas eleições de domingo pode dar a ele pelo menos mais dois anos, e talvez mais, para enfrentar essas questões, disse Uri Dadesh, sócio do Carnegie Endowment for International Peace.

“Resta se ele vai implementar as reformas estruturais ou não”, disse ele em conferência telefônica com repórteres. “É preciso lembrar que este homem já conta com uma ampla maioria parlamentar a seu favor.”

Fonte: AP

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Economia do Japão tem queda anualizada de 1,9% no 3º trimestre

A economia do Japão encolheu 1,9% entre julho e setembro em termos anualizados, pior do que a estimativa preliminar de contração de 1,6%, com os gastos de capital caindo mais do que o inicialmente estimado.

De acordo com dados revisados divulgados pelo governo nesta segunda-feira, na comparação trimestral, a economia encolheu 0,5% no terceiro trimestre, contra preliminar de queda de 0,4%. O resultado foi pior do que a expectativa do mercado de contração de 0,1%.

Os gastos de capital caíram 0,4% sobre o trimestre anterior, mais do que a queda de 0,2% no dado preliminar.

Fonte: Reuters

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

S&P expressa dúvidas sobre se Japão terá plano fiscal detalhado

A agência de classificação de risco Standard & Poor's expressou dúvidas nesta terça-feira sobre a capacidade do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, de reparar as finanças japonesas a menos de duas semanas das eleições antecipadas, depois que a Moody's rebaixou a classificação do país. 

A decisão de Abe de postergar um aumento de impostos sobre as vendas em 18 meses pode ajudar a economia no curto prazo, mas ainda não há garantias de que as taxas subirão porque a dinâmica política pode mudar após a eleição, afirmou o diretor de ratings soberanos da S&P, Takahira Ogawa, à Reuters. 

As crescentes reservas sobre o Japão vêm em um momento difícil para Abe, que convocou uma eleição para 14 de dezembro, que acabou se tornando uma espécie de voto sobre se ele tem feito o suficiente para melhorar substancialmente as perspectivas de crescimento. 

"Eu posso estar errado, mas, a julgar pela história, não estou otimista sobre a obtenção de um plano fiscal detalhado", disse Ogawa. "Além disso, se o governo falhar em implementar seu plano, então não faz nenhum sentido." 

A S&P classifica o Japão como "AA-", três graus do topo "AAA", com perspectiva negativa, o que significa que um rebaixamento é possível. 

Fonte: Reuters

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Moody's rebaixa rating do Japão para A1, de Aa3

A Moody''s rebaixou nesta segunda-feira o rating soberano do Japão em um grau, de Aa3 para A1. A perspectiva do rating é estável.

Em comunicado, a agência de classificação de risco atribuiu a decisão a incertezas maiores sobre a capacidade do governo japonês de cumprir metas de redução do déficit fiscal, incertezas sobre a eficácia das políticas atuais para o aprimoramento do crescimento econômico, em meio a um ambiente de pressões deflacionárias, e riscos de os juros dos JGBs (como são conhecidos os bônus federais japoneses) subirem e de menor sustentabilidade da dívida no médio prazo.

Segundo a Moody''s, a nota A1 reflete fatores positivos de crédito do Japão, incluindo uma economia grande e diversificada, com uma forte posição externa, força institucional muito elevada e uma base doméstica de financiamento bastante sólida.

A perspectiva estável, por sua vez, está relacionada ao amplo equilíbrio entre riscos positivos, incluindo uma significativa consolidação fiscal e a retomada do crescimento econômico, e riscos negativos, que incluem a intensificação de pressões deflacionárias e a perda de força da economia.

O rebaixamento não afeta os tetos Aaa, em moedas estrangeira e local, dos ratings do Japão e de depósitos bancários, afirmou a Moody's.

Fonte: AE