A equipe do Embrapa e das universidades japonesas durante o primeiro dia de evento.
Destaque para a participação do Cônsul Geral do Japão para a região Sul, Yoshio Uchiyama
Realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) na manhã da última segunda-feira, 22, o 3° Workshop Embrapa-Japão sobre Biochar reuniu especialistas e doutores de três universidades do Japão (Hokkaido, Kyushu e Tohoku) além de profissionais da Embrapa e universidades brasileiras para a apresentação de resultados e projetos em torno do uso apropriado do biocarvão no solo.
O evento, promovido pela Embrapa, CNPQ, Agência de Ciências e Tecnologia do Japão (JST), com apoio da FIEP e Câmara do Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná, terá cerca de uma semana de duração, sendo dividido em palestras e visitas técnicas pela região, onde os participantes terão a oportunidade de acompanhar in loco a execução de projetos ligados ao tema.
As duas primeiras edições do workshop foram realizadas no Rio de Janeiro e Fukuoka. “Quando recebemos a comunicação do Embrapa de que o evento seria realizado em Curitiba, de imediato decidimos apoiar a iniciativa, sobretudo devido à singular importância do tema. Sabemos que o Japão possui vasto know-how no setor e consideramos este intercâmbio de conhecimento e experiência essenciais para o desenvolvimento de programas conjuntos no país” colocou Yoshiaki Oshiro, presidente da CCIBJ do Paraná.
Almoço de confraternização
Nesta quarta-feira, 24, a CCIBJ do Paraná concedeu um almoço de confraternização aos participantes do Japão e equipe da Embrapa, que além do Paraná contou com profissionais do Amazonas, Bahia, Rio de Janeiro e Mato Grosso.
O almoço na chácara Aizen contou ainda com a participação do secretário da
Indústria e Comércio de Colombo, Ricardo Milgioransa
Realizado na Chácara Aizen, em Colombo, o encontro serviu também para delinear diretrizes e discutir projetos paralelos, como o da cadeia produtiva do bambu no Paraná.
Sobre Biochar

“Ele é muito estável, se degrada muito lentamente e, com isso, você vem enriquecendo o estoque de carbono. E você está ajudando a minimizar os efeitos do aquecimento global. Esse é o primeiro apelo do biocarvão”, disse.
Ainda segundo a pesquisadora, as propriedades químicas e físicas do biocarvão favorecem na utilização dos fertilizantes. “A utilização do biocarvão ajuda a reter os nutrientes na sua própria matriz e você pode usar quantidades menores de fertilizantes”. Além de economizar fertilizantes, as respostas dos experimentos efetuados com o biocarvão indicam que há um aumento também na produtividade do solo. “Porque o efeito é não só na retenção de nutrientes, mas também de água. E com maior água disponível para as plantas, elas apresentam maior produtividade no final de um ciclo de produção”, afirmou Claudia Maia.
Claudia Maia destacou que o Brasil tem grande potencial de florestas plantadas de pinus e eucalipto, porque apenas 5% da produção florestal nacional vêm de florestas plantadas. Na China, são quase 30%. “Nós temos um potencial de expansão muito grande”. A meta é ocupar áreas de pastagens degradadas no Cerrado e, até na Amazônia, com florestas plantadas. A estratégia da pesquisa sobre biocarvão visa a recuperação dessas áreas. “A ideia é restaurar o solo já degradado para restabelecer o potencial de fertilidade e produtividade”.
Os cientistas estão debatendo na conferência as melhores formas de carbonizar a biomassa para uso no solo, as características químicas desse processo e os cuidados que devem ser tomados do ponto de vista ambiental.
Trecho sobre Biochar: Agência Brasil